Professores acompanham explicações de Camini sobre cartilha
"É intolerável tolerar alguém". Com esta afirmação, o presidente da Comissão de Educação, deputado Onyx Lorenzoni (PFL), criticou a postura dos professores e coordenadores regionais que integraram a claque em defesa da secretária de Educação, Lúcia Camini, e não aceitando as manifestações contrárias proferidas pelos parlamentares de oposição. A secretária atendendo o convite da Comissão de Educação para explicar a confecção da cartilha "A proteção sócio-ambiental" denunciada por Onyx ao Ministério Público, na última semana, não rebateu as considerações de que o material contém textos xenófobos, interpretações mentirosas e ataques desmedidos a autoridades do governo federal. Para Camini, a cartilha atingiu as expectativas e atende a proposta do governo do Estado de estabelecer a discussão de propostas pedagógicas alternativas, nas 3.034 escolas públicas. "Abordamos temas que preocupam a população e o método adotado apresenta textos sugestões para o debate e a busca de subsídios aos alunos", argumenta.
No entendimento da deputada Iara Wortmann (PMDB), que citou Paulo Freire para apontar os equívocos cometidos pelo governo ao editar o material pedagógico, a cartilha apresenta apenas uma visão dos fatos, não oferecendo a pluralidade de pensamento e de visões sobre o assunto, para desta forma, propiciar o debate. Ainda, se valendo do pensamento de Freire, a deputada lembrou que "Se estamos do lado de cá da calçada e queremos chegar ao outro lado é preciso atravessar a rua. Caso contrário, nunca estaremos do lado de lá e, sim cá".
Apesar da negativa da secretária, reforçada pelos parlamentares Maria do Rosário, Luciana Genro e Edson Portilho, de que o material distribuído não prioriza a ideologização e a partidarização dos alunos gaúchos e, se constitui em uma nova visão na abordagem dos temas cotidianos, Onyx demonstrou a materialização das denúncias através dos tópicos eleições 2002, Orçamento Participativo e sobre a importância do MST, uma entidade sem personalidade jurídica. "Eu considero este documento infeliz e, acredito que a SEC poderia ter produzido um material de melhor qualidade", observou. Para o parlamentar, a publicação demonstra que se é intolerável suportar o contraditório, é plausível considerar que se está ao lado da intolerância e a um passo do totalitarismo.
09/18/2001
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