Produtividade cresce 5,8% em oito anos, revela Ministério da Agricultura



Em 2003, a área plantada com grãos era de 40 milhões de hectares. Oito anos depois, essas culturas ocupam 47 milhões de hectares, crescimento de 17,5%. Na previsão da próxima safra agrícola, essa área será praticamente a mesma, apesar do aumento previsto da produção. Isso significa que o Brasil produz mais alimentos numa área que se mantém constante – ou seja, o crescimento das safras se deve ao aumento da produtividade.

O índice médio de produtividade das 14 principais lavouras passou de 2,8 mil kg/ha, em 2003, para 3,1 mil kg/ha, em 2010 – crescimento de 12%. Uma medida mais abrangente da evolução da produtividade considera todos os produtos agropecuários (lavoura e pecuária), e todos os insumos. “Nesse caso, a produtividade tem crescido a uma taxa anual de 5,8% nos últimos oito anos”, observa José Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura.

Segundo o Ministério da Agricultura, o desenvolvimento do setor se explica pela modificação dos processos e técnicas de produção. O bom desempenho do agronegócio brasileiro, destaca o ministério, também é resultado da capacidade empreendedora dos produtores, que superaram as condições e adaptaram-se às novas tecnologias, com a utilização de máquinas e adoção de sementes mais produtivas.

 

Mais crédito

Além do fator tecnológico e das boas condições climáticas, contribuíram para o desempenho a concessão de crédito agrícola de baixo custo e o fortalecimento e integração das cadeias produtivas agropecuárias.

O crédito beneficiou a produção agropecuária empresarial nas áreas de investimento, custeio e comercialização. Os financiamentos concedidos saltaram dos R$ 30 bilhões, em 2003, para R$ 84,4 bilhões, em 2009/2010. Um incremento superior a 181%. E para a atual safra 2010/2011, os recursos chegam a R$ 100 bilhões. Um recorde histórico.

“O crédito rural ainda é importante instrumento de apoio ao agricultor e, nesse sentido, o governo não tem deixado faltar recursos para a produção e a comercialização”, destaca o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edilson Guimarães. “O volume de crédito tem sido crescente ao longo de todo esse período, mesmo em tempo de crise de liquidez, como ocorreu em 2008”.

Entre 2003 a 2005, aponta o ministério, houve um aumento significativo na oferta de crédito para o meio rural. A aplicação dos recursos promoveu a modernização da atividade e o acesso a tecnologias de padrão mais elevado, favorecendo a redução do risco e o aumento da competitividade.

 

Novos instrumentos

Ainda no campo de aperfeiçoamento da política agrícola, houve destaque para a criação de instrumentos privados de financiamento do agronegócio nos anos de 2004 e 2005. São os chamados títulos de crédito do agronegócio: Certificado de Depósito Agropecuário e o Warrant Agropecuário (CDA/WA), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). O objetivo foi atrair poupança interna e externa para aplicação na produção, processamento e comercialização, ou seja, em toda a cadeia dos produtos do agronegócio.

Com relação aos gastos do governo federal para o apoio à comercialização e sustentação de preços, desde 2003 até setembro de 2010 foram alocados R$ 13,6 bilhões para a comercialização de 78 milhões de toneladas algodão, arroz, café, feijão, mandioca, milho, trigo, soja, entre outras. “Hoje, o setor agrícola encontra-se numa situação muito mais favorável do que em 2002”, avalia Silvio Porto, diretor de Política Agrícola e Informações, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Ele considera que o governo fez bem ao voltar a atuar efetivamente no mercado, com a sustentação de preços de produtos agrícolas, e dando aporte na remuneração do agricultor.

“Elevamos significativamente os preços mínimos, o que permite pagar a diferença do preço de mercado em relação ao preço mínimo utilizando os instrumentos da subvenção, no caso o Prêmio para Escoamento de Produto (Pep) ou Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), ou fazendo as aquisições para a formação de estoques públicos por meio do AGF (Aquisição do Governo Federal) e dos Contratos de Opções de Venda”, acrescenta.

 

Fonte:
Ministério da Agricultura



15/12/2010 16:17


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