Plenário aprova voto de pesar pela morte de Fernando Sabino
O Senado aprovou nesta quarta-feira (13) requerimento de voto de pesar pela morte do escritor Fernando Sabino apresentado pelo senador Marco Maciel (PFL-PE). O voto de profundo pesar será enviado à família e ao governador do estado de Minas Gerais (onde Sabino nasceu), Aécio Neves (PSDB). Na presidência da sessão, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), ao aprovar o voto, determinou que, como parte integrante das homenagens, fossem inseridos em ata dados sobre a vida do homenageado.
Ao justificar seu requerimento, Maciel afirmou que não chegou a conhecer o escritor pessoalmente, mas foi, como muitos brasileiros, um leitor de suas obras. Destacou que o escritor, embora de temperamento retraído, se comunicava muito bem com seus leitores, "com seu estilo leve, quase machadiano". Lembrou que Sabino vendeu cerca de 3 milhões de livros, "o que é muito significativo no Brasil e comprova seu talento como escritor", ressaltando que o homenageado não foi apenas um ótimo romancista, mas também um excelente cronista e novelista.
Sobre sua obra mais conhecida, Encontro Marcado, Maciel leu trecho do escritor Ignácio de Loyola Brandão em que este afirma que "não seria cronista se não tivesse lido Sabino". Loyola, prosseguiu o senador, conclui que o livro impacta a literatura brasileira por se passar em Belo Horizonte, "uma das mais jovens capitais brasileiras". Maciel agregou ainda comentário do secretário de Cultura de Minas Gerais, Nascimento Silva, para quem a grande marca da obra, publicada em 1956, foi ser um dos primeiros romances urbanos, "imortalizando a capital mineira quando a literatura era predominantemente de enfoque rural".
O senador citou também O Grande Mentecapto, livro vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura, e destacou que, pelo conjunto de sua obra, Sabino ganhou o maior prêmio conferido pela Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Machado de Assis. Para o parlamentar, Sabino será mais conhecido agora, após sua morte.
Maciel apontou o caráter introvertido de Sabino, arredio a entrevistas e cultor da solidão, citando artigo publicado em maio por Wilson Figueiredo, que lembra ter Sabino reduzido ao mínimo seu contato com o mundo exterior após a morte de seus três melhores amigos, os também escritores Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino.
O senador salientou ainda uma característica pouco destacada do autor, seu forte catolicismo. Além de comungar assiduamente, era bastante caridoso, tendo destinado a instituições de caridade a quantia recebida com o Prêmio Machado de Assis e também seus instrumentos musicais - um de seus hobbies era tocar bateria.
13/10/2004
Agência Senado
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