Prejuízo com a seca na agricultura ultrapassa os R$ 400 milhões em Pernambuco



Foi decretado, na quarta-feira (24), estado de emergência em 99 municípios pernambucanos em função da seca que atinge o estado. Segundo o secretário estadual de Agricultura, Ranilson Ramos, o número engloba todos os 56 municípios do sertão de Pernambuco, e 43, de outras 66 cidades no Agreste.

Os agricultores, que respondem por cerca de 6% do Produto Interno Bruto de Pernambuco, já contabilizam prejuízos provocados pela seca na ordem de R$ 411 milhões, como perdas de 370 mil toneladas de grãos. “Esta é a maior seca dos últimos 50 anos. Tivemos 25% de precipitação de chuvas nos últimos seis meses”, afirmou o secretário.

Pelas contas do governo, nos quatro primeiros meses deste ano, o setor pecuário registrou 120% mais saídas de animais do estado - bovino, caprino e ovino - do que no mesmo período do ano passado. “Isso significa que estamos perdendo rapidamente nosso rebanho, que chega a seis milhões de animais. Se o rebanho ficar aqui, morre porque não tem água ou pasto”, explicou Ramos.

Para Marcelo Cauás Asfora, presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima de Pernambuco (Apac), não é possível estimar com precisão os prejuízos. Segundo ele, os impactos na agricultura vão afetar outros setores que dependem dos produtos.

Os governos federal e estadual disponibilizaram recursos para construção de cisternas que vão acumular águas das próximas chuvas e armazenar a água que está sendo levada por 800 carros-pipas .

A Secretaria de Agricultura de Pernambuco também informou que autorizou a distribuição de sementes de milho para plantio e ração, mas ainda não existem medidas estruturais para enfrentar o problema da seca no estado.

“Existe um conjunto de ações para reduzir as perdas, mas tem que pensar em ações de médio e longo prazo, como dotar de infraestrutura a região. Embora não tenha como prever como será a seca deste ano, quem nasce no sertão sabe que vai enfrentar o problema”, disse Asfora.

Segundo o presidente da Apac, hoje existem duas obras em andamento que, se estivessem prontas, poderiam resolver o problema de abastecimento de 80 municípios que estão em emergência. “A Adutora do Pageú, que captaria água do Rio São Francisco, e Adutora do Agreste, que vai atender a 60 municípios do Agreste e outras 70 localidades. Ao longo dos anos se criou um passivo muito grande de investimento nessas áreas. E, agora, a eliminação do racionamento começou a ser vista como prioridade”, disse.

Outra iniciativa que pode produzir frutos já nesta estiagem é a ampliação do projeto de áreas de cultivo irrigado no estado. A tecnologia já está presente em pouco mais de 60% do município de Petrolândia, onde agricultores familiares conseguiram garantir a produção.

 

Fonte:
Agência Brasil

 

24/05/2012 16:27


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