Qualificação e acolhimento contribuem para autonomia feminina
Odete Terezinha Dela Vechio, 45 anos, casada, mãe de três filhos, venceu a barreira do preconceito. No município de Guaíba, a 32 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, concluiu os cursos de carpintaria e armação de ferragens.
A trabalhadora é formada pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), onde aprendeu os dois ofícios. Para ela, trabalhar na construção civil tem suas vantagens: o setor oferece melhor remuneração que outras áreas e ajuda a mudar a visão que esse segmento deve ser ocupado exclusivamente por homens. “Sou respeitada por meu marido, meus filhos e meus colegas de trabalho”, orgulha-se.
Na avaliação da coordenadora do Comitê de Políticas para as Mulheres e Gênero do Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome (MDS), Teresa Sacchet, várias iniciativas realizadas em parceira com outros órgãos do governo, contribuem, de fato, para o empoderamento das mulheres. “Os cursos oferecidos pelo Pronatec, por exemplo, estimulam a entrada no mercado de trabalho das mulheres em áreas predominantemente ocupadas por homens, como construção civil e outros segmentos mais rentáveis”, exemplifica Sacchet.
Pesquisas
Um estudo intitulado Empreendedorismo e Inclusão Produtiva: uma análise do perfil do microempreendedor individual beneficiário do Bolsa Família, de autoria do pesquisador Rafael Moreira, mostra que 50,2% dos microempreendedores beneficiários do Bolsa Família são mulheres. Entre o público não beneficiário, o percentual da participação feminina é de 45,3%.
Outro estudo de caso, “Empoderamento das mulheres beneficiárias do Bolsa Família na percepção dos agentes dos Cras”, realizado em 2010 por alunos das Universidades Federais de Viçosa e de Minas Gerais, revela a importância dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) no processo de autonomia das mulheres.
Segundo a pesquisa, a convivência e a participação feminina nesses locais têm contribuído para a conscientização e melhoria do bem-estar das mulheres. Na percepção dos agentes sociais, o interesse de mulheres por cursos, oficinas e informações sobre programas sociais – além do atendimento social e psicológico – contribui para melhorar as relações familiares e aumentar a autoestima feminina. “Embora seja um processo lento e embrionário, pode-se dizer que o ciclo do empoderamento das mulheres beneficiárias do Bolsa Família consegue atingir as três dimensões: individual, familiar e comunitária”, confirma o estudo.
Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
12/03/2014 17:17
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