Programa de intercâmbio para estudantes negros e indígenas é debatido no DF



O Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento foi tema de debates nesta quinta-feira (29) no Ministério da Educação (MEC), em Brasília. O acordo de cooperação internacional prevê a inclusão de cotas destinadas a estudantes negros e indígenas para bolsas nas áreas de ciências exatas, tecnologia, inovação e formação de professores, que serão oferecidas pelo programa Ciência sem Fronteiras do governo federal. 

Estão reunidos no País, 18 reitores para detalhar o programa Abdias Nascimento, cujo nome é uma homenagem ao político e ativista social brasileiro defensor da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil. Eles deverão definir quantas vagas serão ofertadas aos estudantes brasileiros negros e indígenas.

As bolsas ofertadas pelo Ciência sem Fronteiras deverão ser preenchidas prioritariamente para as áreas de matemática, química, engenharias, tecnologias e ciências da saúde. Segundo o Ministério da Educação, também serão oferecidas vagas para a formação de professores.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Paulino Cardoso, o programa é importante para que pesquisadores negros deem um salto na educação brasileira. "Hoje o Brasil divide-se entre aqueles que têm e aqueles que não têm uma experiência internacional, sejam eles estudantes de graduação, sejam professores. O programa vai permitir a intensificação do intercâmbio entre esses estudantes e da língua inglesa no País", afirmou. 

Participaram do encontro representantes da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, das Universidades e Instituições Comunitárias de Ensino Superior Historicamente Negras (HBCUs) dos Estados Unidos e do Movimento Negro brasileiro. 

Programa Abdias Nascimento

O programa Abdias Nascimento se propõe a complementar a formação do estudante brasileiro, principalmente negros e indígenas, compreendido em iniciativas de ação afirmativa como a Lei de Cotas [Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2013], o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O combate ao racismo e a promoção da igualdade também são alvos da cooperação internacional em debate.

As HBCUs formam um conjunto de 106 instituições públicas e particulares criadas na década de 1960 para atender à comunidade negra dos Estados Unidos, mas recebem estudantes de diferentes países e etnias. A maior parte das instituições está localizada em estados e territórios norte-americanos com histórico de escravidão. Diversas instituições de ensino historicamente negras dos EUA participam do programa Ciência sem Fronteiras, que oferece bolsas de estudo para alunos brasileiros que pretendem se especializar no exterior. 

A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação, por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

Ciência sem Fronteiras é um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

Ciência sem Fronteiras

O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior. 

 

Fontes:

 

Ministério da Educação 

 

Ciência sem Fronteiras 

 

Com informações da Agência Brasil 





30/08/2013 20:21


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