Raupp critica descaso do governo federal com servidores dos ex-territórios
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) afirmou que o governo federal, além de não minimizar a injustiça praticada durante muitos anos contra os servidores federais dos ex-territórios, parece determinado a agravá-la, já que a categoria não recebeu qualquer tratamento prioritário na mesa de negociações sobre o reajuste a ser concedido ao funcionalismo federal e foi excluída da relação dos que terão seus salários corrigidos. Ele qualificou tal tratamento de uma afronta e uma injustiça.
Raupp solidarizou-se com os servidores federais dos ex-territórios. Disse que a não concessão de reajuste salarial afetará 31.660 servidores ativos e aposentados e 4.918 pensionistas. Mas registrou sua esperança de que essa situação seja revertida, já que o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, comprometeu-se a rever os critérios para a definição dos reajustes de tais trabalhadores.
- Quero manifestar minha crença de que a razão e o senso de justiça acabarão por prevalecer, corrigindo, ainda que gradativamente, essa verdadeira apartação de que são vítimas os citados servidores.
Segundo o senador, por muitos anos, nos governos anteriores, os servidores públicos federais dos ex-territórios - Rondônia, Amapá, Roraima, Acre e Fernando de Noronha - foram absolutamente ignorados pela União. Eles tiveram seus salários corroídos pela inflação e não viram atendidos, pelos administradores, pleitos como a implementação de um bom plano de saúde, o pagamento de adicionais de insalubridade, a correção dos valores do auxílio-transporte ou, no caso do magistério, a extensão da gratificação de incentivo à docência.
- Esse descaso, repetido por anos a fio por vários governos, caracterizava uma discriminação e uma violência praticadas contra essa categoria, que teve uma grande importância na consolidação daqueles territórios. Com a chegada do PT ao poder, especialmente com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-sindicalista, os servidores públicos remanescentes dos territórios federais alimentavam a expectativa de que fossem minorados seus sofrimentos com a correção, ainda que paulatina, dos prejuízos por tanto tempo acumulados - acrescentou Raupp.
29/04/2004
Agência Senado
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