Presidente do BNDES demonstra confiança no crescimento da economia apesar da crise externa
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse em audiência pública nesta terça-feira (8) que são favoráveis as perspectivas para a economia brasileira em 2012. Apesar da crise mundial, realimentada pelo descontrole nas contas públicas de países da zona do euro, ele considera que o país possui condições de acelerar os investimentos para manter o crescimento.
- O país tem muitas alavancas que podem ser acionadas - reforçou ao fim da reunião na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Coutinho destacou que as oportunidades de investimento são especialmente nos segmentos de energia, infraestrutura e logística. No entanto, a expectativa do presidente do BNDES é de uma maior participação do sistema financeiro privado na sustentação do crédito para novos investimentos.
Aos senadores da CAE, ele disse que a instituição deverá manter no próximo ano a mesma moderação adotada neste exercício em relações a novos empréstimos e desembolsos.
O banco elevou fortemente suas operações desde 2006, e de maneira ainda mais acentuada a partir de 2008, como parte da reação aos efeitos da crise financeira internacional. Segundo Coutinho, houve uma estabilização dos valores nos dois últimos dois anos, mas em níveis elevados.
As aprovações de crédito, por exemplo, foram de R$ 74,3 bilhões em 2006, com desembolsos de R$ 52,3 bilhões no período. Em 2009, as aprovações subiram a R$ 170,2 bilhões e os desembolsos a R$ 137,4 bilhões. No passado, com números ainda firmes, foram R$ 175,9 bilhões em aprovações e R$ 143,7 bilhões em termos de desembolso.
Coutinho explicou que a desaceleração no ritmo de crescimento das operações foi deliberada, como forma de estimular a entrada de fontes de financiamento privado nos investimentos de longo prazo. Ele disse que a estratégia deve ser mantida em 2012, a não ser que ocorra piora no cenário externo capaz de acarretar problemas para o país, risco descartado por ora.
- Na verdade, não estamos sentindo no caso brasileiro uma contração do crédito. Ao contrário, há robustez no sistema financeiro e empresarial, que são condições para que a gente mantenha o impulso em direção ao investimento.
De acordo com Coutinho, o país precisa enfrentar o desafio de criar um sistema de financiamento de investimentos de longo prazo com poupança interna. Entre outras condições, disse que isso depende de maior convergência entre os valores da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e a Selic, a taxa básica de juros. Ressalvou, porém, que a providência não deve ser confundida como interferência na autonomia do Banco Central sobre a política monetária.
A reunião da CAE foi presidida pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.
08/11/2011
Agência Senado
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