Relatório da ONU sobre Aids cita Brasil como referência
O relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), divulgado nessa quarta-feira (18), apresenta os novos dados da epidemia em todo o mundo e mostra que, apesar do financiamento internacional para combate à doença continuar na mesma linha desde 2008, houve um aumento de 11% nos investimentos domésticos dos países em desenvolvimento. No período de 2006 a 2011, o crescimento foi de 50%.
Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, enfatiza que o acesso universal ao tratamento antirretroviral é uma política do Brasil e que nada seria possível sem o Sistema Único de Saúde (SUS).
Os avanços na cobertura e na distribuição de antirretrovirais, principalmente nos países de baixa e média renda, tem servido de inspiração para vários países em desenvolvimento. “Acreditamos que vamos alcançar o acesso universal até 2015 e parte dessa vitória é do Brasil”, destacou o coordenador da Unaids no Brasil, Pedro Chequer.
Atualmente, oito milhões de pessoas recebem tratamento em todo o mundo, enquanto em 2003, eram apenas 400 mil. Só no ano passado foram mais de 300 mil novos pacientes na África do Sul, totalizando 1,7 milhão de pessoas em terapia no país.
Outra perspectiva do programa é chegar em 2015 sem nenhuma nova infecção em crianças. A utilização de medicamentos antirretrovirais como profilaxia para gestantes infectadas pelo vírus, para evitar a transmissão vertical - o que o Brasil já faz há algum tempo - é vista como um tipo de vacina pelo coordenador.
A política de medicamentos brasileira também foi mencionada no relatório. De 2007 a 2011, o País economizou US$ 97 milhões com a diminuição do custo de aquisição do medicamento Efavirenz, que foi licenciado compulsoriamente em 2007. Atualmente, o Brasil fabrica dez dos 21 antirretrovirais distribuídos pelo SUS.
Segundo Greco, mesmo com o alto investimento - o orçamento de 2011 foi de R$ 1,2 bilhão - para controlar a epidemia ainda há muitos desafios. Um deles é expandir o acesso ao diagnóstico. “Estima-se que 250 mil pessoas no País não saibam ou nunca fizeram o teste de HIV. Diagnosticar essas infecções é um passo fundamental para o controle da transmissão”.
Em 2011, mais de dois milhões de testes rápidos foram distribuídos. “Sabendo do diagnóstico, as pessoas receberão os cuidados de saúde necessários e o tratamento em tempo adequado”, concluiu Greco.
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Fonte:
Ministério da Saúde
19/07/2012 18:20
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