Programa de Rigotto ataca distribuição de panfletos









Programa de Rigotto ataca distribuição de panfletos
No programa eleitoral da União pelo Rio Grande de ontem, foi criticada a distribuição de panfletos sem identificação contra o candidato ao governo Germano Rigotto. O senador eleito Sérgio Zambiasi, do PTB, confirmou o apoio ao candidato do PMDB, salientando a sua integridade. Foram apresentados também depoimentos e propostas da coligação para saúde, educação, geração de empregos, segurança pública e desenvolvimento do Estado.


Rigotto nega ter agido contra o PT
Garante não influenciar o programa de Serra e rejeita ataques na disputa ao governo do Estado

O candidato ao governo pelo PMDB, disse ontem, durante visita à Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul, que não teve nenhuma interferência na propaganda do presidenciável José Serra, veiculada sábado à noite e na qual foram feitas críticas à gestão de Olívio Dutra. 'Respondo pelos meus programas, que desde o 1º turno vêm mantendo o nível, sem atacar ninguém. Não tenho motivos para interferir na campanha de Serra porque ele tem pessoas que pensam sua propaganda', argumentou. Defendeu que haja confronto de idéias, preservando a imagem do Rio Grande do Sul como estado mais politizado do país.

Rigotto criticou as invasões de terra e defendeu a reforma agrária por meio do Banco da Terra. Para o candidato, os assentamentos se transformaram em 'favelas rurais'. Avaliou que muitas famílias vivem da cesta básica por não terem incentivo do Estado para produzir. 'Precisamos dar acesso à terra, mas também condições ao pequeno agricultor para plantar. Devemos manter no campo os que têm vocação. De outra forma, aumentará o processo de migração para outras regiões, formando bolsões de pobreza', disse.

Sobre o eventual fechamento da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Rigotto negou, afirmando que a instituição será fortalecida com a criação de cursos dirigidos às necessidades regionais através de convênios com instituições particulares. Garantiu que, se eleito, fortalecerá o programa de crédito educativo estadual, que, segundo ele, foi esquecido pelo atual governo.



Paim vê ataques como desespero de adversários
O senador eleito Paulo Paim, do PT, criticou ontem a forma 'truculenta e desqualificada' com que a campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, e de seus aliados ao governo do Estado vêm se referindo ao Rio Grande do Sul. 'É um desrespeito aos gaúchos, ao povo brasileiro e à democracia', destacou. A declaração foi feita em Santa Cruz do Sul, durante visita à Oktoberfest, representando o candidato da Frente Popular ao governo do Estado, Tarso Genro. Paim atribuiu os ataques veiculados no programa eleitoral de Serra a desespero dos adversários, que mudam de estratégia porque estão perdendo a disputa no campo político. 'Quem está bem nas pesquisas não faz isso', observou o senador, questionando o resultado da última pesquisa Ibope ao Palácio Piratini, que apresenta a ampliação dos índices da candidatura de Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande, em relação a Tarso.

Paim salientou que, se dependesse de pesquisas de intenção de voto, ele não estaria eleito. Lembrou que todos os levantamentos indicavam que ele estava em quarto ou quinto lugar na preferência dos eleitores. Para o senador eleito, o que ganha eleição são projetos e propostas de administração. Ele defendeu a mobilização dos militantes para a mudança que representa a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva e a manutenção de avanços conquistados no Estado: 'Quem vota em Lula vota em Tarso'. Ressaltou que pela primeira vez um partido de esquerda tem maioria na Câmara dos Deputados. 'O vital é que o PT está preparado para dialogar com o conjunto da sociedade', avaliou. Paim antecipou que manterá a luta no Senado em defesa de segmentos como trabalhadores e aposentados, ampliando conquistas e aprofundando discussões em torno do pacto federativo, das dívidas interna e externa e dos altos juros.


Candidato promete apoio à Fronteira-Oeste
Germano Rigotto defendeu ontem pela manhã a criação de pólo coureiro-calçadista na região da Fronteira-Oeste, como forma de agregar valor à produção, acenando com incentivos fiscais e financiamentos com juros compatíveis, através do Banrisul, e que também serão buscados junto ao Banco do Brasil e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Em visita à 90ª Expofeira de Bagé, o peemedebista enfatizou a necessidade de políticas especiais a frigoríficos e agroindústrias e prometeu redução da carga tributária às empresas, além de intensificar o combate ao abate clandestino de gado, comum na região.

Sobre os resultados das pesquisas eleitorais, Rigotto afirmou que indicam tendência momentânea. Por isso, conclamou a todos os filiados e simpatizantes para manterem a mobilização até domingo. 'Esta eleição será disputada voto a voto. Precisamos do apoio dos que desejam um governo para todos, inclusive os que não pensam como nós', ressaltou. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, avaliou, durante abertura da feira, que a proposta de Rigotto está próxima, mas não é a mesma defendida pela entidade. Não quis revelar pontos de divergência, mas disse ao candidato que a entidade pretende ser ouvida em eventual governo.

Rigotto também protestou novamente contra panfletos distribuídos que trazem boatos sobre a retomada das privatizações, caso seja eleito, incluindo a Companhia Estadual de Energia Elétrica, a Companhia Rio-Grandense de Saneamento e o Banrisul. Rigotto esteve sábado de manhã na matriz da Igreja Assembléia de Deus, em Porto Alegre, para comemorar os 78 anos da congregação. O candidato elogiou o forte trabalho social desenvolvido pela igreja.


Tucano identifica discursos diversos
José Serra aproveitou o espaço de rádio e televisão, ontem, para fazer pronunciamento aos eleitores. Atacou o adversário, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, ao afirmar que durante toda a campanha fez dois discursos: um para a população e outro para o empresariado. O tucano criticou a falta de clareza dos projetos administrativos de Lula e observou que o maior reflexo de que o PT tem problemas para governar são as experiências de governos do partido, referindo-se especialmente ao Rio Grande do Sul e à cidade de São Paulo. 'Não estou pintando Lula como um demônio perigoso, como muitos falam, mas de anjo ele não tem absolutamente nada', comparou o ex-ministro da Saúde.


PT quer minutos de Serra na TV
Tarso afirma que ataques do presidenciável são baseados em inverdades para desrespeitar adversários

A Coligação Lula Presidente, a Frente Popular e o governo do Estado pretendem ocupar mais de dez minutos do tempo de propaganda eleitoral do candidato à Presidência da República José Serra, da aliança PSDB-PMDB, para rebater as acusações do tucano contra a administração do PT, feitas sábado à noite. Eles ingressaram ontem no Tribunal Superior Eleitoral com pedidos de direito de resposta no horário político de Serra e a expectativa é de que a decisão da Justiça Eleitoral saia amanhã.

O candidato da Frente Popular ao governo, Tarso Genro, reagiu, durante entrevista, às críticas feitas pelo presidenciável Serra no programa eleitoral. 'Esses ataques são baseados em inverdades a fim de nos desrespeitar de maneira direta', argumentou. Tarso afirmou que se trata de articulação política entre Serra e o candidato do PMDB ao governo. 'Germano Rigotto se apresenta aqui como se fosse candidato da paz. Porém, quer radicalizar. Com esses fatos, cai completamente a sua máscara. A atitude de Serra não é isolada. Está, obviamente, articulada com a candidatura do PMDB', ressaltou. Tarso acrescentou que a resposta vai ser dada de maneira tranqüila em seu programa eleitoral. 'A tática do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que semeava mentiras e as disseminava pelo marketing, usada agora por Rigotto, não vai colocar a Frente Popular na defensiva', salientou.

Tarso desmarcou toda a sua agenda política prevista para a manhã de ontem com o objetivo de gravar programa respondendo às críticas de Serra. O candidato da Frente Popular também não participou de comícios previstos para ocorrerem em Canoas e São Leopoldo.


Lula defende o ajuste tributário
Promete luta para desonerar produção e exportações, inclusive criando secretaria de comércio exterior

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem ser fundamental o ajuste na política tributária, desonerando a produção e as exportações. Destacou a criação de secretaria especial de comércio exterior a fim de vender os produtos brasileiros para o exterior. O petista admitiu que o primeiro ano de governo será difícil e enfatizou a necessidade de rediscutir com o Congresso Nacional o orçamento para 2003. 'Também é imprescindível que tenhamos maior ousadia com organismos internacionais', relatou. Acrescentou que é importante a participação de governadores em sua administração, com reuniões sistemáticas.

Em relação ao problema da segurança, propôs a criação de secretaria ligada ao Ministério da Justiça para tratar do assunto. Defendeu que haja salário unificado na Polícia, bem como a informatização da corporação. Sobre as acusações do adversário José Serra, do PSDB, de que não participa de debates, deixou claro que vai dedicar o 2º turno para visitas aos estados, muitos inclusive onde recebe apoio de partidos vinculados ao tucano. 'Tenho 15 estados para visitar. Se o meu oponente não tem o que fazer, que fique em casa', disse.
Pela manhã, Lula admitiu que a ansiedade tomou conta dos seus últimos dias de campanha. O petista não consegue mais esconder a certeza da vitória no próximo domingo. Será lançado hoje, no Rio, programa de governo de Lula para a área da cultura. O candidato participou ontem, ao lado de Marta Suplicy, de carreata em São Paulo pela campanha de José Genoino ao governo do estado.


Serra prega mudança urgente do Código Penal
O presidenciável José Serra, do PSDB, defendeu ontem modificação imediata do Código Penal, como forma de combater a impunidade e garantir mais segurança à população. O tucano classificou como absurdo o teto dos presidiários ser de cumprimento de pena de 30 anos. 'Se o sujeito for condenado a 100 anos, tem de cumprir a integralidade da pena. O Código Penal está ultrapassado e isso desmoraliza a segurança, gera impunidade e torna a população menos confiante', salientou. O candidato disse que, se eleito, pressionará o Congresso Nacional a aprovar nova legislação. 'Os deputados são suscetíveis à opinião pública. Vou fazer forte campanha como no caso dos genéricos e da quebra de patente dos medicamentos para a Aids', comparou. Sobre as finanças do país, Serra avaliou que a dívida externa não aumentou tanto como o adversário petista, Luiz Inácio Lula da Silva, tem dito. Segundo ele, a dívida foi concebida e negociada na moeda brasileira e não em dólar, como na Argentina, um dos fatores para a grave crise enfrentada pelo país vizinho. 'Houve muito catastrofismo com essa questão. O único problema é o juro muito alto', garantiu. Prometeu baixar a taxa básica para 6% ou 7% ao ano. Acrescentou que não são verdadeiras as avaliações de que o Brasil enfrenta pior crise econômica dos últimos 50 anos. Para Serra, o maior problema foi entre os anos 80 e 90, com a superinflação. No sábado, participou de comício em Campinas, São Paulo, com o candidato ao governo Geraldo Alckmin.


Alckmin cita bíblia em Ribeirão Preto
A diferença entre o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e o do PSDB, José Serra, nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, levou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a fazer uma comparação bíblica ontem. 'Assim como Jesus multiplicou os pães, precisamos fazer render os votos para Serra', afirmou Alckmin para lideranças políticas em Ribeirão Preto. Já na comparação entre ele próprio como candidato à reeleição ao governo paulista, concorrendo com José Genoino, do PT, Geraldo Alckmin disse que é como São Paulo, conduz, não é conduzido. Ele se referia ao fato de, em sua opinião, José Genoino tentar tirar proveito da liderança de Lula nas pesquisas para se promover.


Amigos seguem posição de Sarney e apóiam Lula
A Associação Nacional dos Amigos do Sarney, criada por bajuladores do ex-presidente José Sarney, decidiu apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, à Presidência da República, em solidariedade à posição do senador. Cerca de 3 mil pessoas participam da entidade. Elas comemoram datas importantes na vida do senador, como o aniversário e as suas posses como governador e presidente.


Delfim recomenda que Lula anuncie já a equipe
O deputado federal reeleito Delfim Netto, do PPB, afirmou ontem que Luiz Inácio Lula da Silva não tem motivo para antecipar a equipe econômica. 'Não precisa agir com precipitação', disse. Para Delfim, o principal é que Lula prometeu respeitar contratos, o superávit primário e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Advertiu que Lula e equipe têm de entender que não adianta brigar com o mercado: 'Hoje, os fluxos de capitais dominam a economia'.


Distrito Federal vê falhas no 1º turno
O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) constatou que houve mais falhas na totalização dos votos do 1º turno das eleições. O TRE-DF revelou ontem que outros 240 votos de três seções não foram transmitidos para o sistema do Tribunal Superior Eleitoral. Esse foi o segundo erro na apuração descoberto pela Justiça Eleitoral. Outros 12.381 votos de 34 urnas eletrônicas também não haviam sido contabilizados. O novo resultado, porém, não alterou a lista final dos eleitos. De acordo com o advogado do PT do Distrito Federal, Claudismar Zupireli, esse erro elementar revela que o sistema de votação eletrônica é vulnerável. O rastreamento foi reforçado depois que o candidato à Câmara, Ilton Mendes, do PL, pediu recontagem dos votos.


Fica acirrada briga ao governo do Pará
A disputa pelo governo do Pará será acirrada nesta última semana. Pesquisa do Ibope divulgada sábado aponta empate técnico entre a candidata Maria do Carmo, do PT, que está na frente, e o ex-secretário de Desenvolvimento do estado, Simão Jatene, PSDB. Com a população praticamente dividida ao meio, delegados da Polícia Federal prevêem que os ânimos estarão mais exaltados. Além da presença de tropas federais do Exército, como ocorreu no dia 6, durante a votação do 1º turno, a Polícia Federal pretende reforçar o seu contingente em diversas regiões do Pará. 'Vamos ter muito trabalho. Prevemos uma eleição difícil e complicada', acredita um delegado que monitora o processo.


Frente Popular destaca na TV prêmios à saúde
O programa da Frente Popular dedicou ontem a maior parte dos dez minutos de duração a críticas à propaganda do candidato à Presidência José Serra. Foi salientado que o governo Olívio Dutra recebeu seis prêmios na área da saúde quando Serra ainda era ministro da pasta. O programa exibiu também trechos da veiculação do tucano e de Antônio Britto, com as mesmas imagens e cobranças, relacionando-os com o candidato Germano Rigotto.


Genoino reza e diz que apoiará igrejas
José Genoino, candidato do PT ao governo de São Paulo, participou ontem de missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi no templo do Terço Bizantino. Genoino demonstrou ter pouca intimidade com a liturgia cristã. No início da cerimônia, enquanto cerca de 10 mil pessoas cantavam e gestic ulavam, o petista, sem jeito e constrangido, manteve-se imóvel. Aos poucos, o candidato foi se soltando. Depois de 20 minutos de missa, aplaudiu uma canção. No final da cerimônia, o padre Marcelo anunciou a presença de Genoino, que foi surpreendido pelo bispo Fernando Figueiredo com 'banho' de água benta. Na sacristia, o candidato disse que buscará, se eleito, apoiar projetos sociais das igrejas.


Governo responde a críticas do PSDB
Em nota oficial, o governo do Estado manifestou ontem seu repúdio aos ataques feitos sábado pelo presidenciável José Serra. 'O horário eleitoral do candidato foi usado para mentir, desmoralizar e desrespeitar', reagiu. Segundo o governo, uma das 'mentiras' se refere a investimentos em segurança como os menores dos últimos 30 anos. 'De 1995 a 1998, foram aplicados R$ 2,41 bilhões na área. De 1999 a 2001, o setor recebeu R$ 2,51 bilhões, 100 milhões a mais que no anterior', garantiu. Sobre a Brigada Militar, o Piratini disse que o efetivo é de 24.825, não 23 mil: 'O governo empossou mais de 3 mil servidores, e a administração anterior aplicou os programas de demissões'.


LIBERDADE
Os professores Celso Furtado, Antônio Cândido e Margarida Genevois, o advogado Evandro Lins e Silva e dom Paulo Evaristo Arns dirigiram ontem carta aberta ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Disseram ser indispensável manter o clima de liberdade na campanha. 'Devemos evitar a exploração eleitoral e as acusações infundadas de cunho ideológico para assegurar ao país um 2º turno à altura do 1º', destacaram.


MINAS
A coordenação da campanha de José Serra em Minas espera dar demonstração de força hoje à tarde. O governador eleito, Aécio Neves, estará ao lado de Serra em evento na Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte. 'Será a arrancada para a semana final', avaliou o senador eleito Eduardo Azeredo, que acredita na presença de líderes de PSDB, PFL, PMDB e PTB. Os tucanos também contam com 300 prefeitos mineiros.


Ministro dos Transportes sai às ruas em campanha
O ministro dos Transportes, João Henrique Sousa, do PMDB, vem saindo às ruas de Teresina, Piauí, para encampar a campanha de José Serra. João Henrique não se importou ontem com o calor de quase 40 graus à sombra para animar as manifestações pró-Serra em Teresina. Essa foi a primeira vez que uma autoridade de destaque nacional fez manifestação deste tipo no 2º turno, no Piauí, pela candidatura tucana.


PDT oficializa apoio hoje no diretório metropolitano
O PDT sela hoje o apoio a Germano Rigotto, do PMDB, durante ato na sede do partido, em Porto Alegre. A participação do candidato do PMDB está confirmada para às 19h. Para o presidente do diretório metropolitano do PDT, Nereu D'Ávila, o entusiamo é grande. 'Mostraremos apoio, com deputados estaduais, prefeitos e vereadores', disse. Confia que até o fim da semana, o presidente nacional, Leonel Brizola, deverá se pronunciar favoravelmente.


Propaganda acusa a atuação petista
A propaganda eleitoral de sábado na TV do presidenciável da aliança PSDB-PMDB, José Serra, foi toda centrada no governo do Estado. Segundo o programa, o PT promete, mas não cumpre. Foram usadas declarações de fazendeiros que tiveram terras invadidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), além de depoimentos de um jornalista que se disse perseguido pelo governo gaúcho. Um coronel da Brigada Militar afirmou ser vítima de administração partidarizada. O programa usou imagens de jornais sobre a saída da Ford e de televisão lembrando o episódio da destruição do relógio dos 500 anos e uma foto da bandeira do MST na sala do secretário José Hermetto Hoffmann.


Rosinha quer encontro com eleito
A futura governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, do PSB, procurará o mais cedo possível o presidente a ser eleito no próximo domingo para discutir ações combinadas da União com o estado no combate à violência. A afirmação foi dada ontem por Ricardo Bittar, um dos coordenadores da campanha do PSB. Segundo ele, Rosinha pedirá um encontro com o eleito antes da posse de governadores e do presidente, em 1º de janeiro, e também organizará uma reunião com todos os futuros colegas para discutir políticas de segurança pública. 'Esse é um assunto de interesse nacional. Acreditamos que o futuro governo federal não fará como o atual, que não moveu uma palha na área da segurança', declarou Bittar.

Rosinha instalará hoje na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, o escritório da transição, que já começa marcada pelo clima difícil que dominou a disputa pelo governo, em que a atual governadora, Benedita da Silva, do PT, concorreu à reeleição. Rosinha reclama que a data marcada pela governadora para começar a transmitir informações para a futura equipe, 6 de dezembro, é muito distante. Benedita reafirmou ontem a intenção de transmitir os dados somente a partir de dezembro, mas garantiu que atenderá Rosinha a qualquer momento, desde que seja solicitada a audiência. 'Na hora em que a governadora eleita quiser dialogar com o governo, estaremos abertos para recebê-la', declarou Benedita.


TFP reclama que não tem candidato
A Sociedade Tradição, Família e Propriedade (TFP), está utilizando a Internet para questionar os dois candidatos à Presidência da República. A entidade foi conhecida sobretudo ao longo dos governos militares por suas passeatas com estandartes vermelhos pelas ruas das principais cidades do país. Segundo a TFP, tanto o petista Luiz Inácio Lula da Silva quanto o tucano José Serra são de esquerda, conforme carta no site www.tfp.org.br. No documento, a entidade afirmou que a imensa massa centrista e conservadora de nosso público é compelida a comparecer às urnas devido à obrigatoriedade do voto e reclamou que não se viu representada na eleição por nenhum candidato.


Datafolha aponta 61% contra 32%
A pesquisa Datafolha divulgada ontem apontou que o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, passou de 58% para 61% das intenções de voto. José Serra, do PSDB-PMDB, manteve 32%. Lula apresentou 48% das intenções de voto e Serra, 40% entre os eleitores de Anthony Garotinho. Dos que estavam com Ciro Gomes, do PPS, 48% optaram pelo PT e 37% pelo PSDB. Quanto aos votos válidos, excluindo brancos e nulos, Lula obteve 66% e Serra, 34%. O Datafolha entrevistou 10.397 eleitores em 350 municípios no dia 18. A margem de erro é de dois pontos percentuais.


Programa petista acalma o eleitor
Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, aproveitou a maior parte do seu tempo no horário eleitoral gratuito de ontem à noite, para tranqüilizar os eleitores quanto ao eventual governo. Preocupado com a onda de ataques feita pela campanha do adversário, o tucano José Serra, Lula disse ser humilde ao admitir que precisa de todos para administrar. Sobre a política econômica, garantiu que irá honrar todos os compromissos assumidos, mantendo a inflação sob controle. Lula referiu-se ainda à reforma tributária justa e anunciou a criação de leis trabalhistas. Ao final, defendeu o governo petista no Estado.


Artigos

Os limites da escola
Túlio de Oliveira Martins

Recentemente, li em jornal de circulação nacional e me surpreendeu o resultado de uma pesquisa na área da educação, indicando que 70% dos pais entrevistados delegam à escola a tarefa de educar seus filhos, ou seja, esperam que, nas aulas, as crianças aprendam o bom-dia, o por favor, o com licença, o muito obrigado... É grave essa postura, pois creio que a suprema responsabilidade dos pais é exercer a arte de educar em toda a sua complexidade. Educar é pré-requisito do dom de procriar, a criatividade biológica deve ser missão irrecusável e inesgotável e não permite desistência ou delegaç ões temporárias, exige onipresença, comprometimento integral. Se existe tão fortemente, a idéia de delegar essa responsabilidade engloba a má educação, à medida que os responsáveis se excluem do fundamental papel de orientar, adequar, ensinar, ajustar, civilizar, mergulhando profundamente nesse equívoco.

Infelizmente, percebemos pais aliviados ao serem chamados aos juizados da Infância e Juventude, quando seus filhos adentram o plano da delinqüência. Esse alívio revela que, afinal, alguém pode pôr fim a uma situação insustentável. É triste que precisemos da intervenção de autoridade pública para dar ordem ao caos de uma família, mas é isto que eles vêm buscar: limites, já que adultos também precisam de limites quando se tornam frágeis no papel de pais. Talvez delegar à escola seja, disfarçadamente, formalizar a incompetência admitida e negada de forma ambivalente. Posso comprovar essa tese com dados de pesquisas que reforçam a idéia de que há algo errado com a educação, pois, apesar dos avanços da medicina e da psicologia, crescem assustadoramente os índices de gravidez na adolescência, drogas, alcoolismo, suicídio, depressão infantil; eles apontam um caminho obscuro e preocupante em curto prazo.

Creio que os pais de hoje são movidos à culpa, filhos do generation gap, atordoados por estar longe dos filhos, não ganhar o bastante, trabalhar em excesso, ser competitivos e fazer com que a prole seja ainda mais competitiva. Pagam por essa postura um valor muito além do que comporta seu orçamento emocional. Pais dando presentes e devendo presença, inadimplentes em atenção, reuniões no colégio, jogos de futebol, parque no fim de semana e beijo de boa-noite não podem ser regra, apenas dolorosa exceção. Os filhos não precisam de juizados espalhados pela cidade, mas de pais que tenham crédito consigo mesmos, que não precisem fazer empréstimo de paternidade com a escola.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

DERRADEIRA ARREMETIDA
1) O programa de José Serra na TV, ontem à noite, demonstrou que, do pescoço para baixo, tudo é canela. Bateu como nunca. Estocada final depois de confiar que o adversário, como sempre, cairia nas pesquisas. Não caiu.

2) Prevendo a vitória de Lula e cogitando sobre cargos, dirigentes do PT de vários estados têm trocado telefonemas para evitar que o poder se concentre em São Paulo. Temem que se repita o erro do paulistanismo do PSDB.

3) O deputado estadual Vieira da Cunha redige, até o meio-dia, manifesto que apresentará às 18h de hoje justificando apoio a Lula e Rigotto. Na sede do diretório regional se reunirão parlamentares, lideranças e filiados para abrir o voto em favor da candidatura de oposição ao governo do Estado.

O QUE VEM POR AÍ
Em entrevista, ontem, Lula falou como eventual presidente e preparou ânimo para 'tempos difíceis na economia, que exigirão coragem e espírito de sacrifício de todos'. É o velho ditado: quem avisa amigo é.

TEMOR
O que o comitê de Lula mais teme, neste momento, é o que chama de 'atitude desesperada' dos assessores de José Serra. Envolveria imagens de arquivo. Não se acredita que a campanha chegue a isso.

DUPLICAÇÃO
Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra se comprometeram, em Porto Alegre, com a duplicação da BR 101, no trecho Porto Alegre'Palhoça, próxima a Florianópolis. Anunciada há mais de dez anos, o começo da obra se arrasta. O atual governo não só diminuiu o ritmo das construções de rodovias como deve R$ 600 milhões ao setor que garante emprego a milhares de operários e permite o escoamento da produção.

NO CAPRICHO
O diretório municipal do PMDB se organizou desta vez: 120 filiados se reúnem diariamente, no começo da manhã, para ouvir palestra na sede e se abastecer com material de propaganda. Retornam no final da tarde para encontro de avaliação.

BANDEIRAS AO VENTO
A proximidade dos diretórios municipais do PMDB e PT, na avenida João Pessoa, anima a campanha e, às vezes, passa dos limites. Ontem à tarde, alguns mastros de bandeiras estiveram a ponto de virar armas.

CONTRADIÇÃO
Ciro Gomes declarou apoio a Lula, mas, em entrevista ao jornal O Povo, de Fortaleza, deixou dúvidas. Falou em temor da argentinização na hipótese de vitória do PT. Quer rompimento com modelo econômico e político. Criticou ainda o partido por ser excessivamente paulista.

NADA CONTRA
O projeto de urbanização da entrada de Porto Alegre pela auto-estrada estará pronto para ser votado quarta-feira na Câmara Municipal. Não há qualquer restrição à aprovação, cuja concepção é de 1990. A bancada governista gostaria imensamente que fosse votado ainda nesta semana por motivos óbvios.

DOS LEITORES
- Mirgon Júnior: 'Repudio as palavras da atriz Regina Duarte. Sinto-me desrespeitado por uma senhora analfabeta política. Não escondemos o companheiro Olívio Dutra. O adversário é quem nega suas vinculações políticas. Talvez vergonha...'.

- Euclides Marano: 'Muitos perguntam o que quer dizer W de George W. Bush. Descobri: o W é de war, que, em inglês, quer dizer guerra.

- Evelise Monteiro: 'Quero ouvir os candidatos ao governo falarem sobre a crise infindável do IPE'.

APARTES
Começa guerra por gabinetes do Congresso. Às vezes, decisão é no tapa. Novatos costumam ficar com locais mal iluminados e de difícil acesso.

Na semana final de campanha, a tentação da baixaria é fortíssima nos comitês e não há exceção.

PFL se aproxima do PTB para formar bloco na Câmara dos Deputados. Se o PDT demorar, perderá o lugar.

PT garante: se Lula ganhar, o vice José Alencar não será peça decorativa no governo. A conferir.

Partidos derrotados ao governo do Estado se apressam e fazem primeiras sondagens de candidatos a vereador.

Materiais de propaganda chegaram sábado de jamantas a Porto Alegre. É o chamado kit 2º turno.

Tudo sobre a semana final: Câmera 2, na TV Guaíba, às 22h30min.

Deu no jornal: 'Lula saúda companheiro Bush'. Com intimidade...

Estrategistas de última hora concluíram que, contra o Lulinha Paz e Amor, só o Serra Guerra e Guerra.


Editorial

COMBATE AO TERRORISMO

O 11 de setembro de 2001 deixou no povo norte-americano a marca de uma psicose que vai perdurar por algumas gerações. O medo de ataques terroristas convive com as famílias em todos os pontos dos Estados Unidos, mesmo naqueles mais distantes dos grandes centros urbanos. E não é para menos. A brutalidade de aviões comerciais lotados de passageiros sendo jogados contra os arranha-céus do WTC, orgulhos do povo de Nova Iorque tanto quanto a Estátua da Liberdade, e contra o Pentágono, sede do poderio militar do país, mostrou que povo nenhum é suficientemente protegido contra o terror. Ele age encapuzado, às escondidas. É um inimigo invisível, que não está em nenhum lugar especial porque pode estar em todos os lugares. Ataca à solércia, de forma inesperada e fulminante.

Esse atirador que está agindo na capital norte-americana e arredores já fez nove vítimas. Estará a serviço do esquema do terror político ou será, simplesmente, mais um caso de psicopatia como tantos outros verificados em todo o mundo? O povo tem o direito de pensar que esteja servindo à causa de inimigos que juraram praticar mais desses crimes contra todos os povos do planeta, que assim são os verificados ano passado nos Estados Unidos. É incrível que o FBI não tenha, com sua portentosa engrenagem de polícia que J. Edgar Hoover, seu diretor no passado, afirmava seria capaz de encontrar um criminoso do qual tivesse apenas um fio de cabelo, é incrível, repita-se, não tenha esclarecido esses crimes continuados. A agitação social provocada pela ação do franco-atirador levou o próprio Pentágono a juntar-se ao FBI nas investigações até agora infrutíferas.

Enquanto isso, aumentará a neurose coletiva, as pessoas temerão mais atentados, a vida do país será gravemente afetada e o inefável senhor W. Bush continuará a tomar o terrorismo como razão determinante de seus propósitos guerreiros. A luta contra o terror é uma causa universal, a convocar nações e indivíduos, mas não pode ser causa eficiente de mais atentados contra populações civis como o acontecido no Afeganistão, que a Casa Branca elegeu como o vilão da história.


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10/21/2002


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