Preço e dificuldade de acesso motivam 41% dos internautas a fazerem download pirata



O preço alto de um produto legítimo, ou sua indisponibilidade em determinado mercado estimula o consumo de produtos piratas. Por exemplo, a ausência de salas de exibição de filmes em mais de cinco mil municípios no País tende a incentivar o consumo de filmes piratas. A conclusão é de um estudo divulgado nesta quinta-feira (10), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Rio de Janeiro vai integrar projeto Cidade Livre de Pirataria.

 

De acordo com a pesquisa Comunicado nº 147 – Download de músicas e filmes no Brasil: Um perfil dos piratas online, cerca de 41% do total de internautas brasileiros baixam pirataria na internet. Entre os 34,7 milhões de usuários que informaram baixar conteúdo da internet, 81% dos downloads foram considerados “piratas”.

O estudo foi apresentado por Luis Cláudio Kubota e Rodrigo Abdala Filgueiras de Sousa, e mediado pelo assessor técnico da Presidência do instituto André Rego Viana, na sede do Ipea, em Brasília. Veja o estudo completo no link.

O estudo foi baseado na pesquisa TIC Domicílios de 2010, que entrevistou 10,6 milhões de internautas no Brasil. Desse total, 8,62 milhões foram classificados como piratas, considerando o download ilegal de filmes, músicas e toques de celular (ringtones). 

O Ipea classificou como piratas on-line usuários que baixaram músicas ou filmes nos últimos três meses, mas não compraram conteúdo na internet no último ano.

Para o Ipea, esse quatro resulta da revolução no consumo de música e filmes, que inclui uma série de desenvolvimentos tecnológicos, tais como a digitalização, a internet, protocolos de compressão de arquivos, miniaturização (inclusive com a incorporação de nanotecnologia) e novas tecnologias de armazenagem de dados.

“Há alguns anos, se um usuário possuía um disco de vinil, por exemplo, sua capacidade de reproduzi-lo era extremamente limitada (pela necessidade de equipamentos de alto valor), e de distribuí-lo onerosa (pelo custo dos insumos materiais e da postagem). Se o mesmo usuário possuísse uma fita cassete, sua capacidade de reproduzi-la era razoável (havia equipamentos de baixo custo, porém com perda de qualidade) e de distribuí-la onerosa. Nos dias atuais, caso um usuário possua infraestrutura de tecnologias da informação adequada, ele pode reproduzir facilmente aquele conteúdo e transmiti-lo a um número virtualmente ilimitado de pessoas, a um custo marginal desprezível. Este fenômeno é decorrente das novas tecnologias, que propiciaram a eliminação da natureza rival do consumo desses tipos de conteúdo audiovisual. Resta apenas uma barreira legal, relacionada aos direitos de propriedade de autor e conexos”, dizem os técnicos do instituto.

 

Perfil da pirataria

Segundo o balanço, o percentual de usuários "piratas" é mais alto entre adolescentes, pessoas com menos formação educacional, das classes D/E e desempregados. O percentual é o mesmo para homens e mulheres: 81%.

O estudo também revelou que os índices de pirataria são mais elevados no Nordeste (86%), seguido pelo Sudeste (82%), Sul (79%), Norte e Centro-Oeste (73%).

Em relação à faixa etária, 91% dos internautas de 10 a 15 anos que fazem downloads foram considerados piratas. Nas outras faixas etárias, a média é de  80% a 83% para 16 a 24 anos, 77% para 25 a 34 anos, 81% para 35 a 44 anos, 82% para 45 a 59 anos, e 67% para 60 anos ou mais.

 

Fonte:
Portal Brasil
Ipea



10/05/2012 20:45


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