Prefeitura carioca abre licitação para Centro Aquático



A prefeitura do Rio de Janeiro lançou na última sexta-feira (27) o edital de licitação para a construção do Centro Aquático dos Jogos de 2016, que será erguido no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. O projeto foi desenvolvido pela prefeitura, por meio da Empresa Olímpica Municipal (EOM) e da Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe), e pelo Ministério do Esporte.

O vencedor da licitação do Centro Aquático será responsável pela construção e operação da arena pelo período de 11 meses. As obras de construção estão orçadas em cerca de R$ 218 milhões, e aproximadamente R$ 8 milhões serão investidos em operação e manutenção.

O governo federal vai transferir os recursos – do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), repassados pela Caixa Econômica Federal (Caixa) – para a cidade, conforme acordo de cooperação técnica assinado entre o Ministério do Esporte e a prefeitura em maio de 2012.

O Centro Aquático será uma instalação temporária com capacidade para 18 mil espectadores, com duas piscinas olímpicas (uma de competição e outra de aquecimento) e infraestrutura para receber as montagens complementares temporárias (overlay).

As piscinas terão estruturas metálicas modulares desmontáveis e reaproveitáveis, e receberão as competições de natação olímpica e paraolímpica,e a fase final da competição de polo aquático.

As obras estão previstas para começar no primeiro semestre de 2014 e terminar no primeiro trimestre de 2016, antes do evento-teste, programado para abril. Os projetos básico e executivo foram desenvolvidos pelo consórcio 2016-Centro Aquático, formado pelas empresas GMP Design e Projetos do Brasil Ltda., SBP do Brasil Projetos Ltda., Lumens Engenharia Ltda. e Sustentech Desenvolvimento Sustentável Ltda. Os estudos preliminares foram elaborados pela inglesa Aecom.

O Centro Aquático foi concebido prevendo máximo aproveitamento possível dos elementos que compõem a montagem. O Ministério do Esporte apresentará em 2014 o projeto do legado dos materiais, que deverá prever, entre outras ações, a remontagem das piscinas de competição e de aquecimento.

As competições de natação estão entre as que recebem mais atenção e interesse nos Jogos Olímpicos e nos Jogos Paraolímpicos, tanto por parte dos espectadores que vão às arenas quanto daqueles que assistem pela televisão, por isso as instalações seguem requisitos olímpicos bastante rigorosos do Comitê Olímpico Internacional e da Federação Internacional da modalidade.

Mesmo assim, a opção por construir uma instalação temporária se deve ao fato de o Rio de Janeiro já ter dois parques aquáticos, o Maria Lenk e o Julio Delamare, com capacidade para receber eventos nacionais e internacionais.

Como não há demanda para outro parque aquático na cidade, a melhor opção custo-benefício foi erguer uma instalação temporária para natação e finais de polo aquático, porque ao longo da vida útil de um equipamento esportivo permanente 60% dos investimentos são em manutenção.

É importante ressaltar a necessidade de haver mais de uma instalação para atender ao calendário das quatro modalidades de Esportes Aquáticos (natação, saltos ornamentais, nado sincronizado e polo aquático). Durante os Jogos Olímpicos, o Maria Lenk receberá as disputas de saltos ornamentais e nado sincronizado. A fase inicial do polo aquático será no Parque Aquático Julio de Lamare, de responsabilidade do governo estadual.

No Dossiê de Candidatura, documento de 2009, apenas a estrutura externa do Centro Aquático seria permanente (as piscinas seriam temporárias). Após os Jogos Olímpicos, a estrutura externa seria adaptada para funcionar como área administrativa do Centro Olímpico de Treinamento (COT), porém a Prefeitura, o Governo Federal e o Comitê Rio 2016 avaliaram que esse espaço não será necessário e a instalação será totalmente temporária. A área administrativa ficará no terreno dos três pavilhões esportivos permanentes, que já estão sendo construídos.

Novas instalações da Barra

Com o lançamento da licitação do Centro Aquático, já é possível fazer algumas avaliações sobre as quatro novas arenas esportivas do Parque Olímpico da Barra que não constam da parceria público-privada (PPP) e serão construídas com aporte do governo federal: Centro de Tênis, Velódromo, Arena de Handebol e Centro Aquático.

A execução das obras do Centro de Tênis já está contratada por cerca de R$ 165 milhões, valor da proposta vencedora da licitação. Somando esse valor ao dos editais das licitações ainda em curso – Arena de Handebol (R$ 121 milhões), Velódromo (R$ 137 milhões) e Centro Aquático (R$ 218 milhões) –, o total será de aproximadamente R$ 641 milhões, cerca de 9% superior à estimativa prevista no Dossiê de Candidatura, já atualizada pelo INCC-DI do período de janeiro de 2009 a outubro de 2013.

Para efeito de comparação, nos Jogos de Londres o valor das obras de três destas instalações (Velódromo, Arena de Handebol e Centro Aquático) somou o equivalente a cerca de R$ 1,6 bilhão (todas permanentes). No caso do Rio, o valor está previsto para ser de aproximadamente R$ 476 milhões (apenas o Velódromo é permanente). O Centro de Tênis não entra na comparação porque em Londres a competição foi disputada em Wimbledon, uma instalação já existente.

Parque Olímpico

Com 1,18 milhão de metros quadrados,o Parque Olímpico da Barra será o coração dos Jogos Rio 2016 e receberá competições de 16 modalidades olímpicas e 10 paraolímpicas. O projeto prevê que, até 2030, equipamentos esportivos e novos empreendimentos formarão um bairro residencial que será referência em termos de sustentabilidade para a cidade, com novos componentes de eficiência energética e acessibilidade.

Atendido por duas das novas linhas de BRT, a Transolímpica e a Transcarioca, será um bairro aberto, ao contrário da maioria dos condomínios da Barra.

Na construção de todas as instalações esportivas permanentes, a prefeitura e o governo federal buscarão certificação LEED (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental). Esse sistema de classificação de edificações, desenvolvido pela americana Green Building Council para medir o desempenho ambiental de design, construção e operação de edifícios, busca reduzir o impacto ambiental das edificações.

Parcerias

Para a construção do Parque Olímpico da Barra, foram feitas duas parcerias. Uma parceria público-privada (PPP) no valor de R$ 1,35 bilhão permitirá a construção e manutenção (por 15 anos) da infraestrutura do Parque Olímpico, além da construção de três pavilhões esportivos, que após os Jogos farão parte do Centro Olímpico de Treinamento (COT), do Centro Principal de Imprensa (MPC), do Centro Internacional de Transmissão (IBC), de um hotel e da infraestrutura da Vila dos Atletas, que também está sendo erguida na Barra da Tijuca.

Para viabilizar a construção das demais instalações – Centro Aquático, Centro de Tênis, Velódromo e a Arena de Handebol –, a prefeitura assinou um acordo de cooperação técnica com o governo federal. A União vai aportar os recursos para as obras das arenas que estão fora do escopo da PPP, sendo que a prefeitura financiou os projetos básico e executivo e é responsável pela execução das obras.

Obras

O trabalho no terreno de 1,18 milhão de metros quadrados começou no dia 6 de julho de 2012 com a remoção dos elementos que compunham o antigo Autódromo de Jacarepaguá, como arquibancadas, pavimento de asfalto e estruturas auxiliares (grades de proteção, pneus, muros internos de concreto e cercas).

As obras de infraestrutura – redes de drenagem, água, esgoto, incêndio e elétrica – estão dentro do cronograma, e a terraplenagem encontra-se em fase final.

A construção do Centro de Tênis começou no fim de outubro. Mais adiantadas e já na fase de implantação das estacas estão as obras do Centro Internacional de Transmissão (IBC), do Centro Principal de Imprensa (MPC) e dos três pavilhões esportivos, que, após os Jogos, farão parte do Centro Olímpico de Treinamento (COT). Além das obras do Centro Aquático, as do Velódromo e da Arena de Handebol começarão em 2014.

Fonte:
Ministério do Esporte



28/12/2013 13:58


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