Preços dos alimentos sobem e ameaçam bolso do consumidor, diz FGV
A alta nos preços dos produtos alimentícios e das matérias-primas agropecuárias pressionou, em setembro, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M).
O índice registrou variação de 1,15% este mês, ante 0,77% de agosto. Um aumento que pode chegar ao consumidor final, segundo expectativa dos técnicos da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O aumento de 0,38 % foi, em grande parte, influenciado pela aceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), um dos que compõem o IGP-M e que mede justamente a variação de preços das matérias-primas. Em setembro, o IPA teve a maior variação desde julho de 2008, fechando em 1,6%, contra 1,24% registrado no mês passado.
De acordo com relatório, divulgado nesta quarta-feira (29) pela FGV, dentre os itens do IPA, só os de origem agropecuária subiram 4,56% em setembro ante 1,15% em agosto. Com o aumento, as matérias-primas brutas do setor superaram o patamar de preço atingido antes da crise econômica mundial, há cerca de dois anos.
“A sazonalidade, os choques de oferta e a recuperação da demanda explicam essa subida”, disse o coordenador do IGP-M, Salomão Quadros. “Os produtos agropecuários ultrapassaram o pico de preços de antes da crise, mesmo com a economia menos aquecida que naquela época”.
Parte do aumento de preços dos produtos agrícolas, segundo Quadros, também influenciou a alta dos produtos alimentícios vendidos para o consumidor. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que também compõe o IGP-M, variou 0,34%, contra deflação de 0,27% em agosto. Só o grupo alimentação teve alta de 0,56%, contra deflação de 1,28% em agosto.
“Os preços ao consumidor podem aumentar ainda mais”, complementou Quadros. “A alta das matérias-primas ainda deve chegar aos consumidores". Quadros, entretanto, não acredita numa aceleração ainda maior do IGP-M. Para ele, os preços das matérias-primas já atingiram um nível alto demais para a atual situação econômica e tendem a cair nos próximos meses.Com isso, o IGP-M deve desacelerar. “Acho que o resultado deste mês não é preocupante. Se ele se repetir nos próximos meses, aí sim. Por enquanto, a inflação caminha claramente para a meta do Banco Central", disse Quadros.
Fonte:
Agência Brasil
30/09/2010 12:45
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