Presidente da CDH homenageia José Alencar
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS), homenageou, na reunião desta quinta-feira, o ex-vice presidente da República, José Alencar, que morreu na última terça-feira (29). Em vídeo enviado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), apresentado na reunião da comissão, Alencar pede que seja homenageado em vida, ao ler letra do samba de Nelson Cavaquinho "Quando eu me chamar saudade".
O evento da Fiergs foi realizado em agosto de 2002 com todos os candidatos à vice-presidência da República. José Alencar, na ocasião, informou Paim, apresentou aos empresários gaúchos a proposta de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência. Aquele pronunciamento, destacou o senador, afastou o temor que alguns empresários tinham em relação ao mandato de Lula.
- A clareza de sua fala se transformou num farol de ideias. De forma tão tranquila e com o maior bom humor ele fez a defesa do projeto nacional liderado pelo presidente Lula. A simplicidade dele era algo maravilhoso. E ouvi dos empresários - e estava ali o PIB Nacional - que ele era o mais competente e mais bem preparado - ressaltou Paim, que apresentou durante a reunião da CDH outro vídeo em que Nelson Gonçalves canta a música que Alencar mencionou.
Personagem histórico
Os jovens precisam perceber, observou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que estão tendo a chance de ver o nascimento de um personagem histórico. Na avaliação do senador, o exemplo de Alencar vai mostrar aos jovens que é possível fazer política com honestidade. Assim, observou, mesmo após sua morte, José Alencar vai continuar fazendo muito pelo país em razão do exemplo que deixou.
- A morte acontece com todos nós, mas uma vida como a de Alencar não acontece com qualquer um. Ele virou personagem histórico, temos de lembrar o que ele fez e ainda vai fazer. No lugar dos pêsames, dele temos de agradecer pela sua vida. No caso dele, a palavra não é pêsames, mas muito obrigado José Alencar - disse Cristóvão.
Luta
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ressaltou que o exemplo de Alencar deu-se tanto pela superação da sua condição econômica como pelo convívio com o câncer, o que fez com que o povo se identificasse com ele. O senador lembrou que o ex-vice presidente era de família humilde e se tornou um grande empresário brasileiro. A sua luta contra a doença, destacou ainda o senador, é um drama enfrentado por muitos brasileiros. Alencar tinha consciência de que nem todas as pessoas podiam enfrentar a doença da mesma forma que ele em razão das condições em que vivem.
Fraternidade
Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), José Alencar criou um "amálgama" com o ex-presidente Lula que possibilitou o Brasil se desenvolver com justiça social. Segundo disse, o exemplo de Alencar não vai permitir que seja esquecido pelo povo brasileiro, como fala a música de Nelson Cavaquinho.
- José Alencar jamais será esquecido. Será sempre uma pessoa que estará presente entre nós pelo seu exemplo, a sua dedicação e, sobretudo, os seus anseios de fazer do Brasil uma nação onde todos nós possamos estar juntos na mesa da fraternidade - disse Suplicy.
Leia a seguir a letra da canção "Quando eu me chamar saudade", de Nelson Cavaquinho:
Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha bom coração
Alguns até hão chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora
Me dêem as flores em vida
O carinho
A mão amiga
Para aliviar meus ais
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais
31/03/2011
Agência Senado
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