PT dá apoio informal a plebiscito









PT dá apoio informal a plebiscito
Fora do movimento contra a Alca, a sigla tenta evitar desgaste com a esquerda

Oficialmente fora do Plebiscito Nacional sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) por temer desgastes eleitorais, o PT está informalmente presente na campanha, iniciada no domingo.

Além de líderes do partido estimularem a participação de petistas no plebiscito, que se estende até o dia 7, o PT imprimiu 100 mil exemplares de jornal no qual tenta esclarecer sua posição sobre a Alca. É uma tentativa de evitar desgaste com militantes de movimentos sociais de esquerda insatisfeitos com o partido.

Em 29 de julho, a executiva nacional do PT havia decidido não aderir ao evento, apontando que os organizadores buscavam um “estreitamento” da campanha, dificultando a “ampliação social da iniciativa, restringindo-a apenas ao campo da esquerda”.

São ações contraditórias, mas que têm como razão o temor de perdas e críticas – da direita e da esquerda – à candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, a exemplo do que ocorreu em 2000, quando foi realizado o plebiscito sobre o pagamento ou não da dívida externa.

Organizado pelo mesmo grupo de entidades e contando com o apoio do PT, em 2000 mais de 5 milhões de pessoas compareceram ao plebiscito.

Dos votantes, 90% defenderam o não-pagamento da dívida externa sem prévia auditoria pública, o rompimento do acordo firmado pelo governo brasileiro com o FMI e o não-comprometimento do Orçamento com o pagamento da dívida interna.

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, criticou diretamente o PT por apoiar o plebiscito, dizendo que o partido prestava um “desserviço’’ ao país.

Para evitar o eventual uso eleitoral do a-tual plebiscito, com claro viés antiamericano, o PT saiu da sua organização, o que lhe valeu críticas dos movimentos sociais de esquerda, que são historicamente vinculados ao partido.

No jornal recém-lançado, as diferenças do PT com os organizadores do plebiscito começam nos slogans. O da campanha é “Soberania sim! Alca não’’. O dos petistas é mais sutil: “Alca: não à anexação, sim à integração soberana. O PT em defesa de uma integração democrática das Américas’’.

O panfleto traz artigos de Lula, do deputado federal Aloizio Mercadante e do secretário municipal de Cultura de São Paulo, Marco Aurélio Garcia, explicitando a posição contrária do partido à Alca, à forma como as negociações em relação a ela são atualmente negociadas, mas não a descartando totalmente.

Toda a organização do plebiscito é contrária à Alca. Não é uma consulta neutra, mas uma tentativa de obter um expressivo percentual de eleitores se manifestando contra a sua implantação.

No material de campanha, é distribuído texto intitulado: “Dez razões para dizer não”. Entre elas, estão listadas a “concentração de renda e poder nas mãos de transnacionais americanas, diminuição de direitos trabalhistas, destruição do ambiente, subordinação dos interesses das pessoas aos do mercado, imposição do dólar como moeda única e perda de soberania”.

O plebiscito sobre a Alca foi convocado por 36 entidades – entre elas, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e União Nacional dos Estudantes (UNE). As cédulas e urnas estão em prédios de sindicatos, partidos, organizações não-governamentais e locais públicos com grande movimentação.


Datafolha revela empate no segundo lugar da disputa à Presidência
Serra subiu seis pontos e encostou em Ciro Gomes

Pesquisa do Instituto Datafolha realizada nesta sexta, 30 de agosto, e divulgada neste sábado, dia 31, confirma a tendência de crescimento do candidato José Serra (PSDB) após o início do horário eleitoral gratuito. Serra subiu seis pontos percentuais e está em situação de empate técnico com Ciro Gomes (PPS) na segunda colocação da corrida presidencial. A liderança permanece com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Serra, que tinha 13% no último Datafolha, realizado entre 15 e 16 de agosto, passou -agora para 19%. Ciro perdeu sete pontos percentuais e tem no momento 20%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos (para cima ou para baixo), há uma situação de empate técnico.

Lula permanece com o mesmo percentual do levantamento anterior (37%). O ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PSB) oscilou negativamente dentro da margem de erro e está agora com 10% – tinha 12%.

Nas simulações de segundo turno, Lula aparece com resultados superiores a todos os seus adversários. O petista venceria o candidato do PPS, Ciro Gomes, por 48% a 41%. Em relação ao último levantamento, feito entre os dias 15 e 16 de agosto, a disputa ficaria empatada, com 45%.

Contra o tucano José Serra (PSDB), Lula venceria por 51% a 39%. A diferença entre os dois era de 14 pontos e, neste levantamento, oscilou para 12.

Se o adversário fosse Anthony Garotinho (PSB), Lula atingiria 54%, contra 33% do ex-governador do Rio.

O Datafolha entrevistou um total de 2.581 pessoas, em 148 cidades de todos os Estados do país.


Lula é impedido de falar de sua campanha em programa no Rio
Decisão do TSE foi tomada depois que Garotinho ingressou com representação

O ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gerardo Grossi concedeu nesta segunda-feira, 2 de setembro, liminar requerida pelo candidato à Presidência Anthony Garotinho (PSB) suspendendo a participação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no programa da governadora petista Benedita da Silva, candidata à reeleição no Rio de Janeiro. Grossi reiterou o entendimento do TSE de que os candidatos ao Planalto podem comparecer aos programas dos candidatos majoritários (senador e governador) ou proporcionais (deputado federal,estadual ou distrital) para declarar apoio ou pedir votos para eles, mas não poderá aparecer em benefício de sua candidatura.

No despacho, o ministro observa que Lula ao participar da propaganda transmitida pela televisão, na última sexta, falou sobre sua possível eleição para presidente e da necessidade de gerar empregos e renda no país, fazendo proselitismo de sua candidatura, o que é proibido pelo tribunal. Os advogados de Lula já recorreram ao TSE com um agravo, com efeito suspensivo, para tentar modificar a decisão.

Na última sexta, além da proibição das imagens, Garotinho requereu também o desconto, no programa nacional da coligação Lula Presidente, o tempo de 13 segundos correspondente ao uso indevido do horário estadual.


Freire e Brizola defendem Ciro, disparam contra Serra e Lula
Comando de campanha quer reafirmar candidato como autêntica oposição a FH

O comando da Frente Trabalhista saiu nesta segunda-feira, 2 de setembro, em defesa de seu candidato à Presidência, Ciro Gomes (PPS), e anunciou que a campanha vai retomar o caminho que o levou ao segundo lugar nas pesquisas: reafirmar o candidato como a autêntica oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso.

O senador Roberto Freire, presidente do PPS, e Leonel Brizola, presidente nacional do PDT, reuniram a imprensa no Rio para ressaltar as qualidades do candidato, que vem protagonizando com o candidato governista, José Serra (PSDB), uma troca de farpas fora e dentro do horário eleitoral gratuito. Os ataques de Serra a Ciro levaram o candidato da Frente a perder pontos nas últimas sondagens de intenção de voto.
O representante do PTB, deputado Valfrido Mares Guias (MG), não pôde comparecer por estar em São Paulo com Ciro, que se prepara para o debate na TV Record.
– Foi dado um atestado de idoneidade a Ciro Gomes. Todo esse bombardeio que sofremos, toda a série de denúncias e agressões de que fomos vítimas, uma coisa ficou, nada foi dito em relação a sua honorabilidade, a sua competência, a sua lisura – disse Freire a jornalistas.

Segundo Freire, a idéia é retomar a discussão política das candidaturas, mostrando Ciro como um nome claramente de oposição, de alternativa ao atual governo, que, segundo ele, ''não se confunde com a ortodoxia oposicionista petista'', numa crítica à postura do candidato da coligação liderada pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

– Isso é que vai ser bastante reafirmado. É a capacidade que Ciro Gomes teve de apresentar um programa de efetiva mudança da política econômica danosa praticada pelo governo Fernando Henrique Cardoso – disse Freire.

Na entrevista, Freire e Brizola também não pouparam Serra.

– O início da campanha causou surpresa. O candidato governista entrou num nível de agressividade que beirava a ausência de compostura no horário eleitoral – disse Freire.


Serra ingressa no TSE contra Ciro em razão de propaganda na TV
O candidato à Presidência José Serra, que encabeça a coligação Grande Aliança (PSDB/PMDB), entrou na tarde desta segunda-feira, 2 de setembro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma representação contra Ciro Gomes, da coligação Frente Trabalhista (PPS/PDT/PTB). De acordo com a representação, o ex-governador cearense, em sua propaganda eleitoral gratuita da noite deste domingo, teria veiculado conceito "manifestadamente injurioso" contra Serra. O texto afirma que , ao apresentar em seu programa uma pessoa afirmando "que não adianta falar agora que é segunda-feira, que o negócio é azul", faz alusão ao projeto "Segunda-Feira", de José Serra, com o propósito de desqualificá-lo. O pedido de direito de resposta se baseia ainda na exibição de um desconhecido afirmando "é tudo mentira", e que tal afirmação constitui "expressão reconhecidamente injuriosa".


Candidatos querem investir na infra-estrutura do turismo
Com tantas belezas naturais, o turismo se tornou uma das principais atividades econômicas de Santa Catarina praticamente sem qualquer esforço. Mas, com a crise mundial no setor, os vários segmentos que sobrevivem da movimentação turística passaram a exigir medidas mais agressivas do poder público.

As propostas dos seis candidatos ao governo do Estado pretendem atender a esta exigência e priorizam obras de saneamento e infra-estrutura.
O candidato à reeleição pela coligação SC Melhor, Esperidião Amin, garante que os recursos conquistados pelo Estado junto ao Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) serão fundamentais para a implementação de várias ações.

– Deixamos o Estado em condições de receber a cota do Prodetur – lembrou.
A verba é de US$ 120 milhões, e o governo estadual tem uma contrapartida entre 45% e 50% deste montante.

– Com estes recursos vamos melhor a infra-estrutura e o saneamento – afirmou Amin.
O peemedebista Luiz Henrique da Silveira, candidato da aliança Por Toda Santa Catarina, também defende que cabe ao Estado contribuir para o setor, fornecendo melhor infra-estrutura nas áreas de interesse turístico. Ele promete criar uma agência de desenvolvimento para organizar as ações.

– Também vamos qualificar a mão-de-obra do setor para atender melhor os turistas – disse.

Apoiado pela Frente Popular, José Fritsch aposta em convênios com as prefeituras para viabilizar os melhoramentos na infra-estrutura turística do Estado.

– Nossas ações serão voltadas para a integração das diversas regiões do Estado – afirmou.

O programa de Fritsch ainda prioriza a capacitação dos recursos humanos do setor.
Sérgio Grando, do PPS, pretende investir fortemente na implantação de vários centros de convenções espalhados pelo Estado para incrementar o turismo de eventos. Ele lembra que o Centrosul, projeto dele na Capital, é um sucesso.

Gilmar Salgado, do PSTU, diz que vai sobretaxar os grandes hotéis para destinar verba a um turismo popular. Antônio Bello Júnior, do PSB, quer criar agência de fomento específica para o turismo.


Artigos

Eleições e responsabilidade social
Oded Grajew

Nas eleições de 2002, deve ultrapassar R$ 1 bilhão a soma dos gastos declarados pelos candidatos a cargos majoritários (presidente, governador e senador), em todos os Estados. Juntos, os quatro principais candidatos à Presidência estimam gastar R$ 146 milhões, segundo informaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Diante dos altos valores previstos, os candidatos têm afirmado que estão com muitas dificuldades para obter recursos para as campanhas. A crise econômica e a desvalorização do real frente ao dólar são fatores freqüentemente apontados. Mas o medo de escândalos seria a maior razão da retração de antigos e tradicionais doadores. E esse receio não é à toa. São vários os exemplos recentes, no mundo todo, de denúncias de relações promíscuas envolvendo governantes, grandes empresas e “caixas de campanha”.

O financiamento público das campanhas, que poderia eliminar a necessidade das doações, e até mesmo proibi-las, é uma tese ainda pouco compreendida e encontra muitas resistências junto aos legisladores. O fato é que as doações para campanhas eleitorais em grandes somas de dinheiro vivo, sem nenhuma documentaçao contábil, podem parecer inevitáveis para os candidatos. Entretanto, quando vêm a público, são capazes de destruir qualquer candidatura, além de abalar a imagem das empresas doadoras.

A contribuição eleitoral socialmente responsável é uma oportunidade de romper com esse ciclo

De todo modo, os danos políticos que costumam resultar de denúncias de doações irregulares para candidatos e partidos expressam o repúdio da opinião pública ao abuso de poder econômico no processo eleitoral. Mesmo quando essas doações não são descobertas, as candidaturas alimentadas por elas já nascem destruídas do ponto de vista ético e vão reproduzir o clientelismo e o patrimonialismo, tão presentes em nossa cultura política. A vitória de uma candidatura desse tipo abre caminho para a corrupção. Daí decorrem os favorecimentos, as concorrências públicas dirigidas, os contratos fraudulentos, o superfaturamento de produtos, obras e serviços, o uso de informações privilegiadas e outras formas de desvio de recursos públicos. Na campanha seguinte, parte desses recursos desviados retorna sob a forma de doações, e o esquema se completa.

A contribuição eleitoral socialmente responsável, obedecendo rigorosamente à legislação vigente, é uma oportunidade de romper com esse ciclo. Se houver uma intensa participação empresarial baseada em valores éticos, é razoável esperar que sejam eleitos mais candidatos comprometidos com esses valores.

Ao deparar com tantas exigências éticas e legais, o empresário pode achar mais fácil omitir-se, como se isso fosse possível. Esse tipo de postura, quando praticada, só faz agravar os problemas já existentes.

As empresas podem se transformar em escolas de cidadania e participar intensamente desse processo, desenvolvendo, por exemplo, ações de esclarecimento junto aos funcionários, comunidade e fornecedores, como imprimir e distribuir materiais elucidativos que estimulem o voto consciente. Podem, ainda, realizar reuniões para discussão dos programas de governo dos candidatos; convidar candidatos de vários partidos a debater suas plataformas políticas com diversos públicos de interesse; promover no local de trabalho apresentações sobre o uso da urna eletrônica. São inúmeras as formas de participação empresarial nas eleições. Cabe a cada empreendedor decidir como fazer.

Para oferecer subsídios e contribuir com essa questão, o Instituto Ethos lan


Artigos Relacionados


Vídeo | Randolfe diz que levou a Dilma apoio ao plebiscito

PATROCÍNIO PEDE APOIO DO GOVERNO A PLEBISCITO NO TIMOR

Renan reafirma apoio, mas diz a Dilma que plebiscito depende antes da Câmara

Paim quer políticas de combate ao trabalho informal

Mercado informal é um dos temas de audiência com Mangabeira Unger

Appio propõe criação da Subcomissão de Economia Informal