PM auxilia criançada a reconhecer os malefícios das drogas
Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência comemora 15 anos
“Qual o efeito da bebida alcoólica no nosso organismo?”, pergunta o policial militar Gomes a uma classe de 20 alunos da 4ª série do ensino fundamental da Escola Estadual Professora Marina Cintra, no centro da cidade. Sem hesitar e bastante convictos, os estudantes acompanham o tema na cartilha e respondem: “fica doido”, “pode morrer”, “coloca a vida de alguém em risco” e “câncer”. Na seqüência, o instrutor indaga: “Vocês sabiam que muitos motoristas embriagados causam acidentes? De cada 100 jovens, 15 ingerem álcool, diz ele, referindo-se à estatística do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), que realizou pesquisa com adolescentes de 10 a 18 anos em dez estados do País.
A atividade foi a primeira experiência de Gomes numa classe e integra seu estágio para ingresso no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Mesmo assim, seu desempenho ilustra bem a atuação dos 665 soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo em sala de aula.
De forma lúdica, bem humorada e interativa, o instrutor continua a lição com o tema O álcool e você para ensinar que prevenção e conhecimento são as melhores alternativas para valorizar a vida.
Mudando comportamento – O Proerd completa 15 anos e tem motivos de sobra para comemorar. Desde 1993 atendeu 4 milhões de alunos do ensino fundamental (4ª série). A ação existe em todo o Brasil e 1 milhão de crianças (552 mil só em São Paulo) participaram no ano passado. Aqui, 18 mil salas de aula de 5.080 colégios públicos e particulares receberam o programa para prevenção às drogas. Hoje, atinge 80% dos municípios paulistas, agrada os pequenos e estimula mudança de comportamentos.
Iniciativa inspirada em programa norte-americano
“Gosto das aulas porque meu pai parou de beber e minha irmã, de 18 anos, largou o cigarro”, atesta Flavia Cristina Alves, 10 anos, estudante da 4ª série da turma do policial Gomes. Ela conta que o pai sempre foi responsável, mas “enchia a cara para esquecer os problemas”. A garota mostrou a cartilha do Proerd à família. “Leram que o álcool causa confusão, acidentes graves e mortes”, recorda a menina, ao contar satisfeita a adoção dos novos hábitos de seus parentes.
“Minha mãe via reportagens sobre os problemas do cigarro, mas não acreditava”, diz Michael Douglas de Souza, 10, da mesma classe. Mas quando o filho relatou em casa os malefícios do tabaco a partir do que aprendeu no colégio, ela decidiu abandonar o vício.
Futuro – O colégio Marina Cintra localiza-se próximo ao centro, região carente da cidade. Por isso, os alunos e seus familiares estão mais sujeitos a conviver com a violência, drogas, prostituição e carência afetiva. Na opinião da soldado Cristina Arcúrio Castelão, do 7º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, instrutora do Proerd desta escola há cinco anos, as aulas contribuem para escolares perceberem que a droga é ruim e por isso recusam seguir este caminho.
Para inspirar esta consciência, a policial utiliza material didático do programa, reportagens sobre ocorrências criminais e destaca as conseqüências negativas para infrator e sociedade. Das reflexões e conversas com os alunos, ela diz que incentiva: “Faça sua história. O que você quer para o futuro?” Do contato com os jovens, surgem relações de amizade: “Eles passam a enxergar o policial como amigo; alguns até me tratam como membro da família”. Nos corredores do colégio, a reportagem observou uma estudante que, ao notar a presença de Cristina, correu para cumprimentá-la e contar-lhe um episódio pessoal.
Para ilustrar a importância do Proerd, a soldado relatou o drama de um aluno cujo pai era usuário de droga e bastante agressivo. “Sugeri ao menino que abraçasse seu pai, quando estivesse sóbrio, e lhe dissesse que a maconha mata”, lembra. O apelo funcionou. Ele abandonou o vício e arrumou emprego. Na formatura do programa, o garoto foi reconhecido como destaque da turma.
Desde 2003, quando Cristina ingressou no colégio, 2 mil alunos já participaram e concluíram as aulas de prevenção às drogas.
“Aprendi a dizer não”
“Acho as aulas instrutivas porque aprendi a dizer não às drogas”, comenta Rodrigo Costa Uchôa Nascimento, 4ª série da EE Marina Cintra. O garoto de nove anos diz que nunca faltou às aulas e conta orgulhoso: “Já me ofereceram cigarro num parquinho. Disse não e fui embora. Aprendi a nunca abrir a porta de casa a desconhecidos e a respeitar meus pais”. No seu conceito, “o policial é legal porque respeita, brinca e ensina muito”.
SERVIÇO
Cadastro e informações para ingresso de escola pública
ou particular (alunos da 4ª série do ensino fundamental)
do Estado de São Paulo no Proerd pelo
e-mail [email protected].
Outra opção é procurar o Batalhão da PM mais próximo
Da Agência Imprensa Oficial
(M.C.)
06/19/2008
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