Procon: Cesta básica apresenta queda de 0,32%
Dos 31 produtos pesquisados na variação mensal, 10 apresentaram alta, 19 diminuíram de preço e dois permaneceram estáveis
No mês de fevereiro, o valor da cesta básica do paulistano apresentou queda de 0,32%, revela pesquisa do Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo. O preço médio da cesta, calculado em parceria com o Dieese, era, em 31 de Janeiro deste ano, R$ 210,20 e passou para R$ 209,52 (24/02/06).
O recorde de custo da cesta básica foi alcançado no Plano Real, em 18/05/05, quando o valor chegou a R$ 221,09.
A variação no ano é de -3,17% (base 28/12/05) e, nos últimos 12 meses, de -0,05% (base 24/02/05). Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: alimentação, -0,02%, limpeza, -1,74% e higiene pessoal -1,14%.
Dos 31 produtos pesquisados na variação mensal, 10 apresentaram alta, 19 diminuíram de preço e 2 permaneceram estáveis. Dentre os produtos que compõem o grupo Alimentação, destacamos as maiores quedas: batata – kg (17,79%), salsicha avulsa – kg (14,07%), lingüiça fresca – kg (11,09%) e biscoito maizena – pacote 200g (11,00%).
Maiores altas: açúcar refinado – pacote 5kg (9,49%) e feijão carioquinha – pacote 1kg (8,52%).
Os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a cesta básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda, motivado por razões internas (quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, etc.) ou por razões externas (mudanças no cenário internacional, restrições políticas ou sanitárias às importações brasileiras, etc.). As alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem refletir procedimentos para estimular a concorrência ou simplesmente para liquidar estoques.
A seguir a análise dos produtos com maior participação na variação do valor médio da cesta básica deste mês:
Batata
Depois de quatro meses de variações positivas (desde outubro/05), o preço da batata voltou a cair, em decorrência da boa colheita no Paraná, o segundo maior produtor do País, atrás somente de Minas Gerais.
A batata foi o produto que mais influenciou o comportamento mensal da cesta básica ao longo de 2005, tanto positiva quanto negativamente. Por ser um produto consumido em larga escala, com demanda constante, qualquer irregularidade na oferta tem efeito direto sobre os preços.
Carne suína
O surto de febre aftosa que atingiu o Mato Grosso do Sul, a partir de outubro de 2005, causou prejuízos aos produtores de carne suina. Mesmo com a queda no abate, o consumidor foi beneficiado.
O término do período de férias escolares ainda não promoveu uma recuperação das vendas. A concorrência com as carnes bovina e de frango estão pressionando para baixo o preço da carne suína no mercado interno.
Milho
O biscoito de maizena e a margarina, produtos derivados do milho na cesta básica, tiveram variação de preço negativa durante o segundo semestre do ano passado.O recuo das exportações, no entanto, contribuiu para o aumento da oferta no mercado interno, deprimindo os preços.
Outro fator que vem provocando uma retração no preço do milho é a disseminação da gripe aviária na Turquia e em países da União Européia. A indústria exportadora já começou a diminuir os alojamentos de pintos de corte e abate de aves, com conseqüente retração da demanda por milho.
Açúcar
O preço do açúcar continua em alta, já que o Brasil – maior produtor e exportador mundial de açúcar – está destinando maior volume de cana para a fabricação de álcool. Como o produto é uma commodity, o preço doméstico segue a cotação internacional.
Feijão
Depois de um período de queda de preço na maior parte do segundo semestre de 2005, os preços começaram a se elevar novamente a partir de dezembro.
A oferta de feijão vem sofrendo uma retração no mercado. O clima, fator de grande influência nessa cultura, tem afetado a safra das águas – a principal dentre as três safras – que vai de novembro a março. O excesso de chuvas em algumas regiões do estado de São Paulo e no centro-oeste, que provocou o atraso do plantio e a queda da qualidade.
Apesar da colheita estar em plena evolução nos estados da região sul, as perdas na produção em virtude de problemas climáticos já se refletem no aumento de preços.
03/08/2006
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