Porto de Itajaí lidera movimento de contêineres








Porto de Itajaí lidera movimento de contêineres
O porto de Itajaí, em Santa Catarina, liderou o crescimento na movimentação de contêineres em 2001, em comparação com os demais portos da Região Sul. Itajaí movimentou 232.648 TEUs (Twenty Equivalent Unit - unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés), superando em 38,13% a movimentação desse tipo de carga no ano de 2000, que ficou em 166.421 TEUs. Paranaguá (PR) registrou uma alta de 15,4%, passando de 252.679 TEUs em 2000 para 291.649 TEUs em 2001. Rio Grande chegou a 360.966 TEUs, 13,6% a mais do que no ano anterior, segundo estatísticas divulgadas ontem pela Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP).

No porto de São Francisco do Sul (SC), o crescimento foi de 13,14%, atingindo as 110.245 TEUs em 2001 contra os 98.056 em 2000. Segundo o presidente da ABTP, Wilen Manteli, o excepcional crescimento em Itajaí está relacionado à melhora da qualidade dos serviços prestados no porto, à atração de mais armadores e à disputa ferrenha com o porto de São Francisco do Sul, "o que é extremamente benéfico para o exportador e importador", diz. Em quantidade, porém, o porto de Santos continua líder, com 1.054.435 TEUs, seguido do Rio Grande, com 360.966 e de Paranaguá, com 291.649 TEUs.

Em Santa Catarina, Itajaí é líder na movimentação total de cargas. Enquanto o porto itajaiense movimentou 2,7 milhões de toneladas no ano passado, ante os 2,06 milhões de 2000 (incremento de 31%), a movimentação total do Porto de São Francisco do Sul passou de 4,62 milhões de toneladas para 4,71 milhões de toneladas (incremento de 2%) e a movimentação de Imbituba despencou de 1,56 milhão /t de cargas para 1,05 milhão de toneladas (retração de 9,28%).

Para o superintendente do porto de Itajaí, Amílcar Gazaniga, o crescimento diferenciado dos registrados nos demais terminais do Estado e Sul do País é resultado de investimentos maciços na infra-estrutura do porto, assim como pelas estratégias adotadas para incrementar as operações no terminal. "Itajaí adotou nos anos de 2000 e 2001 políticas mais agressivas para buscar novos exportadores e também para a ampliação dos serviços na cidade, oferecidos pelas empresas armadoras. Isso resultou em tarifas altamente competitivas, podendo, inclusive, serem comparadas as dos principais portos internacionais", acrescenta o diretor comercial do porto, Martin Schmeling.

Para este ano, Gazaniga espera que o crescimento no terminal de contêineres ultrapasse os 15%. O terminal foi arrendado no ano passado para a construtora paranaense Andraus que criou o Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí (Teconvi). O Teconvi vai investir US$ 40 milhões em três anos. Assumiu as atividades no início de janeiro deste ano e já adquiriu vários equipamentos para agilizar as operações portuárias.

O diretor da Teconvi, Jonny Kaniak, diz que já foram adquiridas sete empilhadeiras finlandesas da marca Kallmar, modelo reachstacker e com capacidade para movimentação de 45 toneladas cada uma. Para março de 2002 está previsto o início das operações de dois guindastes modelo móbile crane no Tecon do Porto de Itajaí. O diretor da Teconvi Randy Rodrigues Silva diz que os investimentos nos equipamentos somam US$ 6 milhões, o equivalente a cerca de R$ 15 milhões. Segundo Kaniak, os guindastes móbile crane ampliarão a movimentação de contêineres em cerca de 50%. "A operação atual é de nove a dez movimentos hora. Com os guindastes novos, a partir de março passará para 14 a 15 movimentos hora", diz o diretor. Além disso, explica Kaniak, os equipamentos possibilitarão que o Porto também opere com navios que não dispõe de guindastes de bordo. "O que é fundamental, uma vez que os novos cargueiros estão vindo com menos equipamentos, para aumentar a capacidade de cargas", afirma.

Também estão programados para 2002 os investimentos iniciais no novo terminal. Já foram iniciadas as desapropriações de uma área de 73 mil metros quadrados no centro da cidade, com a desapropriação do prédio da Prefeitura da cidade. A Teconvi deu início ao projeto de engenharia do novo cais, cujas obras serão iniciadas assim que as áreas adjacentes ao porto estiverem desapropriadas.

Já o porto de São Francisco do Sul iniciou o ano de 2002, com ótimas perspectivas de incremento em sua movimentação. No mês de janeiro, teve um incremento de 11%, em sua movimentação de carga em relação ao mesmo mês do ano anterior, apresentou índices 21% superior na movimentação de contêineres e 38% no número de navios atracados no cais comercial. Na movimentação de carga de importação, o volume acrescido chega a 29%, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

"Como os números mostram, e com os investimentos previstos para este ano em infra-estrutura e equipamentos, que com certeza viabilizarão uma maior competitividade e produtividade dentro da atividade portuária, é bem provável, que o mesmo deverá fechar o ano de 2002, com uma movimentação superior a 5,5 milhões de toneladas", diz o diretor geral do porto, Marcelo Salles.

As operadoras do Porto de São Francisco do Sul também começaram a movimentar as cargas com equipamentos novos, guindastes e empilhadeiras que vão reduzir pela metade o tempo de permanência dos navios do cais. A WR Operadores Portuários, joint venture entre as empresas Wilport Operadores Portuários S/A e Rocha Top Terminais e Operadores Portuários Ltda., líder na movimentação de contêineres no Porto de São Francisco do Sul investiu US$ 4 milhões e a Cargolink montante semelhante.

Segundo informações do diretor da WR, Jorge Henrique Sampaio, a movimentação normal no porto já saltou de 20 contêiner/navio/hora para 30 contêiner/navio/hora. "A perspectiva é de dobrar os movimentos, chegando a 40 contêiner/hora", diz. No ano passado, segundo o diretor geral do porto de São Francisco, Marcelo Werner Salles, o porto movimentou 176 mil TEUs contra 170 mil TEUS em 2000. Salles diz que com os novos equipamentos, o tempo do navio no cais caiu mais de 50%. "Um navio que permanecia atracado pr 12 horas, por exemplo, hoje fica cinco".

A WR iniciou as operações em junho de 1998 e hoje é responsável por 80% da movimentação de carga em São Francisco. Os guindastes adquiridos são do tipo Mobile Harbour Crane, modelo MHC 300E, marca Gottwald, de operação diesel-elétrica com capacidade para 100 toneladas.

"O modelo de equipamento é da mais alta performance em sua classe no Brasil", diz Sampaio. A WR colocou também em atividade quatro novas empilhadeiras para agilizar as operações de carga e descarga dos contêineres recebidos dos exportadores e no carregamento das unidades a serem retiradas pelos importadores.


O girassol colorido de Londrina
O girassol ornamental, que hoje se apresenta apenas na versão de pétalas amarelo-laranja vai ganhar nove cores novas. No segundo semestre deste ano, a unidade de Londrina (norte do Paraná) da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) começará a colocar no mercado as primeiras sementes de girassóis multicoloridos.

As novas cores - vinho, ferrugem, ferrugem claro, rosa, rosa claro, amarelo-limão de centro claro, amarelo-limão de centro vermelho, mesclado com meia pétala laranja e meia vermelha e amarelo de centro escuro com pétalas avermelhadas - são resultado de cruzamentos genéticos que duraram seis anos e custaram cerca de R$ 120 mil. "Para se chegar ao vinho, por exemplo, foram necessários 27 cruzamentos", conta o engenheiro agrônomo Marcelo Fernandes de Oliveira, responsável pelo trabalho.

Além das cores obtidas, a pesquisa retirou o pólen das flores, para evitar que os arranjos decorativos sujem as toalhas das mesas onde serão colocados. Todas as variedades ornamentais disponíveis hoje, na maior parte importadas, possuem pólen. A retirada d o pó (que é o gameta masculino das plantas) foi uma sugestão de donos de floriculturas.

Planta originária dos Estados Unidos, o girassol tem dificuldade de adaptação ao clima brasileiro, geralmente mais quente e úmido. Segundo Oliveira, as variedades coloridas desenvolvidas na Embrapa são resistentes ao alternaria helianthi, fungo que "queima" parte das flores expostas à alta temperatura e à umidade.

A imunidade a esse fungo permitirá, de acordo com o pesquisador, que o girassol seja cultivado em qualquer região brasileira, em campos abertos, sem a necessidade de estufas. "Queremos oferecer uma alternativa de produção para pequenas propriedades", diz Oliveira. De acordo com ele, será possível implantar uma produção comercial da flor em apenas 2,5 mil metros quadrados, área equivalente a 25% de um hectare.

O engenheiro agrônomo Gervásio Vieira, da Emater -órgão de assistência técnica e extensão rural da Secretaria Estadual da Agricultura- em Londrina, explica que, apesar de ocupar pequenas áreas, o cultivo de flores exige conhecimento técnico e grande investimentos em tecnologia. "O mercado é exigente e descarta o produto com a menor falha."

Para desenvolver as novas variedades ornamentais, a pesquisa alterou o tamanho das plantas e flores e até a posição das flores. Enquanto a espécie cultivada para a produção de óleo (cujas flores são laranjas de centro escuro) mede até 2,3 metros, as ornamentais não passam dos 70 centímetros. As flores para decoração têm um diâmetro menor (de 3 a 5 centímetros, contra 18 a 22 centímetros) e sua posição é mais ereta.

O mercado paranaense para o girassol tem enormes perspectivas de crescimento. A flor nem aparece na lista das espécies cultivadas no estado no cadastro da Emater. Além disso, o Paraná importa pelo menos 90% de todas as flores e plantas ornamentais que consome.

"Qualquer coisa que for cultivada com qualidade terá mercado. Principalmente algo como o girassol, que é diferente e muito bonito", afirma Erica Mielke, engenheira agrônoma da Emater em Curitiba, especializada em floricultura. No exterior, o girassol é considerado uma das flores da moda. Um buquê com seis unidades chega a custar US$ 36,00 na Europa.

A primeira demonstração pública das variedade coloridas está ocorrendo no Show Rural Coopavel, evento de difusão de tecnologia agropecuária que a Cooperativa Agropecuária de Cascavel (oeste paranaense) realiza até hoje. Agora, o trabalho da Embrapa se concentra na produção de sementes em escala comercial. A previsão é de que, até o final do ano, todas as nove variedades estejam disponíveis ao produtor.


Estado importa 90% das flores que consome

O Paraná produz atualmente, no máximo, 10% das flores que consome. A estimativa é da Emater, órgão da Secretaria Estadual de Agricultura. Em 600 mil metros quadrados de campo aberto e 215 mil metros quadrados de estufas são produzidos anualmente 2 milhões de vasos, 500 mil maços e dúzias e 2 milhões de mudas para forração.

O levantamento foi realizado em junho do ano passado pela Emater, em parceria com o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). A conclusão mais importante é de que o consumo estadual é cerca de nove vezes maior que a produção. O volume financeiro movimentado não foi apurado.
No Estado, há cerca de 150 produtores comerciais, que empregam apenas 500 pessoas. Os principais pólos de cultivo são, pela ordem, as regiões de Guarapuava (centro-sul do estado), Curitiba, Londrina e Maringá (norte). As espécies mais plantadas são violeta, crisântemo, rosa e gérbera.

Embora iniciante, o setor de flores no Paraná começa a acompanhar uma tendência mundial de crescimento, que no Brasil oscila entre 10% e 15% ao ano. Enquanto no País o consumo per capita de flores e plantas ornamentais é de US$ 4 anuais, ele chega a US$ 25 na Argentina e US$ 50 na Holanda. O mercado mundial do setor movimenta US$ 16 bilhões anuais. No Brasil, a produção se concentra nas regiões de Holambra e Atibaia, no Estado de São Paulo.

A produção paranaense, no entanto, já experimenta um crescimento. Na região metropolitana de Curitiba, a área plantada em estufas cresceu 48% em 2001, atingindo 41 mil metros quadrados. Em Guarapuava, o crescimento da área plantada no ano passado foi de 25%, atingindo 75 mil metros quadrados de estufas. A produção cresceu 20%.

Nessa última região, a produção se concentra em Entre Rios, distrito de Guarapuava, e é estimulada pela Cooperativa Agrária Mista Entre Rios. "Virou uma opção a mais de renda para as famílias", afirma Anita Milla, coordenadora do Projeto Agroflores, criado há três anos e que hoje conta com 24 produtores. A maioria dos cultivos é comandada por mulheres de cooperados.
Segundo Erica Mielke, agrônoma da Emater especializada no tema, as revendedoras do Paraná preferem a produção local, porque as flores chegam ao comércio mais frescas e aclimatadas.


Livrarias Curitiba abre primeira loja em Porto Alegre
A Livrarias Curitiba, rede paranaense que possui 13 lojas no Paraná e em Santa Catarina, abrirá, na primeira semana de março, sua unidade do Rio Grande do Sul. É o principal passo de consolidação da empresa como a maior cadeia de livrarias do Sul do Brasil. Instalada no shopping center Iguatemi, em Porto Alegre, consumiu R$ 2 milhões em investimentos para funcionar numa área de 500 metros quadrados (m²) e será inaugurada como Livrarias Porto.

Selecionado em uma pesquisa com consumidores locais, o nome é uma tentativa da rede de garantir sua penetração num mercado acostumado à livrarias tradicionais, como a Globo e a Sulina. "O Rio Grande do Sul tem excelentes livrarias e consumidores acostumados com elas. Ingressar com o nome Curitiba não funcionaria", declara Leoni Pedri, diretora comercial da empresa.

Agora, a rede tem lojas com três nomes diferentes - 10 Livrarias Curitiba (nove em Curitiba e uma em Joinville), três Livrarias Catarinense (em Florianópolis), e a recente Livrarias Porto, de Porto Alegre. A diretora admite que manter três denominações distintas provoca problemas de mídia, principalmente durante campanhas promocionais, por causa da necessidade de alterar a programação visual de folderes mensais com as ofertas e de não poder ter um projeto uniforme de propaganda para todos os Estados. Ela afirma que a direção da empresa não descarta a possibilidade de, "um dia", a cadeia ter um único nome.
"Mas é claro que é muito difícil uma mudança deste porte, porque estamos há quase 40 anos no mercado paranaense como Livrarias Curitiba", diz. Enquanto não unifica, a rede prossegue seu projeto de regionalização, deixando momentaneamente de lado o plano de entrar em São Paulo, o maior mercado do País, onde a empresa tinha a intenção de montar uma loja até dezembro do ano passado. "Decidimos primeiro concentrar esforços no Sul, onde já temos uma posição forte", explica Leoni.

A rede estava negociando um espaço em um shopping center na capital paulista, mas resolveu inverter suas prioridades, embora São Paulo seja o mais rentável dos mercados e a empresa tenha feito uma pesquisa apontando aquele Estado como o mais indicado. É lá, segundo a Associação Nacional de Livrarias (ANL), que são vendidos seis de cada 10 livros impressos no Brasil, quatro deles na capital.
Ao contrário das outras localizadas no Paraná e em Santa Catarina, a unidade de Porto Alegre será reabastecida por empresas terceirizadas. "Estamos fazendo uma mudança logística por causa da distância entre a nova livraria e os nossos centros distribuidores", observa a diretora. Os estoques das lojas paranaenses e catarinenses são entregues diariamente por caminhões próprios abastecidos nas distribuidoras locais.

As últimas expansões do grupo ocorreram em Curitiba, com a abertura no ano passado de uma megastore de 1 mil m² e 100 mil títulos no Pollo Sh op Estação, e a reinauguração de sua principal e mais movimentada loja, situada na rua XV de Novembro, centro da capital. Com 600 funcionários, mais os 35 que trabalharão na unidade portoalegrense, a empresa se preparou no mês passado para seu melhor momento: a volta às aulas. Neste período, o número de funcionários salta para 1 mil e as vendas de material escolar passam de 20% para 35% da receita total. Neste mês, a direção tenta se aproximar ainda mais deste segmento, introduzindo alterações na livraria do Pollo Shop Estação para ampliar o atendimento à professores universitários, com internet gratuita e espaço e descontos especiais.


Executivos de supermercados têm curso superior especializado
Um curso superior feito na medida da necessidade dos supermercadistas brasileiros foi criado e implantado pela Associação Catarinense de Supermercados (Acats) em Santa Catarina. A entidade vai apresentar o modelo de currículo no próximo dia 20, na Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para que ela estenda o curso aos demais estados brasileiros, por intermédio de seus associados. A Acats implantou o primeiro curso na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em 1999, e hoje ele existe em cinco instituições de ensino superior. “Santa Catarina é, ainda, o único estado a dar formação específica em administração de supermercados em suas universidades e, por isso, a Acats vai entregar o modelo de currículo para a Abras disseminá-lo no País”, diz o vice-presidente de Recursos Humanos da Acats, Atanázio dos Santos Neto.

Neto afirma que o curso é dirigido às chefias e cargos técnicos. “Até então os nossos líderes do setor, em função da atividade exigir extensa carga horária, não tinham mais do que o ensino médio”, afirma. Hoje, segundo Neto, que coordenou o processo de implantação do curso nas universidades em 1999, os supermercados não só exigem que os funcionários freqüentem o curso, como o subsidiam e flexibilizam o horário de trabalho.

A primeira turma formou-se em dezembro do ano passado, na Universidade do Vale do Itajaí (Univali). A segunda turma forma-se em março na Universidade do Oeste Catarinense (Unoesc), em Joaçaba. Em andamento, estão os cursos na Universidade do Extremo-Sul Catarinense (Unesc), a segunda turma da Univali, em São José e turmas na Unesc, em Criciúma, Unisul, em Tubarão e na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), em Lages.

Já são 78 os profissionais formados em administração de supermercados, segundo Neto. Ele diz que estes funcionários saíram com outra visão de gestão dose negócios, “que passaram a conduzir com mais organização e planejamento”. Entre as disciplinas abordadas estão planejamento financeiro, relações trabalhistas, cenários econômicos, marketing de varejo, marketing aplicado, e relações com os clientes.

“Diante de um ambiente imposto pelo ritmo frenético das mudanças, a rápida evolução tecnológica, juntamente com o novo paradigma da consciência plena de que o cliente é que dita as normas e regras do mercado, a educação assume, neste contexto, uma imensa importância”, diz Neto. O dirigente diz que a necessidade de agregar valor aos produtos ou serviços colocados à disposição do cliente e a necessária diferenciação estratégica do setor, no sentido de buscar-se diferenciais competitivos fez com que a Acats, em conjunto com a Abras, criassem instrumentos que lhe propiciassem condições de coordenar positivamente o processo de qualificação em nível de terceiro grau para os profissionais supermercadistas.

Segundo ele, a crescente implantação de cursos superiores de formação específica na área supermercadista, seja por iniciativa das instituições de ensino superior ou via parceria com as associações estaduais, vem ocorrendo de maneira aleatória e enfrentado uma série de dificuldades. “Isso ocorre devido à inexistência de políticas e diretrizes claras e padronizadas, orientadas por uma entidade maior e representativa do setor, visando a consolidação de uma matriz curricular que atenda, efetivamente, às necessidades dos profissionais e que sirva de parâmetro norteador a outras iniciativas”, comenta.

Foi por isso, diz Neto, que no ano passado, durante a Exposuper, em Florianópolis, o presidente da Abras, José Humberto Pires de Araújo, e o presidente da Acats, João Batista Lohn, assinaram um protocolo de intenções, que objetivou o desenvolvimento de ações conjuntas voltadas ao aprimoramento contínuo da educação superior do setor supermercadista. “Daí nasceu o Projeto Político Pedagógico Único de Cursos Superiores de Formação Específica em Administração de Supermercados, com uma matriz curricular mãe, que agora servirá como parâmetro comum à implantação dos futuros cursos superiores do setor”, diz Neto.


Jaraguá do Sul e São Bento recebem gás da Bolívia este ano
A Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás), empresa que distribui o gás natural no estado, assina hoje o contrato para a construção do ramal de 65 quilômetros de extensão que levará o combustível importado da Bolívia de Jaraguá do Sul a São Bento do Sul, no planalto norte do estado.

No total, o projeto vai consumir R$ 21 milhões – R$ 5 milhões que já foram gastos em tubos e R$ 16 milhões que serão destinados às obras. O projeto, que ficará à cargo das empreiteiras OS Serviços e Construtora Anápolis, deve estar pronto em sete meses.

Segundo fontes da companhia, a construção do ramal causou discussões entre os acionistas. Isso porque, apesar do tamanho do desembolso previsto, não há nenhum contrato de fornecimento assinado com empresas da cidade. Recentemente, quando decidiu tirar do papel o ramal de R$ 11 milhões (44 quilômetros) que chegará a São Francisco do Sul, a SCGás já tinha garantido o contrato com a Usinor, siderúrgica que vai consumir 100 mil metros cúbicos diários de gás.

O presidente da SCGás, Luiz Gomes, diz que a decisão não enfrentou resistências. Ele admite, no entanto, que os sócios da distribuidora de gás solicitaram um trabalho mais intenso de vendas na área enquanto as obras estiverem sendo feitas. “Nosso pessoal vai incrementar as visitas aos potenciais clientes. Afinal, há empresários que não compram o combustível por falta de conhecimento”. A SCGás tem como sócios o governo do estado, a Petrobras Distribuidora S/A, a Enron, e a Infragás, sociedade formada por 111 companhias do Paraná e de Santa Catarina.

Além das ações comerciais, Gomes diz que a região é atrativa por concentrar uma série de potenciais clientes. Entre eles estão a Oxford, fabricante cerâmicas de mesa, a Tuper, que produz escapamentos para automóveis, a moveleira Rudnick e a têxtil Buddemeyer. “Ainda não temos nada acertado, mas já conversamos com todas essas empresas”, diz.

Não bastasse isso, afirma Luiz Gomes, a chegada do gás natural à região pode estimular novos negócios. “Os dutos passarão por uma área rica em caulim, matéria-prima utilizada na indústria cerâmica. Hoje, porém, o minério é extraído da região e transportado sem passar por qualquer processamento. Com o combustível por perto, tivemos a informação de que há interessados em instalar unidades de beneficiamento de caulim na vizinhança de São Bento do Sul”.

O presidente da Infragás e da Oxford, Otair Becker, concorda. “A cidade tem demanda superior a várias outras contempladas com o insumo no estado de Santa Catarina. Somente a Oxford vai consumir imediatamente 30.000 metros cúbicos diários”. Segundo ele, a chegada do produto à região também terá importância social. “Será um dos mais importantes fatores para a retomada do desenvolvimento do planalto norte”.

Os R$ 21 milhões gastos nas obras de São Bento do Sul representam pouco menos da metade do total de desembolsos previstos pela SCGás para o ano. No total, segundo o p residente da empresa, deverão ser investidos R$ 50 milhões em projetos de expansão até o fim do ano. Metade dos recursos para as obras virão do caixa da própria empresa. Os 50% restantes serão garantidos por financiamento tomado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no ano passado.


Servidores paranaenses ganham gratificação de R$ 100 por mês
O governador Jaime Lerner encaminhou ontem à Assembléia Legislativa proposta de concessão de Gratificação de Produtividade no valor de R$ 100 por mês aos funcionários públicos ativos do Quadro Geral do Estado. “Entendemos que essa é a configuração correta para corrigir distorções salariais que já vêm ocorrendo ao longo do tempo”, afirmou o secretário da Administração, Ricardo Smijtink.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que estabelece limites para os gastos com pessoal em até 60% das receitas líquidas tem impedido o governo de conceder aumento ao funcionalismo publico. Segundo Smijtink a capacidade de mobilização aumentou, mesmo sem reajuste salarial, em 114% a folha de pagamento. São funcionários de categorias que tem quadro próprio com planos de carreira.
Fazem parte do quadro geral do estado, 22,9 mil funcionários que poderão receber o benefício conforme a assiduidade, caso de 30 dias trabalhados sem faltas e atrasos. “A estrutura do estado precisa que o pessoal de base esteja sempre a disposição para atender todas as áreas”, disse Smijtink.

Os 1.824 policiais civis das categorias de base também serão beneficiados, equiparando a Policia Militar que já dispõe do benefício. Os policiais civis que atuam na guarda de presos nas delegacias receberão uma gratificação de 130% sobre o salário base que hoje varia entre R$ 300 e R$ 350. O percentual é o mesmo assegurado aos agentes penitenciários e policiais militares que fazem a guarda externa nos presídios. “A gratificação é justa já que trata-se de uma atividade de risco”, analisou o secretário.

O acréscimo mensal de R$ 2,290 milhões na folha de pagamento sairá do Tesouro do Estado e segundo Smijtink já estava previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Para Smijtink o momento é oportuno com a maior arrecadação do estado e consequentemente melhora nas receitas. Melhora essa que poderá vir principalmente da possibilidade do aumento da alíquota do ICMS de 17% para 18% e ainda com o recolhimento do ICMS das empresas do pólo automotivo instaladas nos últimos quatro anos. Na guerra fiscal para atrair empresas o Paraná abriu mão do ICMS pelo prazo de 48 meses. O recolhimento começa a ser feito em 2002 e com correção monetária.

Embora seja uma gratificação o benefício será incorporado de forma permanente nos salários por se tratar da aprovação de uma lei, só não é considerado na aposentadoria. O secretário da Administração afirmou que a concessão da gratificação não impede a implantação de um plano de Cargos e Salários do Funcionalismo, o que pode ocorrer antes do período eleitoral.


Artigos

Propaganda, ética e comunicação integrada
José Dionísio Rodrigues*

Recentemente, em palestra para universitários de comunicação sobre o “Novo Perfil dos Profissionais de Propaganda”, deixei claro alguns pontos que gostaria de compartilhar com o mercado.

Depois de 30 anos de inspiração e transpiração, continuo com milhares de perguntas na cabeça e apenas algumas certezas: não somos apenas profissionais de propaganda, somos estrategistas e profissionais de comunicação integrada. A nossa principal missão é gerar idéias, estratégias e táticas de comunicação integrada para levar marcas ao coração e à mente dos consumidores e dos públicos que, direta ou indiretamente, influenciam a decisão de uso e de compra.

Disso eu tenho absoluta convicção. Tanta certeza, que estou até me tornando um pregador, um “chato” na defesa intransigente dessa crença.

Por que essa determinação?
Porque é muito fácil falar em comunicação integrada, mas muito, muito difícil praticar esse discurso. Só mesmo com persistência, acredito que possamos nos preparar e qualificar os novos profissionais para enfrentar esse atual e desafiador cenário de batalha de tantas e tantas marcas de produtos e serviços em busca do coração e da mente dos consumidores.

E por que é tão difícil qualificar os profissionais de agências e de anunciantes? Porque falta humildade para aceitar que não conhecemos bem todas as áreas da comunicação (Propaganda, Relações Públicas, Assessoria de Imprensa, Design Gráfico, Merchandising, Marketing de Relacionamento, Promoções, Eventos, Endomarketing, Comunicação Digital e outras importantes ferramentas). E porque também faltam alguns princípios éticos, sem os quais é extremamente difícil manter relacionamentos plenos e confiáveis.

Acredito ser este o momento de cristalizarmos essa crença em nossa missão de construtores de marcas, por meio da comunicação integrada, e fundamentarmos nossos relacionamentos (anunciantes, agências, veículos, fornecedores, parceiros estratégicos) em transparência, em fidelidade, em compromisso por resultados, buscando chegar à plenitude nas parcerias.

Considero saudável e fundamental acabar com as concorrências predatórias, especulativas (algumas até por job), onerosas e desgastantes para clientes/anunciantes e agências. Melhor seria selecionar a nova agência ou outros parceiros de comunicação de forma ética e respeitosa, que consiste em conhecer profundamente o pensamento das agências e de seus profissionais, visitando-os, recebendo-os, conversando com veículos, fornecedores e clientes. Como se faz quando se escolhe um médico, um advogado, um arquiteto, um dentista, um consultor de estratégia, de marketing, etc.

É também essencial implantar uma visão de longo prazo (life time value), pois só assim podemos ser eficientes e igualmente generosos. A visão de curto prazo produz relacionamentos selvagens, imaturos, descompromissados com resultados duradouros.

Por isso, neste novo milênio, todos nós, profissionais de comunicação, agentes essenciais de desenvolvimento socioeconômico, devemos refletir profundamente sobre a nossa missão. Dessa reflexão, é fundamental fazer brotar um compromisso sério com a geração de idéias de comunicação integrada, que respeitem a inteligência do consumidor e se traduzam em resultados para todos os parceiros, mas sem jamais ceder à tentação de violentar os princípios éticos que regem nossa vida e nossa atividade

  • Publicitário, jornalista, sócio-diretor da OpusMúltipla Comunicações, vice-presidente do SINAPRO (Sindicato das Agências de Propaganda do Paraná) e membro do Conselho de Ética do CENP


    Colunistas

    NOMES & NOTAS

    Eco Nacional
    O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), José Carlos Gomes de Carvalho, o Carvalhinho, assumirá em abril a presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A prioridade da sua agenda: discutir com as federações de cada estado do país uma proposta única a ser apresentado aos presidenciáveis.

    Capital social
    Sexta-feira, 21 horas: o posto de gasolina de bandeira BR, no alto da rua Vicente Machado, é assaltado. A 2 km de distância, na avenida Princesa Isabel, porteiro e morador do edifício Princesa Isabel são rendidos e amarrados por outro assaltante. A outrora pacata Curitiba absorve e assume placidamente a sua cota diária de violência crescente.

    Tubos
    Foz de Iguaçu, a mais importante cidade turística da região sudoeste paranaense, terá R$ 1,4 milhão para aplicar em seu sistema de transporte coletivo. Serão construídos 21 estações-tubo semelhantes às existentes em Curitiba e que também são importadas pela cidade de Los Ângeles. < BR>
    Apoio
    O presidente da Assembléia Legislativa gaúcha, deputado Sergio Zambiasi (PTB), recebeu ontem representantes da Associação dos Pilotos da Varig, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos, acompanhados da senadora Emília Fernandes (PT). A comissão solicitou o apoio do Parlamento gaúcho na busca de soluções para a crise que a empresa aérea vem enfrentando, com demissões de funcionários e problemas financeiros. Os representantes dos pilotos da empresa, que nasceu no Rio Grande do Sul, querem a preservação da Varig. O presidente da Confederação, Edson Martins Areias, disse que a preocupação dos pilotos e com a continuação das atividades da empresa e com a manutenção dos postos de trabalho.

    PMAT
    O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) aprovou suas duas primeiras operações no âmbito do Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT/BNDES), para as Prefeituras de Lagoa Bonita do Sul e Bagé, no Rio Grande do Sul. O PMAT, lançado pelo BNDES em setembro de 1997, tem como objetivo apoiar a modernização da administração tributária e a melhoria da qualidade do gasto público nas áreas de administração geral, assistência a crianças e a jovens, saúde e educação dos municípios. Buscando se tornar agente repassador do PMAT, o BRDE preparou-se durante o ano de 2001 com estudos e treinamentos específicos aos seus técnicos em desenvolvimento. Hoje, é o primeiro agente financeiro não-mandatário a enviar operações PMAT para o BNDES. Para ocorrer a liberação dos recursos das Prefeituras de Lagoa Bonita do Sul e Bagé, os projetos de modernização da gestão municipal deverão agora ser aprovados pelo BNDES e pela Secretaria do Tesouro Nacional, conforme estabelecem as Resoluções 40 e 43, do Senado Federal, de dezembro de 2001.

    Crítica
    O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Renan Proença, disse que o desempenho da indústria gaúcha, que cresceu 4,17% em 2001, seria muito maior caso o Estado tivesse um projeto abrangente de desenvolvimento, continuando a atrair investimentos. Ao anunciar a perfórmance industrial do ano passado, Proença, lamentou que os desequilíbrios regionais “ameacem tornar-nos um rio pequeno do sul”. Para ele, a timidez do Fundopem, mais a permanente ameaça de aumento de impostos, inibem os investidores e tornam outras regiões mais competitivas, fazendo migrar empreendedores e, com eles, as oportunidades, os empregos e a renda.

    Arroz
    Será realizado no dia 20 de fevereiro próximo, em Porto Alegre, o 1º COMARROZ – Encontro de Debates de Políticas de Comercialização de Arroz (safra 2001/2002), promovido pela Bolsa de Mercadorias do Rio Grande do Sul (BMRS) e Fundação Nacional do Arroz (FUNDARROZ). O evento contará com a participação de integrantes da cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Uruguai e Argentina, além de autoridades estaduais e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de Brasília. Segundo explicou o presidente da FUNDARROZ, Antônio Eloi Ferriche Paz, o grande objetivo do encontro é a discussão, com os técnicos do MAPA, das regras que serão adotadas pelo governo para sustentar os preços do arroz da safra 2001/2002 nesta fase inicial de comercialização que se processa a partir deste mês de fevereiro, prolongando-se até abril.

    Investimento
    O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) da capital gaúcha publica hoje edital para contratar empresas interessadas em realizar obras de infra-estrutura no Condomínio Ilha do Sol e serviços de urbanização nas vilas Tronco Neves e Caixa D’Água, na Zona Sul da cidade. O empreendimento soma no total R$ 993 mil, financiados com recursos do Município.

    Queda
    O faturamento da indústria calçadista brasileira com operações no exterior em janeiro deste ano foi 10% menor em relação ao primeiro mês de 2001. Segundo os dados preliminares obtidos pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) junto à Secretaria de Comércio Exterior/MDIC, os embarques totalizaram US$ 118 milhões, contra US$ 131 milhões do ano passado. A queda em relação a dezembro de 2001 foi de 6%. No último mês do ano, os calçadistas exportaram US$ 126 milhões. A redução no desempenho era esperada pelo setor, que aguarda uma retomada de crescimento a partir de março, quando termina o período de entressafra.


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    02/08/2002


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