PMDB decide nesta quarta-feira indicação para Presidência do Senado



A bancada do PMDB no Senado reúne-se nesta quarta-feira (dia 19), às 11h, para definir quem será o candidato do partido à Presidência da Casa. A tradição do Senado é de que o partido com a maior bancada, atualmente o PMDB, ocupe o cargo. O líder do partido, Renan Calheiros (AL), disse que tentará convencer o ex-presidente José Sarney (AP), a aceitar a candidatura.

- Além de fortalecer o partido, ele pacifica o Senado Federal. Tenho trabalhado humildemente para que ele (Sarney) aceite - disse o líder.

O presidente em exercício do Senado, Edison Lobão (PFL-MA), disse que, apesar de não pleitear o cargo, Sarney admite ocupar a Presidência, caso não haja vetos de nenhuma corrente partidária da Casa.

- Se ele vai cumprir uma missão, precisa que todos estejam de acordo - explicou Lobão.

O líder do Bloco Oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE), negou que o PT tenha restrições à candidatura do ex-presidente da República. Ele informou que a bancada oposicionista só discutirá a questão quando o PMDB fizer oficialmente a sua indicação.

- Acho que o PMDB deve apresentar um nome que não signifique mais um round na luta entre Antonio Carlos Magalhães e Jader Barbalho. E tanto Sarney quanto Renan Calheiros parecem indicar isso - advertiu.

Dutra disse que os partidos da base governista querem jogar sobre a oposição o ônus de um veto a Sarney que, segundo ele, partiria do Palácio do Planalto.

O senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que a tendência da oposição é aceitar a indicação do PMDB, que é o partido majoritário do Senado, a menos que o nome sugerido não seja palatável. Segundo explicou, os partidos de oposição não irão, pelo menos publicamente, vetar nenhum nome, mas informarão ao PMDB o perfil que gostariam que o candidato peemedebista tivesse. "Respeitabilidade, estatura política e capacidade para restabelecer a imagem e a pacificação interna da Casa", definiu Jefferson Péres.

O senador Roberto Freire (PPS-PE) defendeu a escolha pelo PMDB de um nome de consenso. Segundo ele, alguns dos nomes cogitados pela imprensa atendem a esses requisitos. O senador lamentou que o PMDB não tenha indicado ainda o nome de seu candidato para o cargo.

Um dos pré-candidatos do PMDB, o senador José Fogaça (PMDB-RS) disse que a dificuldade de se escolher um nome a menos de 24 horas da eleição mostra que o partido está dividido. Fogaça se vê em condições de não só pacificar o PMDB, como acabar com a instabilidade no Senado. O senador voltou a advertir que retirará a candidatura, caso Sarney aceite disputar o cargo.

O senador José Alencar (PMDB-MG), que também pleiteia a Presidência, disse ter recebido do próprio Sarney a informação de que o ex-presidente não se candidatará, por não ser um nome de consenso no PMDB e nos demais partidos da base governista. Alencar admitiu manter sua candidatura, mesmo que Sarney também decida disputar a Presidência do Senado.

Em entrevista logo após ter renunciado à Presidência do Senado, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) informou que participará da reunião da bancada que apontará o nome do partido para o cargo.

18/09/2001

Agência Senado


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