Projeto pode desenvolver região Norte, afirma indicado para embaixada na Guiana
O desenvolvimento da região Norte do Brasil poderá ser estimulado com um projeto que envolve a chamada "Ilha das Guianas", abrangendo, além das três Guianas, partes da Venezuela e dos estados brasileiros de Roraima e Amapá. O ponto de vista foi defendido pelo ministro de segunda classe Lineu Pupo de Paula durante sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), nesta quinta-feira (27). Ele e Eduardo Sette Camara foram aprovados, respectivamente, para as embaixadas da Guiana e das Bahamas. As indicações seguem para o Plenário do Senado.
Como a região é delimitada por quatro rios – Orinoco, Cassiquiare, Negro e Amazonas –, há estudos para a construção de duas hidrelétricas com capacidade para atender as demandas regionais (hoje a energia de Roraima é fornecida pela Venezuela), como afirmou Lineu Pupo de Paula.
Questionado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lineu Pupo de Paula esclareceu que a Eletrobrás ainda não está envolvida no projeto, que, por enquanto, se resume a estudo de viabilidade a cargo de duas construtoras brasileiras – Queiroz Galvão e OAS.
O governo da Guiana, que contratou as duas empresas, quer também o asfaltamento da estrada que liga Boa Vista a Georgetown e a construção de um porto em águas profundas em sua capital. Como explicou o diplomata, a expectativa é de que esse projeto estimule o comércio da região.
Os beneficiários principais, segundo Lineu Pupo de Paula, seriam o Brasil e a Guiana, país que foi colonizado pela Holanda e pelo Reino Unido e que se chamava Guiana Inglesa. As outras Guianas são a francesa, departamento ultramarino da França, e o Suriname.
O diplomata prometeu empenhar-se pela concretização do projeto, mas reconheceu que ele é "ambicioso" pelo custo de US$ 8 bilhões. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Corporação Andina de Fomento (CAF), como salientou, têm interesse em financiar projetos na região.
Respondendo a questionamento do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sobre o tráfico de pessoas e de drogas, Lineu Pupo de Paula disse que a fronteira com a Guiana é "permeável", porque aquele país não tem controle de tráfego aéreo. Em busca de uma solução para o problema, acrescentou, o Ministério da Defesa brasileiro oferece treinamento a militares da Guiana e está disposto a compartilhar com o país os dados do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).
Indicado para embaixador nas Bahamas, Sette Camara fez um histórico das relações entre os países e falou sobre passagem como embaixador no Afeganistão (cargo que exercia cumulativamente com o de embaixador no Paquistão).
Questionado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Sette Camara disse que a situação do Afeganistão é insolúvel. Segundo ele, o presidente Hamid Karzai comanda "um governo traspassado pela corrupção e absolutamente inconfiável".
O fato de o Paquistão treinar e armar o grupo radical Talibã, que faz ataques terroristas por todo o país, ajuda a inviabilizar o Afeganistão, na avaliação de Sette Camara.
27/06/2013
Agência Senado
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