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O Senado dedicou-se nos últimos dias a celebrar o centenário de nascimento do escritor Jorge Amado, que nasceu no dia 10 de agosto de 1912. A semana começou com uma sessão solene do Congresso Nacional aberta pelo presidente da Casa, José Sarney, e terminou com um programa especial da TV Senado abordando a obra do autor baiano. A Rádio Senado também vem exibindo, nos intervalos de sua programação, chamadas referentes ao escritor.

O olhar sempre crítico de Jorge Amado sobre o quadro político e social vivido em sua época, a genuína identidade brasileira dos seus personagens, as ideias libertárias e a intimidade com o linguajar do povo foram destacados ao longo das celebrações.

Amigo de longa data do homenageado, Sarney o definiu como a mais forte presença de escritor na vida brasileira, “não só por sua obra literária inigualável, mas por sua capacidade de agir para construir o bem”.

Ao lembrar a amizade iniciada na juventude, Sarney mencionou a biografia do escritor – Navegação de Cabotagem – como um dos seus melhores livros, lembrando ainda que, nesta obra, o autor manifestava sua aversão à ideia de ser objeto de homenagens.

- O que ele desejava era apenas gozar em liberdade e alegria o resto de sua existência ao lado da mulher, a também escritora Zélia Gatai.

Sarney disse que se negava a atender a esse desejo de Jorge Amado e observou:

- Não podemos, aqui no Congresso, obedecer completamente a seu desejo. Mas pretendemos que nossa homenagem fale menos de glória e títulos do que do ser humano que amava a vida e do escritor que a criou no imenso universo de seus personagens – disse Sarney.

Durante a sessão solene, foram constantes as referências à atuação política do escritor, que chegou a exercer o mandato de deputado federal, eleito em 1945 pelo Partido Comunista, num curto período de atuação legal do partido àquela época. Foi com a posse de José Sarney na presidência da República, em 1986, que o partido voltou à legalidade.

Além de senadores e deputados, participaram da sessão o governador da Bahia, Jaques Wagner, e integrantes de sua equipe; e o assessor especial do Ministério da Cultura, José Ivo Vannuchi, representando a Ministra Ana Holanda. Pela família do escritor baiano, que faleceu há 11 anos, participaram o filho João Jorge Amado e os netos Bruno Amado e João Jorge Amado Filho.

TV Senado

As homenagens do Senado prosseguem neste sábado, com a exibição da reprise da sessão solene do Congresso Nacional destinada a homenagear o escritor, às 8h. E às 11h15 entra no ar o programa Leituras, com a participação de Jorge Amado Neto, que coordena as comemorações do centenário de nascimento do escritor.

Os programas podem ser acompanhados em Brasília pela TV Senado Digital, nos canais 51.1 a 51.4, e pela internet. Também está disponível na TV a Cabo e por satélite (veja como sintonizar).

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