PSDB pede que juízes não entrem em greve
Em nome de seu partido, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), pediu aos juízes que não entrem em greve, como prometem, ponderando que e a magistratura é uma carreira de Estado. Ele se solidarizou com os juízes e disse entender que eles se preocupam com a magistratura a longo prazo, temendo que no futuro fiquem numa situação fragilizada para o cumprimento de sua missão.
- Não abram este precedente, que não é construtivo para a democracia brasileira. Não posso me colocar de acordo com a idéia da greve por entender que ficaria muito tênue a linha entre a mazorca e a ordem jurídica constitucional, entre o equilíbrio político e a governabilidade. É um princípio de anarquia que a gente não sabe se teria cobro a médio prazo - disse.
O senador criticou a -confusão e a falta de sensibilidade- do governo em relação -ao que seja carreira típica de Estado-, sustentando que -magistratura é carreira de Estado- e deve ter tratamento diferenciado, -até para que possamos proteger a Justiça e evitar a prevaricação-.
Arthur Virgílio também criticou a -linguagem equivocada- do governo quanto ao papel das agências reguladoras, afirmando que isso vem afugentando os investidores e, por causa das incertezas, muitas empresas vêm deixando o Brasil.
O senador disse também não ver condições para que o Comitê de Política Econômica (Copom) -não reduza em pelo menos 3 pontos percentuais a taxa- básica de juros, hoje fixada em 26% ao ano (incluída aí a previsão de inflação dos 12 meses seguintes e o imposto de renda, no geral de 20% sobre o rendimento).
- Se até amanhã o Copom reduzir a taxa de juros em 2 pontos percentuais, ainda teremos juros reais em torno de 17% ao ano. Essa taxa significa asfixia da economia, mais desemprego, menos possibilidade de o Brasil fugir do garrote da recessão que vivemos - observou.
Mesmo que o Copom anuncie nesta quarta-feira (23) um corte de 3 pontos percentuais, conforme o líder do PSDB, a taxa de juros real será de aproximadamente 15% a 16% ao ano, o que ainda é -algo muito forte para que se possa pensar numa retomada do crescimento econômico, mas seria uma sinalização-.
22/07/2003
Agência Senado
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