Qualidade dos veículos de comunicação do Senado é enfatizada em seminário



O Senado Federal realizou na tarde desta segunda-feira (22) seminário para discutir o papel dos meios de comunicação da Casa. Professores e jornalistas de várias instituições relataram sua visão e responderam a perguntas dos profissionais do Senado que participaram do evento, prestigiado pelo presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP).

Todos os convidados ressaltaram a qualidade e a exatidão da informação dos meios de comunicação do Senado. A colunista do jornal Folha de S. Paulo, jornalista Eliane Cantanhede - mediadora do evento - enfatizou a qualidade e a quantidade de informações prestadas pela Agência Senado:

- A mídia do Senado é muito importante e poderosa. Somente a Agência Senado teve 19,2 milhões de acessos [na internet] em 2009. Produz cerca de mil reportagens por mês, uma média de 50 por dia, chegando a 80 nos dias de pico. São 23 mil fotos por mês. Mais de 1.500 matérias são republicadas Brasil afora. São 2.500 citações de senadores por mês - afirmou a jornalista, ao abrir o encontro.

Cantanhede afirmou que a mídia privada perdeu a discussão sobre assuntos temáticos, tratando preferencialmente da disputa política partidária. Citou o exemplo da lei de transplantes, que só foi noticiada pela imprensa privada quando de sua aprovação, pelos Plenários do Senado e da Câmara dos Deputados, depois de passar oito anos em debate.

A diretora da TV Globo em Brasília, Silvia Faria, disse que tem um aparelho em seu escritório permanentemente ligado na TV Senado. Ela também afirmou que utiliza a Agência Senado para apurar detalhes de projetos aprovados pela Casa, e qualificou a informação de "extremamente confiável".

Tecnologia

Já o jornalista e empresário Manoel Fernandes, da Revista Bytes, chamou a atenção para o pouco aproveitamento, pelo Senado e seus meios de comunicação, das novas tecnologias disponíveis. Ele sugeriu que esses veículos atuem com mais organização na rede mundial de computadores, a internet. Para ele, é necessário ver esse novo mundo tecnológico "de maneira estruturada".

Para o jornalista, é preciso "apropriar a lógica" das novas tecnologias. Sugeriu, por exemplo, criar bons conteúdos e anexá-los ao portal de buscas Google. Disse que a palavra "Senado" é buscada no Google 200 mil vezes todo mês. Também citou que, na Wikipedia, um dos artigos na página destinada ao Senado tem o título "vergonha nacional".

No artigo, há um alerta de que ele não respeita o princípio da imparcialidade e a sugestão para que algum leitor-colaborador tente torná-lo mais imparcial, o que ninguém ligado ao Senado aparentemente tentou fazer.

O colunista do jornal Correio Braziliense Alon Feuerwerker lembrou que as mídias próprias do Senado assumiram parte da cobertura institucional que era realizada pela mídia privada. Esta, agora, tenta encontrar seu caminho em reportagens mais críticas, ou analíticas. Ele também destacou a qualidade da informação dos veículos do Senado.

Alon ressalvou, no entanto, a importância de o Senado ter, de forma bem distinta, o trabalho de assessoria de imprensa dissociado do trabalho informativo de seus meios de comunicação institucionais. Isso é necessário para manter a credibilidade, afirmou. Silvia Faria se queixou de não ter conseguido mais detalhes de determinada informação, quando precisou. O Senado não possui hoje uma assessoria de imprensa institucional formal.

O jornalista Gustavo Krieger, da FSB Comunicações, exaltou a credibilidade adquirida pelos veículos de comunicação da Casa. Ele afirmou que os meios de comunicação do Senado só manterão essa credibilidade se não transparecerem para o público que suas notícias e reportagens tentam fazer algum tipo de propaganda ou publicidade.

Conselho Editorial

Os palestrantes se manifestaram contrariamente à criação de um conselho editorial para estipular diretrizes ao trabalho dos meios de comunicação do Senado. O professor Murilo Ramos, da Universidade de Brasília, disse que a criação de um conselho editorial seria um complicador, embora ressalve que a hipótese não deva ser descartada. Para ele - que faz parte do Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) -, a existência de várias correntes políticas, de todos os matizes, no Senado, funciona como uma ferramenta de auto-correção de rumos.

Para Alon, a criação do conselho poderia deixar a sociedade confusa sobre quem deve ser cobrado a respeito dos meios de comunicação do Senado. Para ele, não há problema em que a Mesa do Senado seja responsável pelo conteúdo editorial de seus veículos.

A professora Mariângela Furlan, da Universidade de São Paulo, afirmou que o seminário tratou muito do planejamento estratégico, mas nada sobre o objetivo dos meios de comunicação do Senado. Ela lembrou que o Brasil tem 200 milhões de habitantes e os meios de comunicação do Senado acessam somente uma elite. Murilo Ramos disse que as TVs por assinatura chegam a apenas 7,5 milhões de lares e Manoel Fernandes afirmou que 50 milhões de pessoas têm acesso à internet. Todos os palestrantes foram favoráveis à divulgação do sinal da TV Senado em canal aberto em todo o país.

O jornalista Cássio Politi, do site Comunique-se, afirmou que a hora para discutir o planejamento estratégico do Senado é muito boa, já que os veículos estão em funcionamento há cerca de 15 anos e se quer pensar o que fazer nos próximos oito anos. Ele sugeriu que se criem formas de medir o desempenho de cada um dos veículos, de acordo com os objetivos almejados.



22/03/2010

Agência Senado


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