Polícia Federal também vai investigar computadores do painel



A pedido do corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (PFL-SP), peritos da Polícia Federal também vão investigar os sete HDs (discos rígidos) dos computadores que alimentam o painel de votações secretas do Senado. Até hoje, só peritos da Universidade de Campinas (Unicamp) fizeram este trabalho e, mesmo assim, em cópias dos discos rígidos.

O primeiro-secretário, senador Carlos Wilson (PPS-PE), despachou nesta quinta-feira (dia 31) a autorização para a nova investigação. Para isso, ficou acertado que permanecerão no Senado cópias dos discos rígidos, as quais serão feitas na manhã desta sexta-feira (dia 1º), na presença de técnicos da Unicamp, do Centro de Informática e Processamento de Dados (Prodasen) e de integrantes da comissão administrativa que investigou a vulnerabilidade do painel.

O corregedor Romeu Tuma, ao justificar a nova perícia, afirma que técnicos da Polícia Federal encontraram fragmentos que podem ser de listas de votação no computador pessoal de Ivar Ferreira, o especialista do Senado que ajudou a mudar o programa do painel para obtenção da lista com os votos dados na sessão que cassou o senador Luiz Estevão.

Tuma quer a investigação por suspeitar que os fragmentos podem ser tanto da lista tirada no dia em que Luiz Estevão foi cassado quanto de alguma outra lista, retirada em outro dia, e até mesmo com possibilidade de se referir a outra votação secreta. Em depoimento ao Conselho de Ética, Ivar Ferreira disse que, após copiar em disquete a lista da sessão que cassou Luiz Estevão, no Plenário do Senado, levou o disquete para sua sala, no Prodasen, em outro prédio, onde imprimiu a lista. Tuma pediu a perícia no computador e em 56 disquetes encontrados na sala de Ivar e só no disco rígido do computador apareceram os fragmentos que podem ser de uma lista.

Em suas investigações, Romeu Tuma tenta encontrar prova material do crime de violação do painel. Para ele, que também faz parte do Conselho de Ética, a lista de votações seria prova num processo criminal. Até agora, os processos não saíram do âmbito político (renúncia dos senadores José Roberto Arruda e Antonio Carlos Magalhães) e administrativo (inquérito contra os funcionários do Prodasen).

31/05/2001

Agência Senado


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