Pré-sal deve fazer do Brasil sétimo produtor mundial de petróleo, diz Lobão



O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o Brasil poderá se situar na sétima ou oitava posição mundial de produção de petróleo, se as expectativas de reservas na camada pré-sal se confirmarem. Ele se manifestou durante em audiência pública conjunta das comissões de Infraestrutura (CI) e de Assuntos Econômicos (CAE). O ministro reforçou informações já divulgadas de que as pesquisas indicam haver reservas da ordem de 16 bilhões de barris em apenas quatro dos campos já descobertos, o dobro da atual reserva nacional e quantidade suficiente por 40 anos para o país.

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- E isso representa 30% do pré-sal. Não se pode adiantar o que virá dos 70% - argumentou ele.

A busca por fontes energéticas, disse Lobão, é questão estratégica e motivo de conflito mundial. Existem ainda, informou ele, reservas da ordem de 1,3 trilhão de barris de petróleo em todo o mundo que poderão se esgotar em pouco mais de 40 anos se o ritmo de exploração continuar. O Brasil, observou, já é o sétimo maior consumidor mundial de petróleo e o 40º maior consumidor de gás natural. Dos 10 primeiros consumidores, disse ainda o ministro, apenas a Arábia Saudita, a Rússia e o Canadá são auto-suficientes. A expectativa, afirmou, é de que a demanda passe dos atuais 82 milhões de barris/dia para 300 milhões de barris diários, dentro de alguns anos.

Propostas

Em defesa do regime de partilha proposto pelo governo federal para produção nos campos do pré-sal, Lobão afirmou que, dos 24 maiores produtores do mundo, 14 adotam esse modelo, poucos países usam o sistema misto e apenas seis o regime de concessão - sistema que será mantido para os atuais contratos, como ressaltou o ministro.

Segundo Lobão, a questão do desenvolvimento tecnológico pesou muito na decisão do governo de optar pela Petrobras como operadora única. De acordo com a proposta encaminhada ao Congresso, a companhia será a operadora em todos os contratos, detendo, no mínimo, 30% da produção.

- Deter o controle da produção é importante para o aperfeiçoamento da tecnologia. Cada vez que a Petrobras fizer uma perfuração, estará aprendendo e isso é altamente benéfico para o povo brasileiro - justificou o ministro.

A Petrobras como operadora única, segundo o ministro, contribuirá também para fortalecer a indústria brasileira e para a geração de milhares de empregos que serão formados com a nova cadeia produtiva.

Para Lobão, a grande maioria dos produtores de petróleo se preocupa em manter em suas mãos as reservas do petróleo. Atualmente, informou ele, 77% de todo o petróleo estão nas mãos de empresas estatais em todo o mundo.

Lobão justificou ainda a importância de criação do Fundo Social, que será alimentado com os recursos que serão arrecadados com a produção do petróleo do pré-sal e destinado a programas de combate à pobreza, preservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento da cultura e da ciência e tecnologia.

A capitalização da Petrobras, outro tema contido em projeto encaminhado ao Congresso, é necessária, segundo o ministro, para assegurar investimentos a serem feitos ao longo dos 30 anos de exploração do petróleo do pré-sal. 

Denise Costa/ Agência Senado



10/09/2009

Agência Senado


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