Presidente do PMDB diz que cumprirá vontade da maioria



O deputado Michel Temer (SP), presidente do PMDB, disse nesta terça-feira (13), durante almoço na residência do presidente do Senado, José Sarney, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que irá cumprir com rigor -a vontade da maioria do partido- no que diz respeito à sua integração à base governista. Temer disse que irá conduzir as negociações -com a idéia democrática de que a maioria vence- e anunciou que logo promoverá uma reunião do partido para discutir o assunto.

Michel Temer elogiou a iniciativa do presidente da República de comparecer ao almoço com toda a bancada do seu partido. Para ele, a presença de Lula mostra -o bom funcionamento do mandamento constitucional que prega a harmonia entre os poderes-. Além disso, acrescentou, é preciso distinguir o momento político-eleitoral e o administrativo.

- Durante as campanhas políticas, os partidos discordam entre si e buscam ocupar seu espaço. Entretanto, após as eleições, começa o momento administrativo, no qual o ponto central passa a ser o interesse público e do país e não mais os interesses partidários - frisou.

Segundo Temer, o PMDB não se opõe às reformas propostas pelo governo, mas entende que é necessário discuti-las. Em tese, destacou, -as reformas têm nosso aplauso e nosso voto-. No entendimento do presidente do PMDB, o Brasil vive hoje -um momento político marcado pela modernidade-, devendo todos os políticos atentarem para esse fato.

Base governista

Em aparte solicitado logo após a fala de Michel Temer, o deputado Geddel Vieira Lima (BA) disse que não seria justo o presidente Lula sair do almoço com a bancada peemedebista achando que há unanimidade em torno da proposta de adesão do partido à base governista. Após ressaltar que apoiará, em essência, as reformas, Geddel afirmou ser contra a integração do PMDB à base governista, -por uma questão de coerência política-.

Ele disse que no passado foi sempre chamado de -vassalo do FMI-, de -assassino de velhinhos- e acusado de que iria quebrar a Previdência Social e as prefeituras, por defender publicamente as reformas então combatidas pelo PT, as mesmas que o governo quer hoje implementar. Coerente com as idéias, declarou, defende, como defendia antes, as mesmas reformas, mas se nega a fazer parte do atual governo.

Rebatendo o senador Renan Calheiros (AC), Geddel disse não aceitar que se queira transformar convicções e lealdade partidária em crise existencial. -Estou com as reformas, presidente Lula, mas não vou participar do seu governo-, assegurou o deputado.



13/05/2003

Agência Senado


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