Queda-de-braço entre os estados do Sul








Queda-de-braço entre os estados do Sul
O crescimento das economias dos três Estados do Sul, na avaliação das respectivas Secretarias de Planejamento e Fazenda, não é orientado. Há guerra fiscal e proteção, mesmo em detrimento da economia dos Estados vizinhos, avalia o secretário da Fazenda de Santa Catarina, Antônio Carlos Vieira, que lembrou a disputa com o Paraná pela atração da Vega do Sul, empreendimento da Usinor que ficou mesmo em terras catarinenses, e a perda da General Motors para o Rio Grande do Sul.

Ceron destaca as diferenças ideológicas, que interferem no momento em que é necessário planejamento. "Parece pouco provável que o pepebista Espiridião Amin, o pefelista Jaime Lerner e o petista Olívio Dutra concordem em gênero, número e grau com o que quer que seja", avalia.

Para o secretário da Coordenação e Planejamento gaúcho, Adão Villaverde, o Paraná concorre com o Rio Grande do Sul nos setores agropecuário e agrindustrial. Ambos trabalham com os mesmos produtos, como soja, laticínios, conservas e madeiras. Villaverde destaca a necessidade de se ampliar a circulação de mercadorias por hidrovias e ferrovias.

Santa Catarina acusa ainda gaúchos e paranaenses de redução de alíquota de ICMS de 12% para 7% nas exportações de leite para outros Estados, o que gerou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto os ministros do STF não se manifestam, o Estado optou também por reduzir a sua alíquota em relação ao produto, embora os paranaenses tenham diminuído os percentuais também para o arroz e a farinha de trigo exportada.

Mais diplomático em sua avaliação, o diretor geral da Secretaria de Planejamento do Paraná, Antoninho Caron, lembra que os três estados sulinos investiram pesado em educação e em infra-estrutura. Ele concorda que o Paraná apostou em uma política agressiva para atrair indústrias, nos últimos sete anos, que permitirá uma injeção de R$ 880 milhões anuais na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), já a partir deste ano, quando vence os primeiros prazos da dilação dos 48 meses concedidos pelo governo Lerner às montadoras que se instalaram em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele concorda que "a ofensiva paranaense desagradou a maioria dos Estados". Entretanto, a reação mais forte partiu do Sudeste: São Paulo acionou o STF, sob a alegação de que a política adotada era de renúncia fiscal.

Os paranaenses pretendem consolidar o parque automobilístico, que já o terceiro do país, após São Paulo e Minas Gerais, e investir no setor metalmecânico e agroindustrial, para evitar as exportações de matérias-primas para os vizinhos, além de apoiar medidas na área turística.

Santa Catarina também planeja o seu desenvolvimento por conta própria. Contratou uma Agência de Desenvolvimento para realizar um plano, denominado Oportunidade de Negócios para o Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Santa Catarina, que deverá ser concluído ainda este ano.


Crise argentina e o reflexo no turismo regional
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) calcula em US$ 400 milhões o prejuízo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina devido à ausência de argentinos nas praias dos dois estados. O número de visitantes do país vizinho caiu cerca de 60% em relação ao verão passado, um percentual que significa aproximadamente 400 mil turistas a menos nas orlas gaúcha e catarinense. O presidente da ABIH de Santa Catarina, Volnei Kock, revela que no último veraneio o Estado recebeu 500 mil argentinos e, até o encerramento da alta temporada, o número deve fechar com uma queda de até 70%. Os argentinos representam 60% de todo o turismo estrangeiros no Brasil. Mas Santa Catarina e Rio Grande do Sul são ainda mais dependentes dos platinos. Para os catarinenses, os vizinhos da margem direita do Rio da Prata são responsáveis por 80% da circulação de visitantes de outros países.

O diretor nacional da ABIH para o Sul do País, Ernani Dieterich, proprietário de dois hotéis em Capão da Canoa e Xangri-lá, no litoral gaúcho, viu a lotação dos seus estabelecimentos despencar devido aos problemas sociais e econômicos enfrentados pela Argentina, cuja população foi supreendida com medidas restritivas de saques de dinheiro no sistema financeiro. Os turistas do país vizinho normalmente garantem o preenchimento completo de todos os leitos dos hotéis de Dieterich. O verão 2001/2002, entretanto, está sendo diferente. "No hotel de Capão da Canoa, a lotação tem sido de 35%. No de Xangri-lá, 55%. Ano passado, os argentinos representavam mais de 50% da lotação. Agora, chegam a 3%, e olhe lá", conta Dieterich, que também notou uma queda de 90% no fluxo de uruguaios na costa gaúcha. "E para não se ter prejuízo, é preciso uma lotação de, pelo menos, 50%", avalia. A cidade de Torres, apontada como detentora das mais belas praias do Estado, receberia este ano pelo menos duas vezes por semana vôos charters direto da Argentina. A situação conturbada do país, entretanto, levou ao cancelamento das viagens. Como o auge da crise argentina em dezembro, a maioria dos pacotes turísticos foi cancelada na última hora, impedindo uma renegociação para outras alternativas.

A crise argentina causou contratempos este ano, mas também está servindo de lição para o setor hoteleiro. Para não serem surpreendidos novamente no próximo verão, a ordem é investir em outros mercados. Kock revela que, em Santa Catarina, os hotéis devem buscar a recuperação dos prejuízos já na baixa temporada, apostando no turismo de eventos. O litoral contra com 860 dos dois mil hotéis do Estado, que somam cerca de 80 mil leitos. A saída encontrada às pressas no verão atual foi apresentar promoções e buscar, com campanhas publicitárias, atrair visitantes de outros estados brasileiros, principalmente São Paulo. Os resultados, entretanto, não foram suficientes para diminuir os prejuízos. "A rede hoteleira do litoral cresceu em virtude da vinda dos argentinos", lembra Kock, ressaltando ainda que o problema também acabou representando prejuízos para outros setores, como o comércio, que começa a enfrentar o drama da inadimplência.

Uma das opções imaginadas pelas autoridades catarinenses para diminuir a dependência do veranista argentino é tentar atrair turistas de países como Alemanha, Espanha e Itália. Kock acredita, porém, que montante de europeus no litoral catarinense não deve ultrapassar 5% do total de veranistas. Outros mercados da América do Sul também não parecem ser a solução. De acordo com o presidente da ABIH de Santa Catarina, chilenos, paraguaios e uruguaios não se igualaram sequer ao crescimento do número de turistas paulistas verificados este ano no Estado devido a ausência dos argentinos. "O nosso foco principal deve ser o turista nacional, principalmente São Paulo. Até porque a Argentina, nós acreditamos, deve demorar de três a quatro anos para se normalizar", prevê o dirigente catarinense.

Sem as mesmas belezas naturais da costa catarinense para atrair veranistas de outros cantos do País, o Rio Grande do Sul deve buscar dentro do próprio Estado os meios de incrementar o turismo no litoral. Pelo menos este ano, as soluções encontradas de última hora também não surtiram efeito esperado. "Nossa entidade agiu, lançou manifestos, pediu união e tentou viabilizar campanhas de chamamento para os gaúchos visitarem o nosso litoral, mas os resultados práticos não foram os ideais", lamenta o presidente da ABIH no Rio Grande do Sul, Roger Baqui. Já o representante da ABIH para os três estados do Sul prega uma mudança ainda mais radical, com a alteração do calendário das escolas e das universidades gaúchas. Para Dieretrich, a saída para incrementar o movimento nas praias do Estado seria antecipar os vestibulares, normalmente realizados no início de janeiro, e retardar a volta às aulas nas escolas, programadas ainda para o mês de janeiro.


Pastoral da Criança busca ajuda de empresários para alfabetização
A Pastoral da Criança, organismo de ação social da Igreja Católica que neste ano disputará pela segunda vez o Prêmio Nobel da Paz, está lançando uma nova ofensiva: buscar dinheiro privado para financiar suas ações, que hoje beneficiam mais de 2 milhões de pessoas no País.

No ano passado, a participação empresarial respondeu por menos de 1% dos R$ 20 milhões aplicados pela entidade, que tem sede nacional em Curitiba. Foram doações pontuais de dinheiro ou material feitos por menos de dez grandes empresas. A maior parte dos recursos –mais de 90%— é oriunda de convênios com órgãos federais ou governos estaduais.

“Queremos contar com a ajuda empresarial especialmente na ampliação do programa de alfabetização de jovens e adultos”, afirma Nelson Arns Neumann, coordenador nacional-adjunto do organismo. Esse programa atende 27,1 mil alunos. A meta é chegar a 225 mil em quatro anos, erradicando o analfabetismo no âmbito das comunidades atendidas pela Pastoral.

Segundo Arns, a disseminação de conceitos de aleitamento materno, combate à desnutrição e mortalidade infantil, controle de vacinação e prevenção de doenças encontra uma forte barreira na incapacidade de pais, mães e até voluntários de ler e escrever. “Esse é um desafio para nossas bases”, afirma o médico epidemiologista de 37 anos, segundo dos cinco filhos da coordenadora nacional da Pastoral, Zilda Arns.

No Brasil, o analfabetismo atinge 12,8% da população acima de dez anos, segundo o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para ampliar seu programa de alfabetização, a Pastoral precisa de R$ 26 milhões em dinheiro, para o deslocamento de monitores, além de material escolar e equipamentos para as salas de aula. Como a Pastoral é classificada como de utilidade pública, a lei prevê que as doações feitas para esse tipo de instituição ficam isentas do pagamento de impostos.
A campanha para incentivar a participação privada ocorre num momento em que é crescente a preocupação das empresas com sua responsabilidade social. Pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto Ethos mostrou que 31% dos consumidores brasileiros analisavam a conduta social das empresas antes de comprar um produto.

Criado em 1998 e sediado em São Paulo, o instituto já tem 544 empresas associadas, que respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Ele se preocupa em disseminar o conceito de responsabilidade social das empresas em todo seu âmbito de atuação, desde o fornecedor de matéria-prima até o consumidor, passando pelo governo, os sindicatos e o meio ambiente.

A Pastoral da Criança foi criada há 18 anos, com o objetivo de salvar crianças que morriam de doenças de fácil prevenção, como a desidratação causada pela diarréia. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abraçou a causa.

O então cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, convenceu sua irmã Zilda Arns Neumann, médica sanitarista e pediatra, a coordenar o programa nascente. Por 13 anos, Zilda havia sido diretora de postos de saúde e clubes de mães na Região Metropolitana de Curitiba. “Sempre reparava que os mais pobres só levavam a criança para consultar o médico quando ela já corria perigo de vida”, conta Zilda, de 67 anos.

O trabalho foi iniciado em 1983, em Florestópolis, município a 100 quilômetros de Londrina, no Norte do Paraná, reduto de bóias-frias, que tinha a maior mortalidade infantil do Paraná: 127 por mil crianças no primeiro ano de vida. Começou com 76 voluntários.

Hoje, a sede curitibana comanda um exército de 154 mil voluntários, em 3.480 municípios, de todas as regiões do País. Atendeu, no terceiro trimestre de 2001, uma média mensal de 1,62 milhão de crianças menores de seis anos e quase 78 mil gestantes, de 1,12 milhão de famílias.

Com trabalhos simples e baratos —como a confecção de uma multimistura nutritiva, o uso do soro caseiro para reidratação, incentivo ao aleitamento materno e o controle da evolução do peso—a Pastoral conseguiu reduzir a mortalidade infantil em até 50% em algumas regiões. Nos bolsões de miséria urbanos e rurais onde atua, locais em que os indicadores de qualidade de vida costumar ser comparáveis a países africanos, a mortalidade infantil é de 13 por mil, quase a metade da média nacional (34,6 por mil, segundo o IBGE).

Hoje, a Pastoral não atende só a criança, mas a família inteira. Desenvolve programas que abrangem saúde, nutrição, educação, geração de renda, combate à violência e cidadania. Tudo a um custo extremamente baixo. O gasto mensal com uma criança atendida é de apenas R$ 1,03.

Para atender 800 mil pacientes por ano, em procedimentos complexos e de alto custo, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o maior hospital do Paraná, gasta R$ 76,8 milhões –três vezes mais do que o orçamento anual da Pastoral da Criança.

O trabalho da Pastoral foi indicado pelo governo brasileiro para disputar o Prêmio Nobel da Paz de 2002. No ano passado, o organismo, que coleciona 34 prêmios nacionais e internacionais, concorreu pela primeira vez, mas o Nobel foi dividido entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e seu secretário-geral, Kofi Annan.

A internacionalização da Pastoral deverá contribuir na tentativa do Brasil de obter seu primeiro Nobel. Hoje ela atua em 12 países da América Latina (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela), África (Angola, Guiné-Bissau e Moçambique) e Ásia (Timor Leste).

Em nome da transparência, gastos passam por auditoria

O gerenciamento e controle das atividades dos 154 mil voluntários espalhados pelo País, que não recebem pagamento pelo trabalho que fazem, exigiu um grande esforço da coordenação nacional da Pastoral da Criança, instalada em um antigo orfanato, no bairro das Mercês, em Curitiba, onde trabalham 50 pessoas remuneradas. O controle de todos os processos é informatizado.

“Procuramos concentrar burocracia e descentralizar ações. Se estrutura resolvesse, o governo já teria acabado com a miséria”, diz o coordenador nacional-adjunto, Nelson Arns Neumann. A única tarefa burocrática reservada aos voluntários —até porque boa parte deles é analfabeta— é preencher uma folha de acompanhamento mensal da saúde das crianças e gestantes assistidas. Enviadas a Curitiba, essas folhas geram relatórios, que embasam novos convênios da instituição.

Além de poucos papéis, os voluntários também não lidam com dinheiro. Os recursos só chegam até as paróquias (divisões geográficas da Igreja Católica comandadas por um padre). Aos voluntários só é enviado material educativo e de trabalho.

“Como vivemos da credibilidade, porque lidamos com a boa-fé das pessoas que trabalham sem cobrar nada e com recursos doados, precisamos ter um compromisso muito maior com a transparência”, declara Arns. Para evitar desvios, até os menores gastos precisam ser comprovados por notas.

Todo o processo contábil e fiscal é auditado pela Moore Stephens, empresa inglesa colocada entre as dez maiores do mundo na área. Os balanços também são publicados na Internet.


Chocolate Lacta troca São Paulo por Curitiba
A Kraft Foods Brasil, detentora da marca Lacta, está transferindo a sua linha de produção de chocolates de São Paulo para Curitiba, no Paraná. De acordo com o diretor de Assuntos Corporativos da empresa, Antonio Newton Galvão Cesar Júnior, a transferência da linha de produção de chocolates para Curitiba deve ser finalizada em dezembro. "Até o final deste ano a indústria em São Paul o deve encerrar suas atividades", afirmou. A unidade paulista emprega aproximadamente mil funcionários.

A empresa está investindo US$ 100 milhões na nova sede, localizada na Cidade Industrial de Curitiba, na antiga sede da Phillip Morris. Ainda este mês a unidade começa a produzir o chocolate Bis e, em abril, deve ser iniciada a produção do bombom Sonho de Valsa. Com este investimento a indústria deve gerar cerca de 3,3 mil empregos diretos no Paraná.

A previsão da diretoria da empresa é que até o final do primeiro semestre a fábrica em Curitiba comece a produzir alguns dos produtos Lacta mais vendidos no Brasil como o Diamante Negro, Laka e Milka

Os investimentos da Kraft Foods em Curitiba começaram em 2000, quando a empresa anunciou a transferência da sua sede administrativa para a cidade. No ano passado foi a vez da mudança da linhas de produção de sucos em pó e dos chocolates Amandita e Lancy para o Paraná.

Segundo a assessoria da empresa em São Paulo, a fábrica instalada em Curitiba será a segunda maior unidade do grupo no mundo. Atualmente o Brasil representa o segundo maior mercado de chocolate do grupo, que detém mais de 30% do mercado brasileiro, sendo responsável também pelo maior faturamento da empresa na América Latina. Em 2000 a empresa faturou R$ 1,3 bilhão no mercado brasileiro .

A Kraft do Brasil é subsidiária da americana Kraft Foods International, a segunda maior fabricante de alimentos do mundo. Atualmente a holding possui aproximadamente 80 fábricas e comercializa produtos em mais de 140 países. No Brasil, além da Lacta, a Kraft é detentora das marcas Maguary, Nabisco, Tang, Clight, Fresh, Fleischman, Royal e Iracema.

Como a mudança para Curitiba está sendo estudada pela empresa desde 1999 e havia falta de mão-de-obra especializada para trabalhar na indústria, naquele ano a Kraft criou a Universidade de Alimentos (UAL), responsável pela formação de profissionais qualificados.

O objetivo da UAL é formar mão-de-obra não só para a empresa, mas para todo o mercado da indústria alimentícia paranaense. Hoje a universidade atua também em parcerias firmadas com a PUC-PR, Senai, Governo do Estado e Prefeitura de Curitiba.

No primeiro ano de atividades a UAL treinou 720 profissionais. A meta é formar mais 4 mil trabalhadores até o final de 2004. Em 2000 e 2001, 73% dos profissionais formados na universidade foram contratados pela própria Kraft Foods e também por outras empresas.

Lacta lança 14 produtos novos para a Páscoa

A Lacta, empresa da Kraft Foods Brasil, está lançando 14 novos produtos para a próxima Páscoa. As novidades representam cerca de 50% do volume a ser produzido pela empresa até o feriado e se originaram nos produtos mais conhecidos da indústria como Diamante Negro, Laka, Milka e Bis.

Uma das novidades é a linha trufa. Baseada nos ovos tradicionais, a linha traz opções de ovos de 265 e 55 gramas. Nessa versão há ovos Laka, Milka e Diamante Negro, todos com uma camada de chocolate por fora e recheio de trufa. Outra novidade é o ovo Bis Laka, uma versão do ovo Bis tradicional, mas feita com chocolate branco.

Na linha dos biscoitos a Lacta traz os ovos Trakinas que estampam na casca as carinhas do biscoito. O Confeti também mereceu uma versão nesta páscoa, um ovo recheado com os confeitos de chocolate e o Confeti Mix, que tem metade chocolate branco e outra metade chocolate ao leite.

A perspectiva da Lacta é movimentar este ano cerca de 5 mil toneladas de chocolate.

Para a Páscoa serão colocados no mercado mais de 20 milhões de ovos.


Itaipu recicla material e investe R$ 91 mil em programas sociais
A Itaipu Binacional conseguiu a auto-sustentação do programa de gestão de resíduos, criado para reaproveitar todo o material reciclável da usina. Atualmente, cerca de 70% do material produzido pela usina é reciclado, após investimento de R$ 139 milhões há três anos. O “Vai e Vem” já arrecadou R$ 91 mil com a venda de 438 toneladas de materiais e aplicou os recursos em programas de educação ambiental com a comunidade. “Com o próximo lote de vendas o programa já se pagou. Mas, o mais importante é a repercussão que tem sido grande gerando visitação de diversos órgãos”, afirmou a coordenadora do programa, Loici Coletto.

Antes da implantação do programa, a Itaipu abria um aterro sanitário a cada seis meses para armazenar uma média de 18 toneladas por mês. Segundo Loici depois da criação do projeto nenhum aterro foi aberto. Resíduos como baterias de celulares, pilhas, tonner de copiadoras e baterias de rádios que não são recicláveis são devolvidos para o fabricante. Produtos tóxicos utilizados na área industrial recebem uma destinação adequada. “Todo tipo de resíduo é tirado e separado na fonte geradora. As lâmpadas são reaproveitadas 100%, o sódio serve como reagente em processos industriais, os vidros são usados para fabricação de bebedouros de animais e o alumínio nas indústrias metalúrgicas”, disse Loici. Já foram descontaminadas e recicladas cerca de 171 mil lâmpadas fluorescentes.

A Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC) junto com o núcleo de oficinas mecânicas da cidade criaram um programa considerado inédito no Brasil segundo o Sebrae. O sucata ecológica com destinação social foi implantado com o valor de apenas R$ 963 para a colocação de latões de lixo nas 18 oficinas mecânicas que aderiram ao programa. Todo o material liberado pelas oficinas, peças que antes ficavam em depósitos improvisados, serão periodicamente coletadas e vendidas para empresas que trabalham com sucata. Segundo, a consultora de núcleos setoriais da Acic, a primeira coleta que acontecerá no final do mês, deverá recolher em torno de 250 quilos de peças em cada uma das oficinas, o valor arrecadado será doada para uma entidade beneficente. “O preço da sucata não é muito atrativo, mas o importante é que estamos conseguindo resolver um problema que detectamos no setor”, concluiu Adriana.

O Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), sedia a Bolsa de Reciclagem - operacionalizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem industrial (Senai-PR); um serviço via internet ou individualizado para empresários e pessoas jurídicas sobre resíduos industriais. Uma espécie de catalizador de negociações entre os setores que produzem o resíduo e as empresas que reciclam. “Orientamos o setor produtivo como conduzir melhor o resíduo industrial preparando-o para um destino mais nobre. É o caso da serragem produzida pelas industrias madeireiras que podem ser transformadas em briquete, uma espécie de tijolo de serragem, semelhante a lenha”, afirmou a técnica da bolsa de reciclagem, Elizabeth Stapenharst.

Os resíduos são anunciados no site da bolsa - que também possui um cadastro de empresas recicladoras no Paraná; para serem comercializados. Do volume de mais de 200 oportunidades entre empresas geradoras de resíduos e as empresas de reciclagem o mais anunciado é do setor madeireiro. “Isso mostra a necessidade de pesquisa tecnológicas para melhorias nos processos de reciclagens”, analisou Elizabeth.

O Senai, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pontifícia Universidade Católica (PUCPR) e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) estão trabalhando na busca de soluções tecnológicas nos processos de reciclagem, viabilizando financeiramente a reciclagem. “As empresas estão aprendendo como lidar com os resíduos. Muitas ainda pagam para que seja recolhido o lixo, sendo que existe a possibilidade de se ter um ganho extra”, concluiu Elizabeth.


Ageflor reclama da falta de cultura multimodal dos empresários de carga
O presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), José Artemio Totti, criticou a “falta da cultura” multimodal no Rio Grande do Sul, tanto dos don os das cargas quanto dos empresários do setor do transporte e das próprias autoridades públicas ligadas ao setor. “É por isso que muitos segmentos do setor madeireiro, em sua maioria vocacionados para utilizar a hidrovia nas suas transferências internas, continuam viajando pela rodovia até os portos de embarque para o início das viagens domésticas ou internacionais. Se as pessoas envolvidas com a distribuição da nossa produção, item fundamental na lucratividade final, promovessem a multimodalidade certamente teríamos uma competitividade muito maior junto aos nossos compradores e toda a economia gaúcha sairia ganhando”, observou.

Por causa da falta de integração e parceria entre os modais as empresas de base florestal têm usado preferencialmente a rodovia para o transporte de madeira serrada, celulose, papel, móveis, cavacos, tanino e toras. “Trabalhamos com margens de lucros muito escassas e como não existe a integração dos modais é fundamental escolher o mais barato. E, hoje, o mais barato é colocar as cargas em cima de caminhões para as viagens desde a produção até o porto de embarque final. É um absurdo, mas é assim”.

Totti observou também que a falta de regulamentação da Lei da Intermodalidade obriga ao pagamento de taxas a cada vez que se troca de modal, o que acaba inviabilizando a integração das vias de transporte. “É impossível pagar impostos para a viagem rodoviária, desde a produção até o porto de Porto Alegre, por exemplo, e mais impostos para embarcar a bordo de uma embarcação para a viagem hidroviária até Rio Grande. E, afora isso, pagar taxas portuárias em Porto Alegre e mais taxas portuárias em Rio Grande. Então, fica muito mais barato fazer uma viagem única, via rodovia, desde a produção até Rio Grande. Se houvesse a parceria entre os modais e até entre as administrações portuárias certamente a nossa economia ficaria muito mais competitiva. Isso vai acontecer, naturalmente. Mas, por enquanto, não acontece”, considerou.

A cadeia produtiva de base florestal no Rio Grande do Sul produz riquezas da ordem de R$ 2,5 bilhões anuais, gerando mais de 200 mil empregos diretos ou indiretos de pessoas que trabalham e mais de 361 mil hectares de florestas de acácia, pinus e de eucalyptus no Rio Grande do Sul, conforme o Inventário Florestal gaúcho de 2001. Das centenas de empresas pertencentes a cadeia produtiva, apenas duas (Klabin Riocell, produtora de celulose, e Seta, com seus cavacos de madeira) estão utilizando a hidrovia para colocar seus produtos no porto de Rio Grande. “As demais empresas usam exclusivamente a rodovia para distribuir seus produtos”. A madeira serrada, por exemplo, cuja produção gaúcha bate nos 750 mil metros cúbicos ao ano, tem 192 mil metros cúbicos destinados aos mercados externos e viajam até Rio Grande ou aos portos de Santa Catarina exclusivamente em cima de caminhões. No mercado externo, ela consegue preços variando entre ou US$ 80 e US$ 150 por metro cúbico.

De tanino, o Rio Grande do Sul produz 50 mil toneladas ano e 70% volume viaja para mercados internacionais, com preços variando entre US$ 600 e US$ 850 por tonelada. Em relação ao cavaco de madeira, a produção anual gira em torno das 650 mil toneladas, cujo destino é o mercado externo, com preços variando entre os US$ 87 e US$ 97 por tonelada. A produção gaúcha de celulose vai bater nas 436 mil toneladas a partir deste anos, das quais 320 mil seguem para mercados internacionais, com preços variando entre os US$ 450 e US$ 550 a tonelada. Em móveis, as 3,2 mil empresas gaúchas exportaram o equivalente a US$ 152 milhões em 2001, para um faturamento bruto total de R$ 1,91 bilhão. As exportações de toretes para celulose chegam a 200 mil metros cúbicos, com preços variando entre os US$ 48 e US$ 50.



Artigos

O Brasil que dá certo
Christiane Hufenüssler

Santa Catarina tem merecido espaço nos últimos meses no noticiário econômico, graças ao excelente desempenho obtido em diferentes áreas. Em dezembro, a revista Exame já havia divulgado o ranking das 100 melhores cidades para se fazer negócios, em que nosso Estado está representado na lista das 20, com destaque para Florianópolis (2º), Blumenau (9º), Jaraguá do Sul (18º) e Joinville (19º), sem falar de cidades como Criciúma, São José, Itajaí, Chapecó e Lages, em outras colocações.

Agora, foi a vez do IBGE apresentar os indicadores da indústria brasileira, onde Santa Catarina aparece com performance notável, crescendo 3,7% no Estado, em 2001, superando as demais unidades da federação e a média nacional de 1,5%. Este resultado, sem dúvida, é motivo de entusiasmo porque confirma o esforço do setor produtivo em manter suas atividades mesmo diante de fatores que ao longo do ano passado, de uma maneira ou de outra, acabaram impedindo que esta marca fosse ainda mais expressiva.

Nos orgulhamos muito desta visão positivista do nosso empresariado, embora não se deva perder o foco quanto aos necessários ajustes na agenda econômica. Uma reivindicação que temos feito de maneira exaustiva, porém necessária, pois confiamos que a produção precisa ser cada vez mais estimulada, como condição necessária para que o País possa ser cada vez mais competitivo no cenário mundial.
Santa Catarina não deseja ser uma unidade isolada, como uma ilha de desenvolvimento, pois temos a convicção de que uma nação só se torna forte pelo seu conjunto. E há, em todo o Brasil, exemplos claros de que isto é plenamente viável.

Esta será a temática central do XII Congresso das Associações Comerciais do Brasil, de 26 a 28 próximos, em Brasília, onde teremos o privilégio de contar com as presenças dos excelentíssimos Presidente e Vice-Presidente da República, discutindo junto com o setor produtivo alternativas e conhecendo experiências que reafirmam a nossa confiança no País.

Será uma oportunidade exemplar de propagar estas práticas bem sucedidas de associativismo e de gestão empresarial, com empresários e líderes de vários setores debatendo questões relevantes da atual conjuntura e os rumos para um futuro que se faz cada vez mais presente. Para as entidades, o congresso oportunizará informações capazes de torná-las auto-sustentáveis, através da apresentação de projetos testados e implantados em várias regiões que demonstram não só a criatividade do empresário brasileiro, mas também alternativas econômicas viáveis, responsáveis pela geração de empregos, melhor distribuição de renda e a capacitação empresarial.

Um grande exemplo é o projeto Empreender, implantado em 195 associações que congregam 9.492 empresas em 736 núcleos setoriais, com resultados que reforçam nosso otimismo. Caminhando para uma expansão em todo o território nacional, o Empreender, que começou em Santa Catarina, já contribui para reduzir a taxa de mortalidade das empresas de 80% para 10%, aliado a um significativo aumento de empregos e nas margens de lucro. Razões de sobra para confiarmos no sucesso desta empreitada como alavanca para o crescimento econômico.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Santo nome em vão
Release da Loducca Sul, divulgado ontem, informou que após um mês da campanha oficial “Boas Idéias”, o governo do Paraná colhe resultados nas pesquisas de opinião e que a recuperação da imagem de bom administrador levou o governador Jaime Lerner a reconsiderar a possibilidade de disputar as eleições deste ano para o Senado. A nota não divulga que resultados foram esses e destaca afirmação do coordenador de Comunicação, Deonilson Roldo, admitindo “falhas na comunicação do governo e falta de continuidade nas ações da Secretaria de Comunicação Social”. Deonilson informou que desconhecia a existência da nota e o teor da matéria.

Sucessão
Ciro Gomes recebeu ontem o apoio do PDT , PTB e PTN. O diretório regional do PPS paranaense informa que o Estado poderá oferecer palanque duplo ao candidato, segundo o secretário-geral do partido, Rubico Camargo.

Guerra dos pneus
Em discurso ontem, o senador paranaense Alvaro Dias (PDT) criticou a demora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em fiscalizar o cumprimento da Resolução 258/99 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Apesar de os efeitos da resolução, que obriga a destruição gradativa de pneus fora de uso, estarem em vigor desde 1o de janeiro deste ano, o Ibama ainda não iniciou a fiscalização, conforme este jornal revelou com exclusividade há duas semanas. Na opinião do senador, o Ibama se comporta como “órgão das multinacionais de pneus”.

Bom uso
Depois da China, agora é a Mongólia que se interessa pela tecnologia desenvolvida pela unidade de xisto da Petrobras em São Mateus do Sul (PR), que mistura pneus velhos na obtenção de óleo e gás desse mineral. Executivos de uma empresa privada de exploração de xisto, carvão e ouro da Mongólia estão no Paraná para conhecer e, possivelmente, comprar essa tecnologia. Em nove meses, a Petrobras reciclou 1 milhões de pneus nesse processo. O material foi fornecido pelas empresas que importam carcaças usadas para recapagem, que trazem o material, cuja entrada é proibida no Brasil, amparados em liminares. Esse setor acusa os fabricantes nacionais de descumprir a norma ambiental.

Caça-talentos
Cláudio Cercachim, ex-executivo de recursos humanos da Phillip Morris e de outras grandes empresas, é o novo contratado da empresa de caça-talentos Starhunter, de Curitiba. Ele tem formação em Pedagogia e especialização em Recursos Humanos e acumula mais de 20 anos de experiência nas áreas de recrutamento, seleção, gestão e desenvolvimento de pessoal. A Starhunter atua junto a multinacionais da região Sul.

Ser ou não ser
O presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, deputado Hermas Brandão (PTB) está iniciando os trabalhos da casa acreditando que o governador Jaime Lerner não será candidato nas próximas eleições. Lerner, durante a abertura dos trabalhos da Assembléia na última segunda-feira, disse que se for para benefício do PFL sairá candidato ao Senado mas que, em contrapartida, não será candidato se o partido estiver buscando alianças que podem ser prejudicadas com a sua candidatura. Para alguns a frase de Lerner significou um sim à candidatura. Brandão prefere acreditar que o governador não será candidato e investir em seu próprio nome à sucessão ao Palácio Iguaçu.


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02/22/2002


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Mercadante vê refúgio como relação entre cidadão e Estado, e não entre estados