PRINCIPAIS PONTOS DO DEPOIMENTO DE FRANCISCO LOPES NA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS
Estes foram os principais pontos abordados pelo do presidente interino do Banco Central, Francisco Lopes, em seu depoimento e posterior sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado:Âncora cambial: Para Lopes, âncora cambial era a única possibilidade de se controlar o processo inflacionário anterior ao Plano Real. Agora, o plano do governo é substituí-la por uma âncora monetária e fiscal. Para ele, seria melhor que o país tivesse adotado o regime de intrabandas em 1995. Afirmou que o regime de flutuação do câmbio foi "antecipado pela realidade".Centralização cambial: O presidente do BC descartou a adoção da centralização cambial, segundo ele um regime de "arbitrariedade total" e "conseqüências nefastas". Para Francisco Lopes, a centralização levaria inevitavelmente à moratória, impedindo o ingresso no país dos investimentos previstos em 1999 (US$ 25 bilhões) e 2000 (US$ 20 bilhões).Currency Board:: De acordo com Lopes, trata-se de um sistema inviável para um país com o total de depósitos bancários de R$ 450 bilhões e reservas internacionais de US$ 36 bilhões, incluindo os US$ 9 bilhões do FMI. Segundo ele, "a dolarização não é para quem quer, é para quem pode". Além disso, sua adoção pode levar a um regime monetário "duríssimo", sem limites para as taxas de juros.Inflação: Para o presidente do BC, a inflação ainda não acabou no país, sendo sua cura "um processo de muitos anos". Lopes admitiu que a desvalorização cambial implica ajuste de preços. Disse que alguns produtos ficarão mais caros, mas, no final, haverá um equilíbrio. Ele descartou a hipótese de que a inflação volte ao país nos altos índices vividos antes do Plano Real. Deve situar-se entre 4% e 5% este ano.Dívida Externa: Segundo Lopes, os compromissos do país para os próximos 12 meses não chegam a US$ 12 bilhões. O Brasil deverá terminar o ano de 1999 com reservas de US$ 50 bilhões. Assim, mesmo que não haja entrada de capital, o país terá reservas sólidas, sem risco de inadimplência. Lopes considerou normal o fluxo cambial desde a liberalização do câmbio.
26/01/1999
Agência Senado
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