Programas sociais brasileiros deverão ser tema de cooperação com o Egito
Os programas sociais do governo brasileiro, como o Bolsa-Família, deverão estar entre as prioridades do relacionamento do Brasil com o Egito, segundo previu o ministro de primeira classe Cesário Melantonio Neto, indicado para o cargo de embaixador no Cairo. A mensagem presidencial contendo a sua indicação recebeu, nesta quinta-feira (10), parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
A economia do Egito, como expôs o embaixador, vem crescendo a uma média de 7% ao ano. Além disso, observou, esse país recebeu, no ano passado, US$ 11 bilhões em investimentos estrangeiros. Mesmo assim, 44% da população ainda vive com menos de um dólar por dia. E a inflação crescente tem motivado diversas greves de médicos, professores e trabalhadores metalúrgicos.
- A área social é o calcanhar de Aquiles do atual governo do Egito - informou Melantonio, após lembrar que o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, visitou recentemente o país para apresentar o programa Bolsa-Família.
Segundo Melantonio - cuja indicação teve como relator ad hoc o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Brasil e Egito têm uma "relação histórica muito estreita", motivada, inclusive, pelo fato de viverem no Brasil aproximadamente dez milhões de descendentes de árabes. O Egito, como informou o embaixador, é um grande mercado para a agricultura e a pecuária brasileiras. As vendas de carne, frango e açúcar respondem, atualmente, por aproximadamente metade das exportações nacionais para aquele país.
Guiné
Também recebeu parecer favorável da comissão a mensagem presidencial de indicação do ministro de segunda classe José Fiúza Neto para o cargo de embaixador brasileiro junto à República da Guiné. O relator da mensagem foi o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC).
Segundo Fiúza, a cooperação na área agrícola deverá ser uma das prioridades no relacionamento bilateral nos próximos anos. Em agosto de 2007, relatou, já esteve na Guiné uma missão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). E a cooperação no setor deverá abranger, conforme acrescentou, a área de biocombustíveis.
A mineração é outra área de interesse para o Brasil, disse Fiúza. A Vale já conta com um escritório em funcionamento em Conacri, capital desse país de 245 mil quilômetros quadrados e dez milhões de habitantes, situado no oeste da África. A empresa tem concessão para exploração de minas de bauxita e minério de ferro. Além disso, a Eletronorte e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) estão avaliando a possibilidade de construir hidrelétricas na Guiné, que tem grande potencial energético. O investimento, adiantou o embaixador, poderia ser compensado pela exploração de minério de ferro pela CSN.
As relações diplomáticas entre os dois países foram estabelecidas em 1973. As embaixadas dos dois países em Conacri e Brasília foram abertas em 2005. Na opinião de Fiúza, existe, além da relação econômica, um "campo vasto" para o intercâmbio cultural entre os dois países.
A CRE aprovou ainda mensagem presidencial que indica o atual embaixador brasileiro no Paquistão, Carlos Eduardo Sette Câmara da Fonseca Costa, para exercer cumulativamente o cargo de embaixador junto ao Afeganistão e ao Tadjiquistão. O relator da mensagem ad hoc foi o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). A reunião foi presidida pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
10/04/2008
Agência Senado
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