Prefeituras reúnem 8 mil em Brasília
Prefeituras reúnem 8 mil em Brasília
Oito mil pessoas circulando diariamente por 43 mil metros quadrados de informações, debates, produtos e soluções voltadas às administrações municipais. Este é o publico estimado para o VII Congresso Brasileiro de Municípios, entre 4 e 7 de março, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília.
Realizado anualmente pelas principais entidades municipalistas do País, o Congresso, que será aberto pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, está em sua sétima edição.
Prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais e primeiras-damas terão a oportunidade de debater diretamente com as principais autoridades do governo federal temas fundamentais para o desempenho das administrações.
Para o diretor-executivo da ABM, Ruy Born, o Congresso abre espaço para o debate franco e direto sobre temas vitais para os administradores municipais e é uma excelente oportunidade para a retomada de questões importantes como a repartição das obrigações sociais e financeiras entre os três níveis da administração pública e a cobrança da taxa de iluminação pública pelos municípios.
Na pauta do encontro, Ruy Born destaca a avaliação da Lei de Responsabilidade Fiscal; a situação financeira dos municípios e a melhoria da questão tributária; e a situação dos sistemas de previdência para funcionários municipais.
Seqüestrador exige cela vip na cadeia
Chileno que dirigiu o seqüestro de Olivetto reclama dos carcereiros tudo o que negou a sua vítima.
O chileno Mauricio Hernández Norambuena reclamou da cela enquanto esteve preso no Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado). "Ele pediu roupas de cama e banho. Reclamou que não havia janelas e queria tomar banho de sol", disse o delegado Osvaldo Gonçalves, do Garra (Grupo Armado de Repressão ao Roubo e Assalto).
"Ele queria tratamento vip. Foi irônico, porque ele não deu esse tratamento ao Washington Olivetto."
Hernández foi preso, com outros cinco seqüestradores, na última sexta-feira, em uma chácara em Serra Negra, São Paulo. O chileno foi levado ao Deic e transferido na última segunda-feira para a Casa de Custódia de Taubaté.
Olivetto ficou 53 dias no cativeiro trancado em um cubículo de 1 por 2,5 metros. No cubículo também não havia janela, apenas um sistema de duto com ventilador. Além do ar, a iluminação era controlada pelos seqüestradores.
Quando algum seqüestrador entrava no local, o publicitário era obrigado a ficar no canto oposto ao da porta, de cabeça baixa.
Irmã teme assassinato
A irmã do sequestrador Mauricio Hernández Norambuena, Cecília Hernandez, chegou por volta das 15h de ontem ao Consulado do Chile, no centro de São Paulo, e disse temer pela integridade fisica do irmão sequestrador. Cecília acha que ele pode ser espancado e, eventualmente, assassinado.
Ela está acompanhada por Dolores del Carmen Lopes, integrante da Organização de Defesa Popular, entidade de direitos humanos do Chile.
Ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos, Cecília confirmou que o irmão é "realmente um revolucionário internacional". Ela veio ao Brasil só para acompanhar o caso.
A polícia de São Paulo acredita que a quadrilha dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto contou com a ajuda de pelo menos duas brasileiras. Uma das mulheres é tratada pela polícia como Maria Ivone, mas sua identidade não foi confirmada.
Garoto de programa que matou gay em Nova York pega 20 anos
O garoto de programa Márcio Scherer foi condenado ontem pela Justiça do Rio a 22 anos de prisão e 12 dias-multa por latrocínio (roubo seguido de morte). Scherer matou o antiquário João Azevedo Sabóia no dia 12 de março de 1999 em uma suíte do hotel Waldorf Astoria, em Nova York, um dos mais tradicionais da cidade.
A pena será em regime fechado e Scherer não poderá recorrer da decisão em liberdade. Ele já está preso.
A juíza Maria Elisa Lubanco, da 20ª Vara Criminal do TJ-RJ, justificou a fixação da pena afirmando que Scherer agiu com extrema violência, espancando a vítima até a morte por interesse exclusivamente patrimonial e que o crime gerou intensa comoção social, já que o fato ocorreu entre dois brasileiros em um outro país.
Dois meses após o crime, Scherer negou o latrocínio e disse que a morte de Sabóia foi acidental.
No entanto, dias antes, ele tinha sido denunciado pelo Ministério Público, que o acusou de roubar US$ 30 mil da vítima, além de um relógio Rolex, um anel de ouro com pedra de rubi, uma corrente de ouro, um relógio Piaget, uma bolsa de viagem, além do passaporte e de passagens aéreas.
Scherer, que se diz artista plástico, era garoto de programa no Rio. Sabóia conheceu-o por meio de um anúncio de jornal, tornou-se seu amigo e o levou a uma viagem a Nova York. Quando regressou de uma visita a um cassino em Atlantic City foi atacado por Scherer.
Dupla que falsificava visto é presa
O grupo Força Tarefa, formado por agentes da Receita e da Polícia Federal, prendeu no final da noite de terça-feira, no aeroporto de Guarulhos, dois homens acusados de falsificação de vistos para passaportes e de estelionato.
A dupla – Israel Alvarenga Drumond, de 27 anos, e o primo dele, Hércules Antonio de Carvalho Drumond, de 26 – já havia feito sete vítimas na mesma noite, todos passageiros que iriam embarcar em vôo da United Airlines para Orlando, Estados Unidos.
A dupla foi presa no saguão do aeroporto após os policiais desconfiarem de um grupo que conversava em frente ao balcão de check-in. Os passageiros disseram que Israel havia cobrado US$ 600 de cada um para facilitar o embarque. Os passaportes dos passageiros, todos vindos de Minas Gerais, foram examinados pelos policiais, que verificaram a falsificação nos vistos.
Brasil é campeão da repetência, diz Unesco
Pesquisa mostra que 24% dos alunos são reprovados, o maior índice entre 19 países da América Latina.
A Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, divulgou ontem um relatório com estatísticas da educação em 19 países da América Latina, apontando o Brasil como o campeão de repetências.
De acordo com os dados, coletados em 1998 e 1999, 24% dos alunos do ensino fundamental e 18% dos alunos de ensino médio no País estavam repetindo o ano. No entanto, nem todas as notícias são ruins. O Brasil, assim como em outros seis países da região, alcançou a universalização do ensino: 100% das crianças em idade de freqüentar o primário vão à escola.
Na Nicarágua, de cada cem alunos que ingressam no ensino fundamental, apenas 55 chegam à quarta-série. A Argentina tem a maior taxa de sobrevivência, com 94% dos alunos chegando à 4ª série.
Segundo Maria Dulce Borges, coordenadora do setor de Educação da representação da Unesco no Brasil, um grande passo já foi dado no que diz respeito à escolarização na América Latina, com taxas de aumento expressivo. "No geral, a preocupação maior agora é a qualidade", diz ela. "Às vezes, as duas coisas, quantidade e qualidade, não andam juntas. É difícil fazer as duas coisas."
De acordo com a coordenadora do setor de educação da Unesco, uma série de fatores pode contribuir para diminuir as taxas de repetência no Brasil. Ela cita como exemplo as atividades extracurriculares na própria escola. Segundo Maria Dulce, trata-se de uma forma de melhorar o clima nas instituições, de fazer com que pais, alunos e professores se conheçam melhor e possam interagir.
Os dados da Unesco são enviados pelos países analisados. Devido à data dessas informações, de cerca de quatro anos, a situação do ensino em alguns países pode até estar melhor, segundo Maria Dulce. É a primeira vez que o s números são analisados regionalmente.
No DF, índice é 16,3%
No Distrito Federal, a taxa de reprovação de alunos registradas nas escolas da rede pública de ensino, no ano de 1999, foi de 16,37% no ensino fundamental e de 17,82% no ensino médio.
Segundo a secretária de Educação do DF, Eurides Brito, o problema da reprovação escolar não pode ser somente analisado por estatísitcas.
Para ela, o grande desafio para os educadores brasileiros não é somente aprovar os alunos. "Temos de promovê-los com competência; não adianta enganá-los com engodos", diz.
De acordo com ela, a Secretaria de Educação está trabalhando para tentar reduzir esse índice à menor escala possível. "Mas não podemos promovê-los por decreto", encerrou.
Artigos
As fantasias da ilha do Dr. Castro
Sylvio Guedes
Há quase 40 anos, o mundo viveu a aterrorizante ameaça de uma guerra nuclear. O incidente se tornou célebre como "a crise dos mísseis de Cuba". O ditador comunista Fidel Castro recebeu, instalou e pretendia apontar para os Estados Unidos mísseis soviéticos capazes de destruir, em cinco minutos, as principais cidades norte-americanos, nas duas costas.
Washington iniciou um bloqueio naval à ilha, exigindo o desmantelamento dos mísseis. O mundo estava em pânico. Qualquer pequena escaramuça entre navios de guerra americanos e cargueiros soviéticos a caminho de Havana poderia deflagrar uma escalada de violência. Retaliações em cadeia que levariam à eclosão do conflito, à hecatombe global. Um acordo de última hora evitou o pior.
Ao lado do Muro de Berlim, Cuba era, então, um ícone da divisão ideológica do mundo. A ilha, empanturrada pelo dinheiro soviético, "progredia" em velocidade assustadora. Essa era, pelo menos, a imagem que a poderosa propaganda esquerdista passava ao mundo. Mas, naquela época, Fidel, que logo após tomar o poder por um golpe militar prometera eleições gerais em 18 meses, nem falava mais nisso.
Isso já é passado. Como disse o jornalista francês Daniel Tacet, de Le Figaro, "há muito que a utopia cubana, que tanto seduziu a esquerda ocidental, é um pesadelo diário para os seus habitantes". No ano passado, dois livros abordaram a questão de pontos de vista diametralmente opostos. O brasileiro Fernando Moraes lançava a edição comemorativa dos 25 anos do best-seller, A Ilha, uma ode a Castro e seus barbudos. Para Moraes, Cuba não tem defeitos e é a prova viva de que o socialismo iguala os homens.
Não é o que apuraram e escreveram os jornalistas Corinne Cumerlato e Denis Rousseau, no livro A Ilha do Doutor Castro. Eles constataram que o castrismo é, antes de tudo, um sistema a serviço da manutenção do poder de um homem e de uma casta, privilegiados que, nos últimos 40 anos, fuzilaram opositores, proibiram eleições, acabaram com a liberdade de empreendimento, de expressão, de reunião e de associação dos cubanos, dando em troca um estado social que garante migalhas e farrapos, sob a cínica designação de "cesta básica".
A esquerda brasileira, que considera indignante o salário mínimo nacional (e é mesmo), acha tudo lindo em Cuba, inclusive a penúria em que quase todos vivem (exceto os poderosos ou os envolvidos com atividades ilegais). Em Cuba, relatou com enorme coragem uma jornalista brasileira, em reportagem de Veja, para poder comer, viver ou vestir-se melhor, o cara precisa roubar, enganar, desviar. O resto é propaganda.
Editorial
Novo Projeto Orla
Os brasilienses, aos poucos, começam a descobrir os encantos do lazer à beira do Lago Paranoá. Havia, no entanto, alguns problemas que afastavam a população. A poluição era um deles. Hoje, o Paranoá está quase todo despoluído, mas ainda assim há muita gente na cidade que jamais pensou no local como área privilegiada para diversão e lazer. Para esses, uma boa notícia: a Coordenação das Administrações Regionais encaminha ao governador Roriz, até o final da semana, uma proposta de reforma e revitalização do Projeto Orla, no Setor de Clubes Norte, hoje um local abandonado e entregue à depredação.
O GDF acredita que já em abril, no início da época de seca, o Projeto Orla poderá estar revitalizado. A secretária Maria de Lourdes Abadia adianta que as reformas prevêem a reforma dos cinco quiosques existentes, do ancoradouro para lanchas, a recolocação de pedras portuguesas do calçamento e a limpeza total da área.
O GDF pretende fazer o seu papel para revitalizar o Projeto Orla, mas é preciso que a iniciativa privada não fique à espera de que o governo faça tudo. É necessário que empresários invistam no local e ajudem o governo a transformar o projeto numa nova atração de lazer no DF. O local tem tudo para se transformar em um novo ponto na temporada da seca.
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02/07/2002
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