Rede de atenção ao AVC terá reforço de R$ 437 milhões



O Ministério da Saúde vai investir, até 2014, R$ 437 milhões para ampliar a assistência a vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). No Brasil, a doença representa a primeira causa de morte e incapacidade, gerando grande impacto econômico e social. De acordo com dados do ministério, em 2009 foram registrados 68,9 mil óbitos por AVC. 

Para qualificar a rede para o atendimento a casos de AVC, o Ministério da Saúde colocou, nesta sexta-feira (4), em consulta pública as novas diretrizes de atendimento à doença. O documento ficará disponível durante 30 dias para sugestões de profissionais de saúde, técnicos, especialistas e a população em geral. “Nosso esforço é o de tratar mais rápido, isso significa salvar vidas. Vamos ampliar a rede de atenção básica, de prevenção e de tratamento com o objetivo de reduzir casos e óbitos”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Um dos objetivos da consulta pública é consolidar uma proposta para melhorar o atendimento aos pacientes que procuram o Sistema Único de Saúde (SUS) por intermédio de ações para reformulação do atendimento, com a adoção de melhores estratégias de diagnóstico e tratamento e capacitação de profissionais, entre outras.

Do total de recursos, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Serão criados 1.225 novos leitos nos 151 municípios onde se localizam os 231 pronto-socorros, responsáveis pelo atendimento especializado de urgências e emergências. A abertura dos novos leitos será definida entre o governo federal, juntamente com estados e municípios.

Outra parcela, de R$ 67 milhões, será aplicada na oferta do tratamento trombolítico, que consiste na aplicação de uma medicação por via endovenosa, que percorre a circulação até chegar no vaso sanguíneo cerebral que está obstruído por um coágulo. Esta medicação desfaz o coágulo, desentupindo a circulação e normalizando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro, diminuindo ou até evitando as sequelas. As ações integram o rol de iniciativas adotadas pelo Ministério da Saúde para o enfretamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis.

Outro objetivo do ministério é reduzir o número de óbitos por AVC no Brasil por intermédio da criação de redes de assistência integral para o atendimento do paciente com AVC, incluindo todas as suas demandas de atenção à saúde. O documento foi elaborado Ministério da Saúde e especialistas da área em parceria com a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e Academia Brasileira de Neurologia,

Rede

O AVC é uma das mais importantes causas de mortes no mundo. Popularmente conhecido como derrame, a doença atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano. Destes, seis milhões morrem. Para enfrentar a epidemia silenciosa que ocorre no mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença, com o objetivo de colocar o tema em destaque na agenda global de saúde.

De acordo com o documento, a Linha do Cuidado do AVC deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, Samu, unidades hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, reabilitação ambulatorial, ambulatório especializado, programas de atenção domiciliar, entre outros aspectos.

Para o Ministério da Saúde, a doença é uma urgência médica e, como tal, deve ser priorizada em todos os níveis de atenção. A Linha de Cuidado recomenda a criação de unidades específicas para o atendimento ao AVC nos hospitais - as Unidades de AVC -, que comprovadamente diminuem a mortalidade e a incapacidade, além da inclusão do tratamento trombolítico para os casos de AVC isquêmico agudo, único disponível e capaz de reduzir ou até evitar as sequelas.

No Brasil, o governo federal priorizou o combate à doença ou atenção aos pacientes acometidos pelo AVC, com foco na prevenção, uma vez que 90% dos casos podem ser evitados. E, caso ocorra, o paciente pode ser adequadamente tratado, se chegar rápido ao hospital preparado para dar o atendimento imediato. Por estes motivos, foi elaborada A Linha de Cuidado do AVC na Rede Atenção às Urgências, documento que servirá de orientação para os estados e municípios organizarem o atendimento às vítimas da doença.

Fonte:
Ministério da Saúde



04/11/2011 21:19


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