PSDB sugere licença de Sarney e comissão para solucionar crise



O PSDB sugeriu a licença do presidente do Senado e a criação de um grupo de senadores para apontar soluções para a crise da Casa. A informação foi dada nesta terça-feira (30) pelo senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), salientando que os tucanos discutiram a questão com José Sarney.

A bancada do partido discutiu o assunto antes da reunião com o presidente e, de acordo com Sérgio Guerra, o grupo de senadores, nomeado pelo próprio Sarney e pela Mesa, teria 60 dias para apresentar as mudanças necessárias no Senado.

- Que o senador Sarney, por iniciativa dele, no exercício da presidência, produza essa comissão com a autoridade que ela deveria ter e que delegasse a essa comissão efetivo poder para o desenvolvimento do seu trabalho. Uma comissão que se impusesse pela sua qualidade, pelo respeito que tem da sociedade, para que, em 60 dias, saíssemos desse naufrágio que nos está agravando a vida e o Parlamento - resumiu Sérgio Guerra.

Durante o prazo, acrescentou o tucano, o presidente Sarney deveria licenciar-se do cargo, enquanto a comissão de senadores indicados pela Mesa desenvolveria "um esforço de racionalização e de administração da Casa".

Presidindo a sessão deliberativa, o 1º vice-presidente do Senado, Marconi Perillo, que também é do PSDB, demonstrou insatisfação com a ideia. Perillo e o 1º secretário, Heráclito Fortes, disseram que essa sugestão poderia ser entendida como um golpe contra a atual Mesa Diretora, e afirmaram não concordar com isso.

- Queria esclarecer de uma vez por todas que não reivindico nada para mim. Jamais fui golpista, jamais procurei manchar a honra de qualquer pessoa, especialmente um colega. Gostaria de deixar claro que não tenho nenhuma pretensão. A única coisa que exijo é que o meu mandato, como vice-presidente, seja respeitado, assim como os dos demais integrantes da Mesa Diretora - disse Perillo.

Guerra disse não querer ofender qualquer integrante da Mesa com suas palavras, mas reafirmou as sugestões do PSDB para o enfrentamento da crise. Para ele, a atual Mesa Diretora não "representa um consenso" e não está conseguindo lidar com a crise de maneira satisfatória, o que foi rechaçado por Heráclito e Perillo. A criação de um pequeno grupo de senadores com poderes para propor soluções para a crise não estaria diminuindo os membros da atual Mesa, acrescentou Guerra. Na opinião dele, o presidente Sarney está sem autoridade para enfrentar a crise. O 1º secretário não gostou da ideia de um grupo de senadores com mais poderes que a própria Mesa.

- Aplicar um golpe na atual Mesa, jamais eu aceitaria. Mas faço uma proposta ao senador Sérgio Guerra: já que vossa excelência quer encaminhar no sentido de acabar com a crise, que evolua para que a Mesa toda renuncie e deixe o Senado livre para escolher os nomes capazes, já que nós não tivemos a competência suficiente para essa crise - reclamou Heráclito.

- O grande problema que estamos vivendo é que não estamos respondendo à opinião pública. Só resolveremos essa questão, só responderemos à opinião pública com a larga reforma do Senado e com mudanças estruturais no Senado - argumentou Sérgio Guerra, descartando a hipótese de renúncia coletiva dos integrantes da Mesa.

Os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Alvaro Dias (PSDB-PR) apoiaram o colega pernambucano.



30/06/2009

Agência Senado


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