Plano estadual deve multiplicar ações contra hepatites virais



O investimento previsto é de R$ 8 milhões anuais

A Secretaria de Estado da Saúde lançou na semana passada o Plano Estadual de Prevenção e Controle das Hepatites Virais. O objetivo é realizar ações para evitar o contágio e reduzir internações e mortes nos municípios paulistas em decorrência da infecção pelas hepatites B e C. O investimento previsto é de R$ 8 milhões anuais.

Entre as metas estabelecidas para os próximos quatro anos está a de vacinar 90% dos adolescentes de todo o Estado contra a hepatite B, ampliar em 50% a detecção da infecção pelo vírus da hepatite C e em 60% a notificação de novos casos.

Em janeiro de 2009, mês de férias escolares, a pasta da Saúde fará campanha específica de vacinação entre jovens de 11 e 19 anos. Estão previstas para o ano que vem, ainda, a capacitação de profissionais da saúde do Estado para aprimorar a interpretação dos exames sorológicos, ampliação da notificação dos casos de hepatite diagnosticados, além de melhorar a qualidade dos dados preenchidos nas fichas de notificação.

Até 2010, a secretaria pretende, em parceria com os municípios, fortalecer uma rede de diagnóstico e atenção às hepatites, com triagem nos postos de saúde e tratamento nos hospitais de média e alta complexidade, além de aprimorar sistemas de referência e contra-referência para controle e prevenção da doença em todas as regiões do Estado. Será criado, também, banco de dados para que se saiba o real número de pacientes em tratamento.

Mobilização – Outra ação prevista para 2009 é um trabalho de comunicação específico para mobilizar os paulistas em torno do assunto e ampliar a procura por exames de diagnóstico e pela vacina contra a hepatite B, disponível na rede pública para crianças e jovens até 19 anos. Será desenvolvido projeto específico para evitar a transmissão da hepatite C entre usuários de drogas.

As hepatites virais são consideradas grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. O plano estadual deverá ampliar as ações de diagnóstico, prevenção e controle, para quebrar a cadeia de transmissão e evitar que essas doenças evoluam para quadros de cirrose ou câncer de fígado, potencialmente fatais.

Drogas e sexo sem proteção

Estudo de prevalência indica a existência, em todo o Estado de São Paulo, de aproximadamente 400 mil pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B e de 500 mil pelo da hepatite C. Até 2007, entretanto, foram notificados cerca de 5% de casos dessas hepatites em relação ao total estimado. As principais causas de transmissão são o uso de drogas e o sexo sem proteção.

São Paulo foi um dos primeiros Estados brasileiros a introduzir a vacinação de recém-nascidos contra a hepatite B, ainda na maternidade. Em 2006, foi pioneiro no retratamento com Interferon Peguilado em pacientes que não responderam à medicação convencional usada para hepatite C, além de introduzir o Adevofir no tratamento de pacientes com o vírus do tipo B.

Da Secretaria da Saúde

(M.C.)



10/30/2008


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