PPS censura Bezerra Coelho
PPS censura Bezerra Coelho
Presidente estadual do partido, Eduardo Carvalho, afirma que o prefeito de Petrolina não fala pela legenda ao fazer críticas ao PT
O presidente estadual do PPS, Eduardo Carvalho, reagiu ontem, com irritação, ao prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS), afirmando que ele “não falou pelo partido”, e sim, “que fala sozinho”, ao colocar em dúvida a sinceridade do PT, quando procura uma reaproximação com os pós-comunistas, numa articulação pela unidade das esquerdas em 2002. Carvalho disse que concluía, pelas declarações, que o prefeito quer mesmo levar o partido para o lado do governador Jarbas Vasconcelos. “Acho que o João Lyra Filho (ex-prefeito de Caruaru) tem razão. Bezerra Coelho tem alguma motivação para querer nos atrair para Jarbas, mas não vai conseguir. Essa questão está definida há muito tempo”, disparou.
Além de afirmar que o PT está fazendo “encenação”, o prefeito Fernando Bezerra Coelho responsabilizou os petistas pelo esvaziamento do PPS, com as saídas recentes do deputado federal Pedro Eugênio e de João Lyra Filho. O presidente do PPS, a quem o prefeito tem acusado de fraqueza na condução do partido, disse que, com as declarações contra o PT, o prefeito está colocando o partido e o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, “em situação constrangedora”.
Segundo Eduardo Carvalho, o senador também fica numa posição delicada ao ser “trombado” freqüentemente por Bezerra Coelho. “Ele não tem autoridade para dizer que o PT está nos enganando, pois está nos chamando de bobos. O prefeito deveria é assumir, de forma bem clara, a sua preferência”, provocou Carvalho. O presidente estadual do PPS demonstrou estranheza com as declarações do prefeito, por estar Bezerra Coelho coligado ao PT em Petrolina.
O senador Roberto Freire procurou, por outro lado, colocar “panos mornos” na polêmica. Freire afirmou que “não entendeu” as declarações de Bezerra Coelho como um indicativo de que “esteja indo na direção oposto a do PPS”. O senador ressaltou que o mais importante das declarações do prefeito é “a favor” do diálogo com os petistas. “Ele não disse que o PT não está sendo sincero.
Ele apenas desconfia, quer maior clareza e definição. Em um certo momento ele achava que o PT não queria aliança com o PPS”, assinalou. Freire afirmou que não teve contato, ontem, com Bezerra Coelho, mas considerava que o prefeito “não foi contra” o posicionamento do PPS. “Ele falou aquilo antes da nossa reunião com Humberto Costa e Dilson Peixoto. Agora, ele está com outro pensamento”, ressalvou Freire.
Líderes da oposição preferem a cautela ao comentar declaração
O novo round entre PT e PPS, na disputar para liderar o palanque das oposições em 2002, manteve na defensiva os demais partidos de esquerda. As declarações do prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho, virtual candidato do PPS ao Governo do Estado, foram recebidas, ontem, com cautela pelos dirigentes dessas legendas. Bezerra Coelho acusou o PT de “fazer encenação” nas costuras pelo palanque único e de promover o esvaziamento do PPS para tirar o “fôlego” dos pós-comunistas na sucessão do próximo ano.
O deputado federal Eduardo Campos (PSB) estranhou o que denominou de “fase hard (pesada)” de Bezerra Coelho, por entendê-lo como um conciliador. E informou que, no jantar que teria ontem à noite, em Brasília, a convite do prefeito de Petrolina, iria ouvir as razões de Bezerra.
“Fernando tem os motivos dele, que não são os meus. Até porque o PPS já vinha conversando com o PT há muito mais tempo do que qualquer um de nós (dos outros partidos). Acho que nós da oposição devemos deixar de lado essa novela mexicana de discutir nomes e começar a discutir a vida real dos pernambucanos”, sugeriu Campos.
O presidente regional do PDT, deputado estadual José Queiroz, entendeu as declarações de Bezerra Coelho como um “desabafo”, diante dos últimos fatos envolvendo o PPS. O pedetista se referiu às perdas do deputado Pedro Eugênio e do ex-prefeito de Caruaru João Lyra Neto, que migraram do PPS para o PT.
“É natural (a reação de Bezerra), um momento de explosão. Nós precisamos é ter maturidade para, no momento certo, encontrar o melhor conjunto das oposições. Buscar as melhores condições de cada partido para uma chapa e não fazermos composições de conveniências”, alertou Queiroz.
Petistas cobram posição do prefeito
O presidente da Câmara de Vereadores do Recife, petista Dilson Peixoto, disse ontem que o prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho, “é uma voz isolada” no PPS, na questão do diálogo com os demais partidos de esquerda, em busca da unidade em 2002. Dilson pediu, porém, que o prefeito respeite o presidente nacional dos pós-comunistas, Roberto Freire, que retomou o diálogo, anteontem, com os petistas, representados pelo próprio vereador e pelo secretário de Saúde do Recife e pré-candidato ao Governo estadual, Humberto Costa.
“Já que ele não respeita a mim, nem a Humberto, que respeite o senador”, repreendeu o vereador. Dilson revelou que o encontro entre PT e PPS foi resultado de um compromisso dos partidos da esquerda, que concordaram em retomar as discussões depois que terminasse prazo de filiação partidária. “Bezerra Coelho é quem tem demonstrado não querer a unidade. Todas as suas colocações são no sentido de bombardeá-la”, repetiu o vereador.
O prefeito do Recife, João Paulo (PT), afirmou que as declarações de Bezerra Coelho não têm procedência e que foi “uma avaliação emocional”. João Paulo revelou que não acredita que o prefeito de Petrolina queira uma aproximação do PPS com o governador Jarbas Vasconcelos, embora considere a hipótese um direito legítimo de Bezerra Coelho.
As referências mais duras ao colega de Executivo, porém, foram feitas por João Paulo ao analisar as chances de aliança entre o PT e o PPS. “Fernando Bezerra Coelho tem de assumir o processo de crise no PPS, que levou a Pedro Eugênio e João Lyra a se desfiliarem. Mas acho que as declarações de Bezerra Coelho, no Cabo de Santo Agostinho, não atrapalham as chances de aproximação dos dois partidos”, pontuou.
O pré-candidato petista Humberto Costa disse que recebia com tranqüilidade as declarações do pós-comunista, entendendo-as pelo fato de estar “chateado” com a saída de Pedro Eugênio e João Lyra. “Não acredito que ele queira evitar a unidade e levar o PPS para Jarbas. O senador Roberto Freire descartou, claramente, uma aliança com o Palácio”, respondeu Humberto. O secretário de Saúde do Recife destacou que tanto ele quanto Bezerra Coelho terminaram a campanha de 1998 (um candidato a senador e o outro a vice-governador) sem atritos. “Não há resistências pessoais, porque não há motivo.”
Câmara investiga Luiz Antônio Medeiros
BRASÍLIA – A onda de denúncias e escândalos que abalou o Senado e resultou na cassação do mandato de um senador e na renúncia de outros três chegou à Câmara. Às vésperas da promulgação do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, que vai impor aos deputados o respeito à ética, o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), determinou ontem a abertura de um inquérito contra o deputado Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP), que estaria envolvido num esquema de desvios de recursos doados à Força Sindical por empresários. “Há indícios suficientes para investigar o caso”, justificou Aécio. Imediatamente após o anúncio da decisão, a Corregedoria-geral da Câmara informou que Medeiros e seu ex-assessor Wagner Cinchetto, envolvido na fraude e autor das primeiras denúncias contra ex-sindicalista, deverão ser ouvidos pela Casa.
Para o corregedor-geral, deputado Barbosa Neto (PMDB-GO), responsável pela tarefa, as acusações publicadas pelos jornais “são provas suficientes para recomendar que Medeiros seja alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar, que poderá resultar na cassação de seu mandato”. Ele disse, ainda, que vai requerer à Justiça documentos, entre os quais os relativos à movimentação de uma conta bancária secreta no exterior, na qual teria sido depositado dinheiro desviado da Força Sindical.
Desde cedo, a movimentação na Câmara em torno do caso era grande. Antes de o pedido de investigação contra Medeiros ser protocolado pelo deputado Jair Meneguelli (PT-SP), Aécio orientou o corregedor a se preparar para apurar a fraude. “Há indícios suficientes para a criação de uma sindicância aqui”, declarou o presidente da Câmara. “Esse caso me preocupa”, disse. Mas Aécio garantiu que a Câmara não terá seus trabalhos paralisados por causa do escândalo. “Isso jamais vai ocorrer na Câmara, porque meu nome é Aécio Neves”, reagiu o tucano.
Pai de Jáder é convocado mas não assumirá
BRASÍLIA - O presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), convocou ontem o primeiro suplente do ex-senador Jáder Barbalho, Laércio Barbalho (pai de Jáder), para assumir a vaga aberta com a renúncia do peemedebista. Laércio já declarou em entrevistas que não pretende ocupar a vaga do filho, que renunciou para escapar da inelegibilidade - por oito anos - com a qual seria punido se fosse cassado após um processo por quebra de decoro.
O segundo suplente, Fernando Ribeiro, secretário particular do ex-senador, só será convocado a assumir a vaga após Laércio formalizar a renúncia. Nas fiscalizações do Banco Central, os dois suplentes aparecem como beneficiários dos desvios de recursos no Banpará (Banco do Estado do Pará), principal acusação que motivou as investigações contra Jáder.
Laércio Barbalho confirmou ontem que não assumirá a vaga. “Meu tempo na política já passou. Não quero mais saber disso”. Com 83 anos, problemas no coração e diabete, ele comunicará na próxima semana ao Senado a intenção de abrir mão da vaga.
Fernando Ribeiro evitou contato com a imprensa. Jáder é favorável à idéia dele assumir a vaga, mas o secretário teme ser o alvo da mídia. Caso Ribeiro não assuma, o cargo ficará vago até as eleições.
Jarbas desiste das prévias no PMDB
O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) confirmou, ontem, durante a solenidade de lançamento do projeto Bolsa Alimentação, que não vai mais participar das prévias internas do partido que definirão o candidato peemedebista à sucessão presidencial do próximo ano. Jarbas disse, ainda, que a legenda corre o risco de ser “entregue” ao governador Itamar Franco (MG) – seu desafeto político – que desistiu de trocar o PMDB pelo PDT.
Apostando na concretização de um palanque único da aliança (PMDB/PFL/PSDB), o governador defendeu como prioridade para o PMDB a “intensificação das negociações” com as outras forças governistas. Segundo ele, a discussão sobre o nome que encabeçará uma provável chapa isolada do partido só deverá ser posta na mesa caso a tese da unidade seja totalmente descartada.
Jarbas fez questão, ainda, de dissociar sua participação nas inserções do PMDB, que serão veiculadas esta semana na televisão, ao início da campanha presidencial. Até mesmo a condição de candidato à vice-presidência foi descartada. “Não quero vincular minhas aparições nos programas do PMDB a uma campanha política. Decidi que não disputarei as prévias do partido, não quero me submeter a esse tipo de questão interna. Ainda é cedo para falar nas eleições e por isso não vou sugerir nenhum nome do PMDB, a única coisa que eu proponho é que a executiva nacional invista no diálogo com as legendas aliadas para ver se chegamos a um entendimento. Em candidatos, a gente só deve falar depois”, assinalou.
A permanência de Itamar Franco no PMDB pode complicar mais as coisas para Jarbas Vasconcelos. Ele prevê a “entrega” da sigla ao governador de Minas Gerais, pré-candidato à Presidência da República e que vem trabalhando nos bastidores para vencer as prévias peemedebistas. Para Jarbas, o correligionário mineiro não trocou a legenda pelo PDT - como chegou a anunciar - porque setores peemedebistas sinalizaram apoio a seu projeto de candidatura presidencial. “Itamar sempre foi complicado e imprevisível, mas do jeito que as coisas caminham, o partido deverá ser entregue a ele”, comentou
Serra e Jungmann visitam o Cabo em ritmo de campanha
Enquanto o governador Jarbas Vasconcelos anunciava que não disputaria a indicação para candidato do PMDB à Presidência da República, os ministros da Saúde, José Serra (PSDB), e da Reforma Agrária, Raul Jungmann, capricharam no discurso, cumprimentaram populares e não fizeram questão de esconder o intuito de disputar um mandato eletivo em 2002.
O palanque para o primeiro escalão federal foi a solenidade de lançamento do projeto Bolsa-Alimentação, ontem, no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Além de trocarem elogios, Serra e Jungmann enalteceram as realizações do Governo Fernando Henrique Cardoso e voltaram a colocar a manutenção da aliança (PMDB/PSDB/PFL) no centro das preocupações, mas negaram o início da campanha política.
“Meu partido é o da Saúde e esse não será candidato, mas eu sou. Só não decidi a que, mas no mínimo concorro ao Senado. Não posso adiantar nada, ainda não é o momento de citar nomes (para a Presidência). O objetivo, agora, é cuidar da aliança e acredito que dá para ter um candidato único das forças”, disse José Serra, que foi cogitado por Fernando Henrique para a sucessão presidencial.
Artigos
Onde andam os homens?
FÁTIMA QUINTAS
O mundo me atemoriza. Vejo imagens que me deixam atônita. Crianças a morrerem de fome, esquálidas, imobilizadas pelos terríveis efeitos da desnutrição. Depauperadas, fenecem como roseiras à mercê de mãos demolidoras. Estarei eu enlouquecendo diante de tanto desatino ou a humanidade já não é composta de homens, e sim de robôs entronizados em poderes arbitrários?
O Afeganistão claudica no seu deserto de pobreza. Solo causticante, seca avassaladora, consciências inconscientes. Um povo entregue à dura sorte: miséria e fanatismo. Que alvo será esse para uma guerra sangrenta? Aniquilar o quê? Há mais cadáveres adiados, como diria Camões, do que outra coisa naquela pequena faixa territorial cercada de montanhas e de areias pedregosas. Pensar em destruir o que já está destruído? Por que não reconstruir?
Não posso silenciar quando as minhas lágrimas choram a débâcle da humanidade. Ninguém pode. Nem eu nem todos os que assistiram à cena desoladora da criança despida de existência. Gasto os olhos mirando vidas, e que vidas!... Mas quem sou eu neste império de fausto absoluto? De que vale o meu pesar ou o meu pranto? Serei uma voz muda no imenso oceano que se perde na intangível linha do horizonte. Já estou acostumada ao isolamento monástico. Dele sorvo as poucas forças que alimentam palavras insignificantes que ouso repetir, não obstante a consciência de sabê-las inúteis. Acalento, todavia, o sopro otimista de que em algum lugar, talvez em um longínquo e desconhecido rincão da Terra, o meu eco atinja corações receptivos.
A fé não esmorece. Apesar de tudo, ainda acredito no homem. E a pergunta persiste: Por que não reconstruir?
O Afeganistão clama por olhares menos truculentos. Diálogo, compreensão, ajuda econômica... Os fanatismos resultam de um conjunto de fatores difíceis de serem assinalados. O gradiente de variáveis é grande e não deve cingir-se a interpretações simplistas ou simplórias. Se no Afeganistão campeia a ortodoxia religiosa, o mesmo acontece na Irlanda do Norte, país de reconhecido padrão “civilizado”. As múltiplas razões se paramentam de cores diversificadas. Na essência, o núcleo da intolerância. A humanidade carece de afeto, não de guerras. Enquanto posições radicais prevalecerem, o mundo se tornará cada vez mais cruel, injusto, separatista, hierarquizado.
Quem se esquecerá de Hiroshima e Nagasaki? Por que? Para quê? Em nome de quê? Uma nódoa irreparável na História da Humanidade. Ninguém de bom senso concorda com o terrorismo. Movimento hediondo, covarde, traiçoeiro... Ninguém, igualmente de bom senso, pode aprovar uma invasão bélica ao Afeganistão. Entre o mal e o bem, existe a razão. Não é possível que no século 21 vença o maniqueísmo pobre e anacrônico de facções bipolarizadas. Sentimentos raivosos não levam a raciocínios pendulares. O mundo precisa de líderes. De homens de visão humanitária, capazes de reverter uma História pautada em enfrentamentos e não em conciliações. O grande estadista é aquele que silenciosamente harmoniza a tela das oposições, estabelecendo elos entre as diferenças, jamais aguçando condenáveis dicotomias. Ou será que o diferente deve ser banido em razão de uma globalização amorfa e hegemônica?
Se os gastos em armamentos fossem direcionados ao equilíbrio econômico e social das nações carentes, seguramente o mundo se soergueria com a dignidade que lhe é imanente. É hora de bradar pela paz.
Não. Não quero ver mais imagens de crianças arruinadas pela fome. Chega de apocalipses e de soberanias inquestionáveis. Onde andam os homens? Por que não reconstruir essa pobre Humanidade, tão distanciada dos seus próprios Direitos Humanos?
Colunistas
Pinga-Fogo - Inaldo Sampaio
Quase candidato
Ontem, em conversa informal com o redator desta coluna, o ministro José Serra reafirmou que ainda não é chegada a hora de o PSDB definir o seu candidato à presidência da República. Quem não o conhece pode até imaginar que se trata de “raposismo” de sua parte, porém ele não deixa esta impressão. Há sinceridade nas suas palavras mesmo porque, em sua opinião, “não convém misturar candidatura com as atividades no Ministério da Saúde”, pelo menos até o mês de fevereiro.
Goste-se ou não de S. Exa., trata-se do mais qualificado quadro do PSDB, na atualidade, para ser o próximo presidente da República, sobretudo nesta hora em que o mundo se encontra conturbado por causa do ataque terrorista aos EUA e o cerco ao Afeganistão. Que ele será o candidato é quase certo porque o apoio (ainda oculto) de FHC e do governador Geraldo Alckmin dá-lhe a ferramenta necessária para vencer a guerra interno no partido, cujo adversário principal é o governador Tasso Jereissati, um político provinciano e com muito menos credenciais do que o seu competidor para chegar ao Palácio do Planalto.
Por absoluta questão de ética, ele não quis tecer considerações sobre o suposto apoio dos familiares de Covas à candidatura do governador. Defende a aliança com o PMDB e o PFL, mas permanece cético em relação ao desejo dos peemedebistas de fazerem parte dessa chapa.
Bloco na rua
O PPB montou a sua chapa de 2002 com os olhos voltados para 2004. Lançará o deputado Bruno Rodrigues (foto) para disputar a sucessão do prefeito João Paulo (PT), caso ele seja reeleito entre os primeiros. O filho do ex-deputado Valério Rodrigues é bom de voto. Em 96, como candidato a vereador na capital, obteve 9 mil votos. Dois anos depois, como candidato a deputado estadual, foi o 3º mais votado no Recife, perdendo apenas para João Paulo e Gilberto Marques Paulo.
Interferência 1
Do presidente do PPS, Eduardo Carvalho, rebatendo opinião desta coluna segundo a qual foi uma “troca burra” perder Brizola e ficar com Britto (RS): “A postura do PPS neste episódio tem o respaldo dos que fazem política defendendo princípios. A tentativa de interferência de Brizola foi indevida e nós não poderíamos admiti-la”.
Interferência 2
Prossegue o dirigente do PPS: “Esperamos que o processo seja capaz de fazer com que o PDT e o PPS voltem a se unir para o pleito de 2002. Nossa expectativa, finalmente, é que também em Pernambuco a ética seja privilegiada por todos os nossos companheiros, sob pena de, contraditoriamente, ficarmos reféns de manobras eleitoreiras”.
Serra visita Magalhães em seu escritório
Ciceroneado por Luiz Piauhylino e Guilherme Robalinho (saúde), o ministro José Serra fez uma visita de cortesia, ontem, ao ex-prefeito Roberto Magalhães, no seu escritório de advogacia. A conversa girou sobre o Brasil.
Deputado vai estar pela 1ª vez ao lado de Jarbas
A 1ª aparição de Eudo Magalhães (PPB) ao lado de Jarbas, depois do seu retorno à Assembléia Legislativa, ocorrerá amanhã em Palmares. O governador irá reunir-se no CAIC com os prefeitos da Mata Sul. E o deputado estará lá.
Encontro eleitoral
A 2ª reunião do presidente do TRE, desembargador Antonio Camarotti, com os juízes eleitorais do interior já tem data marcada. Será nos dias 22, 23 e 24 de novembro, em Gravatá. Os convidados desta vez são os juízes do agreste e das duas Matas. O 1º encontro foi em Triunfo com os juízes do sertão.
Troca familiar
O deputado Carlos Lapa (PSB) mexeu na chapa da família para as eleições do próximo ano. Permanece candidato à Câmara Federal mas não apoiará mais o irmão, Joaquim, atual prefeito de Carpina, para a Assembléia Legislativa. O candidato da família será sua filha Ana Carla, vice-prefeita do município.
O vereador Luiz Helvécio deixou o PSDB atirando a esmo. “O partido, hoje, pelo menos em PE, não cultiva mais a social-democracia. Somente tem propostas e estratégias para o embate eleitoral”, disse ele, lembrando com tristeza os velhos tempos em que militavam em seus quadros os ex-deputados Egídio Ferreira Lima e Cristina Tavares.
O alerta foi dado ontem pelo deputado José Marcos (PFL): o PSDB tem que criar juízo e aderir à tese do “chapão” para a Assembléia Legislativa e a Câmara Federal. Caso contrário, disse ele, será difícil, para não dizer impossível, as bases interioranas do PFL votarem em Sérgio Guerra (PSDB) para senador.
Decisão do deputado Romário Dias (PFL): sua gestão na presidência da Assembléia Legislativa não será lembrada por obras de “pedra e cal” e sim pela preservação da memória da Casa. Já marcou para o próximo dia 31 o lançamento dos perfis parlamentares de Agamenon Magalhães, Paulo Cavalcanti e Estácio Coimbra. Às 18h.
Pedro Eurico (PSDB) tornou-se ontem o 1º tucano de Pernambuco a abraçar a candidatura de Serra à sucessão de FHC. “É o único dos candidatos a presidente que tem o que dizer na atual conjuntura, afora o fato de ter promovido nos últimos dois anos uma verdadeira revolução na saúde pública do país”.
Editorial
Fora das rotas
Em 1908, falando com ufanismo do Porto do Recife, o escritor pernambucano Arthur Orlando construiu uma frase (não de todo correta) que sugere o ufanismo dos que então se vangloriavam de morar na “terceira cidade do Brasil”.
“Ocupando o ponto mais oriental do Atlântico, a grande estrada comercial, cuja história é a história mesma das relações entre a velha e a nova face da terra, o ponto de Pernambuco veio a conquistar, com o desenvolvimento da navegação internacional, indiscutível supremacia entre os principais portos do mundo”. Estas palavras constam do livro Porto e Cidade do Recife, daquele autor. Não levam em conta o fato de que nosso litoral é a parte mais oriental do Continente, e não do oceano. E foram perdendo a sua veracidade ao longo do tempo.
Ao contrário de outros tempos, uma reportagem recente deste jornal, no seu Caderno de Turismo, adverte: “Recife fora das grandes rotas”. E lembra, sem meias tintas: apenas um navio de cruzeiro, o simpático e lusitano Funchal, um dos menores da temporada, está à disposição dos pernambucanos. Os demais não param no Porto do Recife, “que nasceu, que cresceu e hoje vive, quase, à margem da cidade, que lhe deve a vida, ontem como hoje”, nas vivas palavras de José Césio Regueira Costa.
Para compensar a decadência do Porto do Recife, cada vez mais esquecido pelos navios de cruzeiro, pelos viajantes e, até, pela própria população da cidade, o Complexo Industrial-Portuário de Suape, situado a 35 quilômetros da capital do Estado, vai crescendo em importância econômica e estratégica para Pernambuco. Mas, também não recebe navios de turismo. Tem objetivos bem específicos, entre eles o de “adequação do Estado à tendência mundial relativa à tonelagem média dos grandes transportadores, que, a partir de 1974 passou de 65.000 para 150.000 d.w.t.” É, portanto, Suape um porto voltado para a recepção e exportação de grandes cargas, não estando entre seus objetivos, recepcionar navios que fazem “cruzeiros”. Esta tarefa, esperava-se, seria cumprida pelo Porto do Recife. Mas este passou a ser administrado pelo Governo do Rio Grande do Norte, numa operação até hoje pouco explicada
Com a volta para a jurisdição do governo pernambucano, espera-se que haja uma reversão deste estágio de decadência em que se encontra, para um outro de melhores perspectivas. A reportagem do JC apurou que a eliminação do Porto do Recife da rota dos grandes cruzeiros marítimos deve-se especialmente a fatores econômicos, isto é, às relações custo-benefício. Entrevistado, um dos diretores de uma grande companhia de navegação informou que não seria viável para os navios que partem do Sudeste para o Caribe, por exemplo, fazer escalas no Recife, porque isto significava estender o tempo da viagem e, conseqüentemente, aumentar os seus preços. Ora, mais caro é o deslocamento dos passageiros pernambucanos para outros portos, como ocorre atualmente.
Acreditamos que algo pode ser feito para contornar esse obstáculo. O turismo brasileiro, ao perder o Porto do Recife, como escala dos navios de cruzeiro, esta privando milhares de turistas locais a se locomoverem de navio, e também os que vêm de outros portos de conhecer uma das cidades mais importantes do Brasil, do ponto de vista histórico e cultural.
A bem da verdade, o velho porto precisa dos grandes reparos, que o adeqüem aos tempos modernos, como o aumento da profundidade da sua área de atracagem, para que possa receber embarcações de grande porte. O Secretário estadual de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Pereira, já está ciente dessas necessidades, e prometeu atendê-las o quanto antes, até mesmo para tornar mais atraente a privatização do terminal de passageiros.
Acredita o governo estadual que a solução para que os navios de cruzeiros voltem a colocar o Recife em suas rotas está na iniciativa privada. O importante é que o Recife, nestes tempos de globalização, não fique fora das grandes rotas de navegação.
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10/10/2001
Integração Nacional - Fernando Bezerra Coelho
Ministro Fernando Bezerra Coelho assina termo de compromisso para o Cinturão das Águas do Ceará
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PF realiza operação Censura
Coelho reivindica revitalização do Rio São Francisco
Morre ex-senador Lúdio Coelho
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