Pomar adota novo nome e ganha mais parceiros
Programa poderá ser administrado por OSCIP
Pomar Urbano, este é o nome pelo qual o projeto de recuperação ambiental e paisagística ao longo do rio Pinheiros passa a ser conhecido. A mudança (tirando o “Projeto” do nome) foi proposta por considerar que, no seu oitavo ano, a experiência já está consolidada, incluindo as quase 400 mil plantas que florescem às margens do rio que atravessa uma das mais movimentadas vias expressas de São Paulo.
O anúncio foi feito durante a apresentação dos novos parceiros do programa, em evento realizado na terça-feira, 27, na sede de uma das sete empresas que passam a patrocinar o Pomar, o escritório de advocacia Pinheiro Neto. Os novos parceiros se somam a outras 16 empresas que já vinham apoiando a iniciativa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA), lançada em parceria com o Jornal da Tarde ainda no governo de Mário Covas e conhecida mundialmente, como referência de recuperação da paisagem urbana.
Com as novas adesões, o Pomar Urbano passa a contar agora com as parcerias das empresas Braskem, Tok&Stok, Mapfre Seguros, Bioplan, Pazetto, Rádio Eldorado e o escritório Pinheiro Neto-Advogados, além da EMAE, Johnson&Johnson, TV Globo, Natura, Bunge, Eletropaulo, Cosipa, CETESB, Credicard, Suzano Papel e Celulose, Cavo, CTEEP, Mantecorp, DT Engenharia, CPTM e Jornal da Tarde, que já participavam do programa.
“A alma precisa do verde” foi o ponto de inspiração para o responsável pela “repaginação do projeto”, como classificou Carlos Pazetto, idealizador do conceito que resultou no novo “layout” das placas e na logomarca do Pomar Urbano.
Entre antigos e novos participantes do programa, o entusiasmo demonstrado foi o mesmo. Ao falar das expectativas para a continuidade do programa e indicar avanços que podem ser obtidos, o anfitrião do evento, Alexandre Bertoldi, revelou a intenção de ampliar a participação das empresas, através da constituição de uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Como advogado de um dos maiores escritórios de direito do País, ele acredita na viabilidade da proposta que, segundo o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, já era a idéia inicial do projeto.
A proposta de manter o programa sem recursos públicos também foi lembrada por Fernão Lara Mesquita, do Grupo Estado, autor da concepção original do Pomar, como fórmula para garantir a continuidade do projeto em outras administrações, desburocratizando a utilização dos recursos, que ficam a cargo dos próprios parceiros e são aplicados diretamente em cada trecho administrado pela iniciativa privada.
A fórmula atraiu os primeiros patrocinadores e continua motivando novas parcerias, como demostram os diversos representantes das empresas associadas ao Pomar, todas com sede nas proximidades do Rio Pinheiros, o que torna os canteiros que cultivam como uma espécie de extensão de suas instalações. Essa foi a motivação expressa por Ghislaine Dubrule, vice-presidente da Tok&Stok, uma das novas parceiras que tomou a iniciativa de procurar a SMA para se associar ao projeto.
A adesão em alguns casos teve também motivos estratégicos, como revelou o presidente da CTEEP – Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, José Sidnei Colombo Martini. Segundo ele, a ocupação dos canteiros pela vegetação garante proteção extra aos fios e cabos que atravessam o subsolo das margens do rio e dão segurança à distribuição de energia para grande parte da capital.
O início, porém, não foi tão fácil como lembrou Helena Carrascosa, que dirigiu o projeto desde os seus primeiros anos, e Arnaldo Rentes, responsável por sua concepção paisagística. Do convencimento dos responsáveis pelas áreas lindeiras ao rio – EMAE, Eletropaulo e CPTM, à conquista das parcerias, os pioneiros do projeto tiveram que enfrentar também a descrença com o resultado que uma área tão devastada pudesse apresentar.
Por isso, sem falsa modéstia, Helena se declarou orgulhosa dos resultados que hoje enchem os olhos de quem passa pela marginal Pinheiros, assim como pelo fato do projeto contribuir também para a população não sentir vergonha do rio, que por muito tempo predominou na paisagem apenas como um canal de esgoto a céu aberto. O ponto mais importante lembrado por Helena, no entanto, foi a satisfação em fazer parte do projeto, demonstrada por cada um dos 1.300 trabalhadores braçais que passaram pelo Pomar, contribuindo para a implantação dos 22 quilômetros de canteiros nas duas margens do rio.
O início do programa, assim como seus pioneiros, foram homenageados por Xico Graziano, que se revelou imediatamente contagiado pelo entusiasmo demonstrado por antigos e novos colaboradores, incluindo técnicos da SMA e os trabalhadores braçais que encontraram no Pomar a oportunidade de ocupação e formação profissional. Para o secretário do Meio Ambiente, o grande desafio agora é conseguir estender o projeto para outros rios urbanos em diversos municípios do Estado de São Paulo.
Eli Serenza
Da Secretaria Estadual de Meio Ambiente
(I.P.)
11/30/2007
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