Randolfe elogia recondução de procuradora-geral do Amapá e atribui dossiê a quadrilha



O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) elogiou a recondução da promotora Ivana Cei para o cargo de procuradora-geral de Justiça do Estado do Amapá. O parlamentar enalteceu a recuperação das atribuições do Ministério Público, empreendida pela procuradora em sua primeira gestão à frente da instituição, e sua “atuação implacável no combate aos tenebrosos esquemas de corrupção” existentes no estado. Ao fim do discurso, o senador também atribuiu um dossiê contra ele, divulgado recentemente, a um dos denunciados de envolvimento em fraudes no Amapá, e anunciou medidas para comprovar sua lisura.

Randolfe elogiou o governador do estado, Camilo Capiberibe, que poderia escolher outro promotor para o cargo, mas acatou a eleição na qual Ivana Cei teve o voto de 70 dos 73 integrantes do Ministério Público daquele estado.

Randolfe lembrou que, em 2010, foi realizada no Amapá a maior operação da história da Polícia Federal, denominada Mãos Limpas, que levou à prisão boa parte das lideranças políticas do Amapá. Randolfe disse que sua eleição, assim como a do governador Camilo Capiberibe, significaram “o desejo inconteste do povo amapaense de encerrar um tempo de vergonha”.

O senador informou que a procuradora-geral apresentou ações contra a Assembleia Legislativa do estado que, ano passado, criou uma verba indenizatória de R$ 100 mil para cada deputado. Também ingressou com ações contra os deputados estaduais e contra o então presidente da Assembleia, Moisés Souza, e o secretário da Mesa Diretora daquela Casa, Edinho Duarte. De acordo com Randolfe Rodrigues, alguns parlamentares receberam valores superiores a R$ 1 milhão durante o ano.

- Existia uma verdadeira quadrilha organizada – afirmou o parlamentar.

Dossiê

O senador comentou ainda as providências tomadas após a divulgação de um dossiê contra ele. Randolfe atribuiu as denúncias aos envolvidos na corrupção investigada pela operação Mãos Limpas e disse ser essa uma tentativa de "espalhar lama fétida" e "apregoar que todos os políticos são iguais". O senador informou ter pedido a abertura de seu sigilo bancário e a divulgação de todos os cheques emitidos e recebidos durante o período em que foi deputado estadual, entre 1999 e 2006. Para o parlamentar, qualquer denúncia merece uma profunda investigação. E acrescentou: o princípio da inocência vale para os cidadãos comuns; para os homens públicos, vale o inverso.

- Qualquer denúncia, mesmo que o denunciante tenha sido denunciado por tráfico de drogas, crime organizado e corrupção ativa, merece uma profunda investigação. Encaminhei investigação ao Ministério Público e Federal sobre as chamadas denúncias, ao Ministério Público Estadual e instaurei eu mesmo procedimento na Polícia Federal, Superintendência do Estado do Amapá - afirmou.

O dossiê, de acordo com Randolfe, está sendo divulgado por Fran Soares do Nascimento Júnior, chefe de gabinete de Moisés Souza, deputado acusado na operação Mãos Limpas. Segundo o senador, Fran Soares foi denunciado pela Comissão Parlamentar de Inqúerito (CPI) que investigou o narcotráfico, por envolvimento com o crime organizado, tráfico de drogas e corrupção ativa.



12/03/2013

Agência Senado


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