Prioridade é investir no transporte sobre trilhos, afirma Dilma



Em parceria com estados e municípios, governo federal está investindo R$ 143 bilhões em mobilidade urbana. São R$ 33 bilhões só do governo federal para fazer metrôs em nove cidades brasileiras. No programa semanal Café com a Presidenta desta segunda-feira (10), Dilma Rousseff lembrou que o governo passou muito tempo sem investir em transporte coletivo.

Veja a entrevista na íntegra:

Apresentador: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!

Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia para você que nos acompanha no Café aqui hoje!

Apresentador: Presidenta, hoje eu queria conversar sobre transporte coletivo, que é um grande desafio para as cidades brasileiras. O governo federal está liberando recursos para oferecer um transporte de qualidade para a população?

Presidenta: Olha, Luciano, o governo federal está, sim, comprometido com o transporte coletivo em todo o território nacional. Em parceria com estados e municípios, sabe, Luciano, nós estamos investindo R$ 143 bilhões e estamos fazendo obras que vão melhorar o transporte coletivo nas nossas grandes e médias cidades, e dar mais qualidade à vida das pessoas.

Com esse dinheiro, nós estamos fazendo metrôs, trens urbanos, monotrilhos, aeromóveis, VLTs - que são os Veículos Leves Sobre Trilhos - além dos corredores de ônibus ou BRTs. São, no total, mais de 3.500 quilômetros em obras de transporte coletivo. Para fazer tudo isso, Luciano, nós começamos com R$ 93 bilhões e fomos aumentando os recursos em mais de R$ 50 bilhões a partir do Pacto da Mobilidade Urbana, que eu anunciei em junho do ano passado.

O nosso objetivo é ampliar e acelerar as obras, que vão tornar o transporte coletivo mais confortável, rápido e muito mais seguro e com um preço bem acessível. Assim, Luciano, nós vamos diminuir o tempo que as pessoas perdem no trânsito e devolvemos a cada uma delas um tempo precioso de vida. É para isso que nós, do governo federal, estamos unindo esforços com os governadores e os prefeitos. Todos juntos podemos fazer muito mais pelas pessoas que vivem nas cidades do nosso País.

Apresentador: Presidenta, o governo federal tem colocado muitos recursos no transporte sobre trilhos, como, por exemplo, o metrô. Por que, presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, nós estamos dando uma imensa prioridade aos investimentos no chamado transporte sobre trilhos, que é o metrô, que é o monotrilho, que é o Veículo Leve sobre Trilhos, o próprio aeromóvel é um veículo sobre trilho. Por que isso, Luciano? Porque o transporte sobre trilhos é um transporte de alta capacidade, ele tem capacidade para transportar milhares e milhões de pessoas. E, ao mesmo tempo, ele garante o deslocamento dos passageiros de forma muito mais rápida e mais segura. Não há interrupção pelo trânsito, por exemplo. É um transporte direto. Quanto maior a cidade ou quanto maior a região metropolitana, mais o transporte sobre trilho é importante, Luciano.

O metrô, por exemplo, transporta as pessoas de um ponto a outro sem parar no trânsito e, portanto, sem disputar com outros veículos quaisquer. Outra coisa importante é a integração dos vários tipos de transporte de uma cidade, e aí, o transporte sobre trilho ocupa um papel principal, papel de coluna vertebral. E aí, você tem, além do metrô o VLT, o monotrilho, o aeromóvel e tudo isso integrando os outros modais, como, por exemplo, o transporte de ônibus, o transporte, quando é o caso, de barcas, quando é o caso, o transporte no aeromóvel. Então, ele tem um papel de integrar os diferentes modais.

E uma das consequências disso é que, quando tudo funciona de forma integrada, a gente tem um transporte urbano muito mais rápido e mais barato, e isso por quê? Porque é possível adotar o bilhete único, que leva uma pessoa de um ponto da cidade a seu extremo. E isso significa eficiência, melhoria de vida, significa tarifa mais barata.

Apresentador: Mas o governo federal passou muito tempo sem investir em transporte coletivo, presidenta.

Presidenta: Foram muitos e muitos anos sem o governo federal investir em transporte coletivo, principalmente não investindo em metrô. Na verdade, o governo federal fazia o seguinte, lavava as mãos e falava: Não. Esse não é um problema meu. Para o meu governo, é um problema meu. E nós, por isso, mudamos a nossa relação com o transporte urbano, passamos a apoiar os estados e os municípios, porque, sozinhos, eles não conseguem fazer essas obras. Nós estamos colocando recursos significativos para investir em transporte coletivo nas grandes cidades brasileiras, o que me orgulha muito, sabe, Luciano. O Brasil voltou a construir metrôs.

Apresentador: Que cidades serão beneficiadas por esses investimentos, presidenta?

Presidenta: Já foram construídos, no meu governo, ou estão em implantação metrôs em nove cidades brasileiras, as maiores: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Fortaleza, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte. Veículos Leves sobre Trilhos estão sendo construídos em dez cidades no país, por exemplo, Luciano, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Cuiabá, Santos, Natal, Maceió, Goiânia, João Pessoa.

Apresentador: Quanto está sendo investido em metrô, presidenta?

Presidenta: Só para fazer o metrô, o governo federal está colocando R$ 33 bilhões em investimentos. Outros R$ 15,5 bilhões, Luciano, são a contrapartida dos estados e municípios. E, além desses recursos, as empresas privadas também participam dos investimentos. Colocamos recursos do nosso orçamento federal e também financiamos, através dos nossos bancos, os estados e os municípios. E isso porque, Luciano, em parceria, a gente pode fazer muito mais e melhor para o povo brasileiro.

Apresentador: A senhora disse que o governo financia uma parte dos investimentos. Quais são as condições desses financiamentos, presidenta?

Presidenta: O governo financia primeiro com um prazo bastante grande para pagar o financiamento. Esse prazo é 30 anos. Além disso, o estado ou o município tem quatro anos de carência, ou seja, ele só começa a pagar quatro anos depois. E os juros são bem acessíveis, 5,5% ao ano. Com essa parceria, nós vamos construir 250 quilômetros de metrô, ampliando ou fazendo novas linhas para atender mais gente. E, assim, as grandes cidades do nosso País vão ter um transporte coletivo de maior qualidade.

Em São Paulo, por exemplo, vamos expandir a Linha 2 do metrô entre Vila Prudente e Vila Formosa. No Rio de Janeiro, estamos apoiando a ampliação do metrô para ligar a Barra da Tijuca à zona sul da cidade. Em Salvador, o metrô vai ligar a Lapa à Cajazeiras e ao aeroporto, passando pela Avenida Paralela. Em Fortaleza, já concluímos a expansão da Linha Sul, estamos fazendo a Linha Leste e vamos transformar o trem urbano da região oeste em metrô. Tem mais, Luciano, estamos concluindo a expansão do metrô do Recife, com obras nas linhas Sul e Centro, e estamos liberando recurso para as novas linhas do metrô de Belo Horizonte e para a construção das primeiras linhas em Curitiba e Porto Alegre.

Apresentador: É metrô pelo país inteiro, presidenta. Agora, conta para a gente, além dessas obras, o governo também está investindo em outros tipos de transporte sobre trilhos?

Presidenta: Está, sim, Luciano. Nós estamos fazendo VLTs, monotrilhos, os trens urbanos e aeromóveis. São R$ 14 bilhões para essas obras, e muitas delas serão integradas aos metrôs. E isso porque integração é a palavra-chave do modelo de transporte coletivo que queremos para as nossas cidades. Lá em São Paulo, por exemplo, vamos fazer um monotrilho ligando a região do Ipiranga até São Bernardo do Campo, passando por São Caetano e Santo André.

No Rio de Janeiro, o VLT da região portuária vai se ligar ao metrô. Em Fortaleza, o VLT Parangaba-Mucuripe vai se conectar com a Linha Leste e com a Linha Sul do metrô. Já no Recife, os VLTs do centro e da Avenida Norte também farão a integração com o metrô. Tenho certeza, Luciano, que todas essas obras vão fazer uma enorme diferença na vida das pessoas.

Apresentador: Tem obra que já está pronta e beneficiando a população, não é, presidenta?

Presidenta: Ah, tem muita obra, sim. Lá em Fortaleza, por exemplo, nós concluímos a construção da Linha Sul do metrô, que agora chega até Pacatuba, na região metropolitana. É lá que mora o José Porfírio de Souza. Ele trabalha, Luciano, como vendedor ambulante nas ruas do centro de Fortaleza. Durante muitos anos, a rotina do José Porfírio era assim: ele madrugava, pegava o ônibus das 6h da manhã e viajava duas horas para chegar ao centro, sem contar os 40 minutos de espera no ponto de ônibus. Era isso na ida e era isso na volta. Quando o metrô chegou a Pacatuba, no ano passado, a vida do José Porfírio melhorou, e muito. Veja só, Luciano, a viagem até Fortaleza agora não passa de 35 minutos.

Os vagões têm ar ?condicionado e o José Porfírio chega muito mais disposto para trabalhar. Tem uma coisa que ele disse que me tocou muito, o José Porfírio achava que o metrô nunca chegaria tão longe, lá em Pacatuba. Veja, Luciano, como essas obras são importantes para as pessoas que vivem nas regiões mais afastadas do centro das cidades.

Apresentador: Histórias como a do José Porfírio são um estímulo a mais para o governo seguir em frente com os investimentos em transporte coletivo não é, presidenta?

Presidenta: É sim, Luciano. Eu sempre digo que um governo deve ser medido pelo que faz pelas pessoas. E nós sabemos que ter acesso a transporte coletiva rápido, confortável e com preço justo faz diferença na vida de todo mundo. É por isso que, em parceria com estados e municípios, nós estamos fazendo investimentos e trabalhando com determinação para que os brasileiros e as brasileiras tenham condições de estudar, trabalhar, crescer e melhorar de vida.

Apresentador: Muito boa a conversa de hoje, presidenta. Mas, infelizmente, o nosso tempo chegou ao fim. Obrigado por mais esse Café.

Presidenta: Obrigada, Luciano. Uma boa semana para você, uma boa semana para os nossos ouvintes e até a semana que vem!

Presidenta: Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet, o endereço é www.brasil.gov.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!

Fonte:
Empresa Brasil de Comunicação



10/02/2014 07:57


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