Renan afirma que a sociedade exige ser ouvida e atendida
O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou, em discurso durante a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (1º), que a sociedade exige ser ouvida com maior freqüência e ser atendida. A sociedade clama por melhorias no dia-a-dia e o último pleito demonstrou que a percepção de conforto econômico foi decisiva no resultado, acrescentou o parlamentar.
Renan declarou que, nesse processo, o espaço da oposição é sagrado e a voz crítica é imprescindível. Ele disse que se busca uma conjugação de vontades com propósitos determinados como meio seguro de superação das apreensões nacionais.
Segundo Renan, a oposição, que é parte essencial do Poder Legislativo, tem como contribuir dada a responsabilidade e a maturidade com que vem atuando.
- A pregação instando todos a colaborar não deve ser recebida com reservas.Hoje fica claro que esta convocação deve contar, principalmente, com a oposição, vital em qualquer democracia e que reúne valorosos quadros na busca do bem coletivo - declarou o presidente do Senado.
Renan acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com responsabilidade e aguda e rara sensibilidade adquiridas em sua trajetória única, soube diagnosticar e compreender os desejos da sociedade e, verificada a opção pela continuidade do seu governo, convocou o Brasil para uma conciliação.
Renan disse que é necessário criar um ambiente para amplo diálogo que permita fazer as reformas, reduzir impostos e distribuir mais renda, gerar mais investimentos, mais empregos e crescer ainda mais em bases sustentáveis.
Reforma política
Renan também defendeu a modernização do sistema político, a simplificação dos tributos e a discussão das novas formas de cooperação entre a União e os demais entes da federação.
- Quem morreu não foi a ética, quem apodreceu foi o nosso sistema eleitoral uninominal - sistema no qual o eleitor vota em candidatos individuais em vez de votar em programas e partidos - declarou Renan, ao defender a reforma política.
Na opinião do senador, a segunda posse do presidente Lula é mais um marco da democracia brasileira que está a cada dia mais vigorosa, mais robusta, mais madura.Ele ressalvou, porém, que a democracia é um modelo de governo que não se pretende acabado.
- Como ela nunca está completa, é necessário refazê-la diariamente. É uma obra aberta e coletiva que tem início, mas não tem termo. Como é humildemente imperfeita, a democracia precisa sempre ser refeita e aí reside o seu maior valor: a permeabilidade permanente aos aperfeiçoamentos institucionais - declarou .
Renan afirmou que chegou o momento de interpretar os anseios expressos nas últimas eleições.
- É uma decisão crucial, especialmente agora, quando transpomos o calor eleitoral e ingressamos na administração, cujos atos e decisões têm conseqüências sobre a vida de todos nós.
Consagradas as conquistas mais elementares da democracia - as liberdades e o Estado de Direito -. deve-se, segundo Renan Calheiros. avançar ainda rumo à justiça social e à igualdade de oportunidade, sem as quais nenhuma democracia estará completa, nenhum democrata estará satisfeito.
- Democracia não é só direito ao voto, ao ir e vir. É mobilidade social, é igualdade de oportunidades e justiça social.
Renan argumentou que não será por omissão nem inércia ou inação do Congresso que o governo Lula deixará de oferecer ao Brasil as medidas que o povo reclama e que a opinião pública reivindica.
- Aqui os interesses do país estarão, como sempre estiveram, acima de eventuais divergências ideológicas, doutrinárias ou partidárias.
Ao final do pronunciamento,Renan citou o Padre Antônio Vieira, ao desejar "bons anos" ao presidente Lula, "não apenas este que hoje se inicia, mas todos os anos do seu mandato." E concluiu com voto de bom ano novo e felicidades ao povo brasileiro.
01/01/2007
Agência Senado
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