Prefeitos rejeitam proposta para encontro de contas









Prefeitos rejeitam proposta para encontro de contas
Os cerca de 300 prefeitos que participaram da reunião promovida segunda-feira pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) rejeitaram parcialmente a proposta do governo estadual para o Encontro de Contas entre Estado e municípios. Os prefeitos não aceitaram a proposta de o Estado de pagar as parcelas do salário-educação até julho de 2003. O repasse está atrasado desde setembro de 2001 e soma R$ 56 milhões.

Uma nova contraproposta foi colocada em votação e aprovada pelos prefeitos presentes à reunião. Segundo o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, os prefeitos querem que o Estado regularize as parcelas a serem pagas a partir deste mês e pague os atrasados até 30 de dezembro de 2002.

O coordenador da Assessoria de Assistência aos Municípios da Secretaria da Fazenda Estadual, Ademir Pereira, que participou da reunião, disse que vai encaminhar a nova contraproposta ao governo para ser avaliada. Quanto ao pagamento dos recursos do Programa Municipalização Solidária, os prefeitos aceitaram a proposta do governo. Pela proposta, o Estado se compromete a pagar os recursos aos municípios habilitados em cinco parcelas mensais e sucessivas, com a primeira até 31 deste mês e as demais até o dia 30 de cada mês subseqüente.

O Estado também se compromete a repassar regularmente os recursos referentes aos Programas de Transporte Escolar, Merenda Escolar e Pradem. Também será formado um Comitê de Acerto de Contas a fim de negociar os outros débitos e créditos pendentes. O secretário do Interior, Dirceu Lopes, que participou da reunião disse que "dos 497 municípios gaúchos, 123 devem cerca de R$ 22 milhões para o Estado. Foi um avanço importante e continuaremos negociando até encontrar um ajuste que beneficie as duas partes", afirmou Lopes.


Recursos para Mata Atlântica garantem duplicação de reserva
O termo de compromisso para execução de medidas de apoio à implementação e manutenção da Reserva Biológica da Serra Geral foi assinado ontem no Palácio Piratini, entre a Concepa e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). A concessionária da freeway vai liberar R$ 645 mil em 24 parcelas para financiar a conservação da reserva florestal da reserva no Rio Grande do Sul.

O acordo faz parte da compensação ambiental pelo alargamento das três pistas da BR-290, Porto Alegre-Osório (freeway), ao custo de R$ 150 milhões que será concluído em 2004. A pista já foi alargada em quase toda a sua extensão de 96,6 quilômetros no sentido Litoral/Porto Alegre. Os recursos aplicados na Reserva representam 0,5% do faturamento da Concessionária.

O presidente da Concepa, Odenir José Sanches, disse ontem que os recursos parcelados, em 24 vezes, serão empregados em uma sede administrativa da reserva, aquisição de equipamentos de trabalho, serviços, estudos e projetos. A metade do montante será investida na regularização fundiária da Reserva Biológica, que fica entre Maquiné e Terra de Areia.

O secretário estadual do Meio Ambiente, Cláudio Langone, destacou várias ações pela preservação da Mata Atlântica, como o processo de implantação do Parque Estadual de Itapeva, em Torres, a contratação emergencial de funcionários para as unidades de conservação e a assinatura de um contrato com o banco alemão KfW, que possibilitará a aplicação de R$ 12 milhões em áreas protegidas.

A Reserva Biológica da Serra Geral é coberta pela mata atlântica e de araucária. Foi criada em 1982, mas apenas a partir de 2000 foram realizadas ações para sua efetivação, como o levantamento dos limites e fiscalizações.

Mas foi constatada a necessidade de ampliação da área, que era de 2.064,70 hectares. Com o decreto deste ano, a área foi ampliada para 4.845,76 hectares. Isso possibilitará a proteção de nascentes de rios da região: Solidão, Encantado, Ligeiro, Carvão, Forqueta, Sanga Funda e Três Pinheiros.

O diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas, Luiz Felippe Kunz Junior, explicou que em parte da reserva foram encontradas outras 70 nascentes de córregos, que contribuem para a formação dos mananciais do rio Maquiné e Lagoa dos Quadros.

A ampliação também busca a proteção de matrizes florestais ameaçadas de extinção, como a canela-preta, a canela-sassafrás e o palmito-juçara. Uma grande variedade de animais também vive na Serra Geral, entre eles o bugio-ruivo, a araponga, o sabiá-cica, o papagaio de peito roxo, o papagaio charão, o veado-mateiro, o cateto e o puma.


Cegonheiros protestam com caminhões em frente ao Piratini
Os cegonheiros gaúchos vão permanecer em vigília na Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre, até que a direção da General Motors (GM) se manifeste sobre a reivindicação da categoria, de transportar os veículos produzidos pela montadora em Gravataí. Ontem, os caminhoneiros protestaram, com a colocação de 28 caminhões em frente ao Palácio Piratini e um buzinaço.

O presidente do Sindicato dos Cegonheiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Sintravers), Jefferson Casagrande, disse que os motoristas gaúchos querem que a GM libere o transporte de 20% da produção de veículos para quem não é filiado a Associação Nacional das Transportadoras de Veículos (ANTV) - que é o caso deles.

De acordo com o presidente do Sintravers, Jefferson Casagrande, somente as transportadoras filiadas ao Sindicam, de São Paulo, e a ANTV são contratadas pela GM. "Estamos lutando contra o monopólio e o cartel no frete dos veículos Celta que se formou no país, com a ajuda e conivência das montadoras", afirmou.

O Ministério Público Federal, que investiga o caso há dois anos, após denúncia de formação de cartel pelo Sindicato dos Cegonheiros, determinou na semana passada que a General Motors apresente explicações até sábado próximo, recomendou que a empresa acabe com a exclusividade no transporte.

Segundo o presidente do Sintravers, a GM nunca empregou o serviço dos motoristas gaúchos desde que se instalou no Rio Grande do Sul há dois anos. "Nós lutamos para trazer a montadora, e hoje ela vira as costas para os caminhoneiros", diz. Segundo Jefferson, desde abril quando foi rompido o contrato com a Renault, os 200 filiados ao sindicato estão sem trabalho.

O gerente de Relações Institucionais da General Motors, Marco Antônio Kraemer, informou que, neste momento, a empresa não vai se manifestar sobre o protesto dos cegonheiros, porque o assunto se encontra em juízo.

Governo apóia protesto de caminhoneiros
O chefe da Casa Civil, Gustavo Mello, disse ontem no Palácio Piratini, que o Estado é solidário aos cegonheiros gaúchos. Mello recebeu a direção do Sintravers e uma comissão de cegonheiros gaúchos, que apresentaram a sua reivindicação. "O Estado deu todo o apoio para a instalação da GM no Rio Grande do Sul e, em contrapartida, achamos que os trabalhadores do nosso Estado também devem ser beneficiados por este empreendimento", acrescentou.

Segundo Gustavo Mello, o governo não concorda com o monopólio existente hoje na prestação do serviço e acompanha o caso através da Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai).


Brasil oficializa apoio ao Protocolo de Kyoto
O presidente Fernando Henrique Cardoso assinou ontem a carta de ratificação do Protocolo de Kyoto, que prevê a redução de 5,2% nas emissões de gases poluentes até 2012, tomando como base os níveis de 1990. Sem mencionar o governo norte-americano, Fernando Henrique criticou a posição dos Estados Unidos, um dos maiores emissores de gases do efeito estufa, que se recusam a aderir ao protocolo.

"A resposta à mudança climática não admite atitudes unilaterais e isolacionistas, porque esse te ma é global e afeta todos os povos e todas as regiões", disse o presidente durante cerimônia no Palácio do Planalto. O Brasil integra o grupo de 77 países que já ratificaram o Protocolo de Kyoto.

Isso ainda não é suficiente para que o protocolo entre em vigor, pois esses países juntos são responsáveis por 36% das emissões de gases do efeito estufa, 19% a menos do que o necessário. Até 26 de agosto, quando começa a Rio+10, a Cúpula para o Desenvolvimento Sustentável, em Johannesburgo, na África do Sul, o Brasil pretende reforçar as negociações diplomáticas. O objetivo é garantir a adesão da Rússia e da Polônia - com isso se chegaria a signatários que respondem por 55% das emissões. Entre os países que aderiram estão o Japão responsável por 8,5% das emissões de gases, Alemanha (7,4%) e França (2,7%).

O presidente ressaltou que o aquecimento global é uma preocupação fundamentada e por isso "cabe o dever de agir". "As conseqüências do aquecimento global, sobretudo para os países menos desenvolvidos, tornam imperativo adotar novos padrões de desenvolvimento e de cooperação, seja no plano internacional e no Brasil."


Estado perde US$ 365 milhões em exportações no primeiro semestre
Encerrado o primeiro semestre, o Rio Grande do Sul contabiliza uma perda de US$ 365 milhões em exportações no período. Entre janeiro e junho de 2001, o setor externo rendeu ao Estado US$ 3,1 bilhões, valor que caiu para US$ 2,7 bilhões este ano.

A retração nas vendas é decepcionante, mas, por outro lado, os dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, aparentemente, o pior já passou. A primeira boa notícia é que o Rio Grande do Sul retomou o segundo lugar no ranking de estados exportadores, perdido para Minas Gerais há alguns meses.

A outra novidade positiva é que a queda semestral das vendas externas gaúchas, de 11,8%, é inferior àquelas registradas até maio, de 12,2%, até abril, de 12,3%, e até março, quando a redução foi de 14,3%. "A comparação revela desaceleração nas quedas e tendência de recuperação", afirma a economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Teresinha Bello. A redução nas remessas gaúchas também é inferior à brasileira, já que as exportações nacionais caíram 13,4% no semestre.

Esta trajetória de modesta recuperação está sendo impulsionada por dois fatores. O principal deles é a retomada, ainda que tênue, da economia norte-americana. Por esta razão, os Estados Unidos aumentaram em 11,8% as importações a partir do Rio Grande do Sul.

A outra razão é a compensação das perdas com a Argentina, para onde as exportações gaúchas caíram 76% no semestre. "A crise no país vizinho foi responsável por 64% das perdas do Estado com exportações no semestre", afirma o secretário do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, Zeca Moraes.

No entanto, destaca Teresinha, alguns setores conseguiram compensar parte desta redução com outros países.

"É o caso dos fabricantes de material de transporte, por exemplo. As exportações para a Argentina caíram 67% nos doze meses fechados em maio, mas as vendas totais do setor para o mercado externo subiram 6% no período, pois tiveram como destino África do Sul e Estados Unidos", explica a economista.

O enfraquecimento do comércio internacional, resultado da desaceleração dos Estados Unidos iniciada no ano passado e da falência da Argentina, não poupou os principais produtos da pauta de exportações gaúcha. Os calçadista registram perdas de 11%, embora o maior efeito negativo sobre o setor seja a queda nos preços externos, e não no volume comercializado.

Na venda de carnes também houve resultado negativo. As exportações de frango caíram 9,2%. "Neste produto, verifica-se o impacto do fim da crise da vaca louca, que, no ano passado, impulsionou o consumo de aves na Europa", relata Teresinha.

Queda na soja reflete alta capitalização dos produtores
Entre os produtos com queda nas vendas, a surpresa fica por conta do complexo soja. As exportações do grão caíram 66% no semestre frente a igual período de 2001. No caso do óleo, a retração foi de 22%. Ao contrário do que possa parecer, estes dados refletem a boa situação dos produtores gaúchos. "A combinação de aumento no preço internacional da commodity e da desvalorização do câmbio, que favorece a conversão das receitas em dólares para reais, tem permitido a capitalização dos produtores. Assim, eles não precisam efetivar as vendas imediatamente, e podem guardar o produto como uma reserva em dólar", explica o diretor da Brasoja, Antonio Sartori.

O armazenamento do produto, destaca ele, funciona como hedge contra as incertezas do período eleitoral e, também, como estratégia frente à possibilidade de o fenômeno El Niño prejudicar a safra norte-americana, o que valorizaria ainda mais o produto no exterior.


Nervosismo mantém disparada do dólar
Em mais um dia de nervosismo e perdas no mercado financeiro internacional, o dólar comercial subiu 0,62% e fechou no patamar mais alto desde a criação do Plano Real, em 1994. A moeda norte-americana encerrou os negócios cotada a R$ 2,92 e a tendência é de que a cotação se mantenha pressionada. O risco-país (Embi+), medido pelo JP Morgan, no final da tarde subia mais de 5% para 1.707 pontos, apenas 60 pontos abaixo do recorde histórico de janeiro de 1999.

Com as notícias negativas, os bancos comprados em dólares não pretendem se desfazer da moeda e as empresas precisam honrar os compromissos. "O BC não está dando cobertura ao mercado que quer moeda física e não papel. Esse é o confronto com o swap", explica o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros. Neste mês o vencimento das dívidas soma US$ 1,383 bilhão e o montante de agosto é de US$ 1,256 bilhão. "Não se sabe quanto desse total será possível rolar", diz.

A especulação também está influenciando o câmbio. Boatos sobre novas pesquisas eleitorais ampliaram o nervosismo entre os investidores. A venda de dólares no mercado por parte do Banco Central, US$ 50 milhões diários, não tem sido suficiente para conter a demanda.

Ontem, pela primeira vez desde a criação do Plano Real, o Tesouro aceitou pagar uma remuneração sobre a dívida cambial acima da taxa Selic (18% ao ano). A Selic é a referência para a remuneração da dívida pública pós-fixada, emitida em reais. Nos swaps cambiais oferecidos para a rolagem do vencimento de títulos cambiais da quinta-feira, a taxa de juros nominal chegou a 20,31% ano, para contrato com vencimento em abril de 2003.

O principal título brasileiro no mercado externo, o C-Bond, caiu 2,94% para 59,813% do valor de face. O gerente de renda fixa e câmbio do Banco Tendência, José Cândido de Melo, lembra que, as perdas no mercado externo fazem os estrangeiros sacarem recursos do Brasil e os investimentos estão cada vez mais raros. Os bancos estrangeiros diminuíram a exposição em títulos brasileiros, o que aumenta o risco dos investidores institucionais. Desde o início do mês até o dia 22, US$ 2,6 bilhões deixaram o Brasil. A saída líquida de dólares é da ordem de US$ 852 milhões, com destaque para o crescimento das remessas via contas de não-residentes (CC5), que já passam de US$ 1 bilhão.


Artigos

Os efeitos da publicidade
Nelson G. Dienstmann

A cada dia cresce a preocupação dos empresários quanto aos investimentos em publicidade. Se, por um lado, os recursos financeiros são limitados por um orçamento cada vez menos elástico, por outro há muitas dúvidas quanto à eficiência e a eficácia desta variável no conjunto das operações de marketing. Na maioria dos casos, avalia-se o efeito da ação publicitária de forma muito primária, limitando-se ao acompanhamento das vendas, pelo fluxo de clientes em pontos-de-venda enquanto varejo e algumas observações informais e empíricas carentes de qualquer cientificidade. E isso quando se refere a campanhas de cunho promocional, cabendo a pergunta: como ficam as de caráter institucional? Ao que consta, raras são as agências brasileiras que dispõem de um departamento destinado a realizar, por exemplo, pré e pós-testes de campanhas publicitárias. E também são poucas aquelas que demandam estudos com esta finalidade junto a empresas especializadas. É um quadro, em termos, compreensível, uma vez que essas avaliações podem resultar em razoável ônus operacional. Mas, o Brasil é um dos países do mundo em que mais se investe em publicidade nos dias que correm - sem falar no seu destaque pela qualidade criativa -, não se admitindo que a administração e gerência deste aspecto sejam ainda feitas de maneira empírica, para não dizer amadora, até porque em nosso país já existem profissionais que detêm boa base metodológica, com técnicas adequadas à aferição dessas ações ao mercado.

Caberia, no caso, uma revisão das relações entre as agências e os anunciantes, ampliando a sua natural e necessária parceria e, quem sabe, que ambos ao menos cogitassem em investir no acompanhamento e avaliação do processo de comunicação como um todo. Para que os objetivos comuns sejam atingidos, há que se adotar uma postura mais profissional por parte das agências, despindo-se de uma certa soberba criativa e que se soma ao receio da perda de contas. Por seu lado, os anunciantes deveriam buscar melhor preparo para passar ao pessoal de atendimento as suas necessidades de comunicação dentro do contexto de marketing e, é claro, para a cobrança de resultados. Tudo isso dentro de um clima de mútua confiança, com base em acordo comercial estabelecido a partir da qualidade e da competência, num compromisso que nada tem a ver com aquele decorrente da relação entre compadres...


Colunistas

ADÃO OLIVEIRA

Com os pés em cima da mesa
George W. Bush é reconhecidamente um homem prepotente. Até sua mãe reconhece isso. Muitas vezes ela interveio nas suas ações tentando mudar esse comportamento.

Em vão! Recentemente, ele foi comemorar o seu aniversário na casa dos pais em Kennebunkport, Maine.

Na hora do café da manhã, na suíte dos pais, George W. colocou os pés em cima da mesa. Imaginem? Irritada, sua mãe, dona Bárbara, mandou que ele retirasse os pés de cima da mesa. Assim como se faz com crianças. Bush, pai, ponderou:
"Por Deus, Bárbara, ele é o presidente dos Estados Unidos".

"Não importa, aqui ele não vai colocar os pés em cima da mesa. Eu não quero!"

Mr. President deixou a soberba de lado e retirou os pés de cima da mesa de mamãe. Quem conhece George W. sabe que ele entra, em qualquer discussão que o desagrade, com a arrogância de quem costuma colocar os pés em cima da mesa.

No caso do Protocolo de Kyoto foi assim. Mesmo sabendo que os Estados Unidos é o principal emissor de gases do planeta, Bush se recusa a ratificar o protocolo. O afável e sedutor Fernando Henrique Cardoso, presidente do Brasil, não está nem aí para a posição do presidente dos Estados Unidos. Ontem, ele deu mais uma demonstração de independência, ao assinar no Palácio do Planalto, a ratificação do Protocolo de Kyoto.

O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional de combate às mudanças climáticas que exige a redução de 5,2% da emissão de gases, que provocam o efeito estufa, em relação às emissões ocorridas em 1990.

A redução desses gases tem que ocorrer até 2012. Para que o protocolo entre em vigor, é necessário que, na lista de países, estejam 55% dos responsáveis pela emissão de gases.

Com a ratificação brasileira, sobe para 77 o número de países que apóiam o Protocolo de Kyoto.

Por seu presidente, os Estados Unidos, principal emissor de gases, como já disse, se recusa a ratificar o
protocolo, numa posição antagônica, inclusive à parte do Congresso americano. Segundo o presidente George W. Bush, "o Protocolo de Kyoto custaria US$ 400 bilhões à nossa economia e causaria 4,9 milhões de demissões, arriscando o bem-estar do povo e dos trabalhadores norte-americanos".

A Casa Branca é favorável a uma resposta ao aquecimento global com mais gastos em ciência e tecnologia e medidas voluntárias - e não obrigatórias - para reduzir o aumento da emissão de poluentes, mas ainda assim permitindo que ela continue crescendo.

Essa, decididamente, não é a posição do Brasil. Fernando Henrique disse ontem, que vai trabalhar diplomaticamente para conseguir a adesão necessária de outros países, até a conferência do meio ambiente de Johanesburgo, no final de agosto. O presidente brasileiro vai agir diplomaticamente junto à Rússia e Polônia.

A Rússia é responsável por 17% de emissões, e a Polônia, responsável por 3%. Fernando Henrique disse ainda que as negociações com os países para aderirem ao Protocolo têm sido difíceis, e sem mencionar os Estados Unidos, estocou: "Este tema é global, que afeta todos os povos e regiões. A resposta à mudança de clima não admite atitudes unilaterais e isolacionistas".

Como as prepotentes atitudes de George W. Bush, presidente dos Estados Unidos.


CARLOS BASTOS

PPS e PFL tem Britto como puxador
O PPS está apostando pesado na condição do candidato ao governo Antônio Britto como puxador de votos para as legendas de seus candidatos à Câmara dos Deputados e à Assembléia Legislativa. Acreditam que a exepcional posição que ele ocupa nas pesquisas vai carrear eleitores para seus candidatos a deputado federal e estadual. Isto ajudará também os candidatos indicados pelo PFL, pois os dois partidos são aliados tanto na chapa majoritária como nas eleições proporcionais. Para a Câmara Federal, a aliança do PPS e PFL tem a candidatura à reeleição do deputado Nelson Proença, bem como dos atuais deputados estaduais Paulo Odone Ribeiro (PPS) e Onix Lorenzoni(PFL). Entre os liberais também é forte a especulação sobre o provável desempenho de Paulo Rugoski, o Paulão, do vôlei. No PPS ainda há o presidente nacional da Juventude, Adão Candido, e a advogada de entidades de aposentados, Terezinha Motta.

Diversas
Hoje, o PPS tem seis deputados na Assembléia, sendo que cinco são candidatos à reeleição: Bernardo de Souza, César Busatto, Berfran Rosado, Yara Wortmann e Mario Bernd. Todos eles tem ótimas condições de lutar por sua recondução. Paulo Odone optou por concorrer à Câmara Federal.

O vereador da Capital, Reginaldo Pujol, surge com muita força para ocupar o espaço deixado vazio pelo deputado Germano Bonow, que concorre ao cargo de vice-governador, e por Onix Lorenzoni, que pretende ir para Brasília.

Há ainda a candidatura pefelista do ex-prefeito de São Gabriel, Balbo Teixeira, que em eleições anteriores apresentou boa consistência eleitoral. E a vereadora em Capão da Canoa, Eliana Cunha, que é a suplente do senador Pedro Simon.

No PPS há a candidatura de Valter Nagelstein, que foi candidato a prefeito de Porto Alegre, e está com boa penetração no eleitorado jovem da Capital e da região metropolitana, e está fazendo uma campanha muito insinuante, tendo como marca um ponto de interrogação! Outro concorrente é Caetano Brum, que já foi candidato ao Senado pelo partido nas eleições de 1998.

Quem pode se constituir numa surpresa é Marcos Lunardelli, que é o presidente do Sindicato dos Frigoríficos do Rio Grande do Sul, e tem dado demonstrações de uma boa abrangência eleitoral. Há também expectativa positiva para a candidatura de Paulo da Rosa Bonel, vereador em Cachoeira do Sul, que é hoteleiro e esportista.

Outro nome em evidência no PPS é o brigadiano José Luiz Zibetti, de Passo Fundo, que já foi president e da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar.

Última
Os candidatos Celso Bernardi, Germano Rigotto e o vice do PL, Fernando Dalé, constataram "in loco" as dificuldades econômicas da Metade Sul do Estado. Os três ficaram surpressos ao ouvir, ontem, o prefeito de Herval e coordenador do Corede da Zona Sul explicar que os oradores do evento promovido pelas associações de prefeitos e vereadores não teriam sistema de som para falar aos mais de cem presentes ao encontro.

Conforme Rubem Wilhelnsem, as entidades estavam fazendo economia na organização do evento porque estão tendo dificuldades para receber repasses do governo do Estado.


FERNANDO ALBRECHT

Alegria de suplente
A propósito da nota de ontem informando que a sessão plenária da Câmara Municipal foi antecipada das sextas para as quintas-feiras, deixando as tardes deste dia livres para uma praia, entenda-se que isso vale para o verão. Por enquanto, as sextas serão é dedicadas para as campanhas eleitorais. Não são poucos os vereadores que tentam alçar um vôo maior. Dos 33 vereadores, um concorre a Governador, um a vice, dois para o Senado, 11 para a Assembléia e dois para a Câmara Federal. Os suplentes estão esperançosos e torcem para que os titulares sejam eleitos.

Assaltantes de plantão
Os assaltantes elegeram um novo alvo em Porto Alegre: os plantões de venda de imóveis. O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis RS, Carlos Alberto Schmitt de Azevedo, informa que pelo menos 20% dos cerca de 150 plantões existentes na Capital foram vítimas de assaltos nos últimos 90 dias. Os assaltantes são atraídos pelos laptops, celulares, dinheiro ou o carro do corretor. Detalhe: 25% destes profissionais hoje são mulheres.

Novo coordenador
Sempre lotada, a churrascaria Na Brasa, na Ramiro Barcelos, conseguiu engordar a clientela devido aos comitês/diretórios de partidos existentes na redondeza - caso do PPS e PT. Ontem, o advogado e guerrilheiro Mathias Nagelstein, que lá estava com o filho e candidato à Assembléia, Walter, comentava sua decisão de abraçar uma das coordenadorias da campanha de Antônio Britto. Mathias já se desfiliou há tempos do PDT.

Cerimônia de ex
Em recente cerimônia de arriamento da bandeira do rebocador Tritão, no porto de Porto Alegre, o governador Olívio Dutra citou todas as autoridades presentes mas esqueceu do ex-governador Jair Soares. Lapso do cerimonial, porque justiça seja feita, Olívio cita até o "oitavo carregador de moringa", como dizia o falecido Melchiades Stricher. Depois, Olívio foi se desculpar com Jair. Segundo um dos presentes, disse "Puxa, Jair não te citei". E Jair: "Não tem importância, Governador, ano que vem o senhor será ex. Como eu".

Encampação
A CEEE explica a encampação dos transformadores dos condomínios e prédios, correspondência que afligiu alguns síndicos. A CEEE propõe apenas a dita encampação, aliás recomendação da Aneel. Se preferirem, os síndicos podem deixar a coisa como está, mas neste caso a manutenção ou troca futura de cabos e equipamentos ficará a cargo dos moradores. Com o novo status, é uma despesa a menos. Em Porto Alegre são quase 2 mil condomínios, 2,3 mil no estado (na área da estatal).

Problemas da cidade
Cidadão foi abastecer em um posto da avenida Ipiranga e tentou pagar com um cheque a conta de R$ 10,00.

Foi informado que não aceitavam cheques de contas com menos de seis meses, por causa da inadimplência.

Como o posto também não aceitava cartão e o cidadão não tinha R$ 10,00, a funcionária pediu que ele então deixasse o estepe ou a gasolina seria retirada. Depois de muita indignação, aceitaram o cheque.

A visita do embaixador
O embaixador da Alemanha, Uwe Kaestner, aproveitou a visita ao Rio Grande do Sul para conhecer o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo. Esta é a primeira visita oficial de Kaestner ao Estado. Veio acompanhado do Cônsul Geral da Alemanha em Porto Alegre, Gerhard Thurner. Amanhã o diplomata fala na Sociedade Germânia sobre as relações entre os dois países, na reunião-almoço da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

Greve de Procurador
A Associação dos Procuradores do Estado (Apergs) enviou correspondência aos associados convocando para o Primeiro Dia de Paralisação dos Procuradores do Estado, que acontecerá nesta sexta-feira. A entidade também reivindica que o Governo Olívio Dutra atenda às reivindicações da categoria e supere a crise institucional da PGE, que "põe em risco a defesa jurídica do interesse público".

A dengue
Em relação à nota sobre a não renovação do contrato dos agentes de saúde que combateram o mosquito da dengue, a Secretaria da Saúde informa que os contratos não foram renovados "porque os trabalhos foram concluídos com êxito tanto na Capital quanto na Região Metropolitana". Mas há um sistema de vigilância permanente, aduz a SES.

Eleonora e Ana Rizzo inauguram hoje às 18h no Santander Cultural o Moeda Bar Restaurante Café do Cofre.

Pavilhões da Festa da Uva de Caxias do Sul sediam domingo a Feira de Carros Usados.

Mãe de Deus promove, de 25 a 27, a Jornada de Psicologia Hospitalar e Curso de Humanização e Ética em UTI.

Cláudia Zanchi amplia a ação da Celulartec com a abertura da Celulartec Informática.

Hospital Moinhos de Vento inaugura sexta às 19h30min seu novo Centro de Diálise.

Procergs lança seu novo site institucional, www.procergs.com.br

Novo cardápio do Pipe Bar, na Tobias da Silva, do chef Fabian Lorenzo, vai à mesa hoje.


Editorial

ARROCHO FINANCEIRO SUFOCA FORÇAS ARMADAS

O desligamento prematuro de 44 mil recrutas do Exército e o adiamento da incorporação da segunda turma de 2002 é o exemplo acabado da penúria financeira a que chegou o Brasil. Nem mesmo o Serviço Militar Obrigatório escapou do arrocho a que estão submetidas as contas públicas, a fim de que o País possa praticar o superávit primário de 3,75% do PIB, para que a trajetória da dívida pública seja paga e se torne declinante.

Há alguns anos que se discute da importância de ter, ou não, Forças Armadas num País com tantos problemas sociais. Eliminá-las ou enxugá-las demais seria criar um outro e gigantesco motivo de preocupação, sem nada resolver, em termos socioeconômicos. Primeiro que o jovem brasileiro comum aprende muito na Marinha, no Exército ou na Aeronáutica. Pela sua presença e peculiaridades, cabe ao Exército o maior contingente, em torno aos 54 mil recrutas anuais, já foram 100 mil homens no Exército, quanto temos quase um milhão de rapazes alistados mas que não entram para as unidades militares, por falta de efetivos. Também o fato de que há regiões no Brasil onde o Serviço Militar é a única escola dos jovens. Nos quartéis aprende-se disciplina, hierarquia, superação física e muitos saem com uma profissão como auxiliar de enfermagem, garçon, mecanografia e outras. Não é apenas um momento militarista. Também fica um sentimento de agir em grupo, a ter e seguir liderança, camaradagem implícita de quem fica, em média, 11 meses juntos. Quando servindo, o rapaz reclama muito da rigidez castrense, das horas noturnas de guarda, da alimentação, dos exercícios, dos gritos do sargento instrutor, da cara feia do capitão da sua companhia, da vida coletiva onde imperam regras socializantes. Todos são iguais com a farda verde-oliva, pobres, ricos, brancos, negros, judeus ou cristãos e, depois, vem a saudade desse tempo. No entanto, ainda há pessoas que confundem o movimento de 64, apoiado pelos empresários, religiosos, classe média alta e a imprensa da época, cujos participantes estão todos na Reserva Remunerada ou mortos, com a instituição Forças Armadas, seus objetivos permanentes e o trabalho social que realizam, salientando-se a Amazônia.

Lá onde somente os antigos aviões Catalina da FAB aterrissavam nos rios, levando alimentos, medicamentos e médicos, único elo de ligação dos caboclos com o Brasil legal. Da mesma forma que, hoje, navios da Marinha entram nos rios e igarapés com assistência, informações e cursos, como os pelotões de fronteira do Projeto Calha Norte, meio esquecido, embora importantíssimo. A profissionalização é irreversível, navios, tanques, artilharia e aviões estão informatizados, requerem instrução de 2º Grau, antes que militares. Menos tropas, porém melhor preparadas e pagas, de pronta mobilidade e ação, esta a tendência do Exército, a Marinha e a Força Aérea atuam nesse modelo desde muito. As necessidades da Fazenda Nacional não devem, por isso, sufocar no peito dos cidadãos fardados a vocação pela carreira, o sentimento de brasilidade que transmitem aos recrutas, afastando da Escola Naval, das Agulhas Negras e da Academia da Força Aérea ou das Escolas de Sargentos os jovens. O Brasil é muito grande e complexo e na Amazônia, fronteira com a Colômbia, somente os militares traçam uma geopolítica definida, mas precisam de verbas. Um hiato de seis meses com meio expediente, recrutas dispensados apenas com o Programa de Adestramento Básico, PAB, perdendo R$ 200,00 mensais e criando problema socioeconômico para milhares de famílias em ano de eleição, é fato grave. Além disso, fará com que sargentos, cabos e soldados engajados busquem o famoso "bico", difícil de largar quando da volta do turno integral. Pior, a auto-estima cai, do soldado ao comando.


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07/24/2002


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