RENAN CALHEIROS: 66% DOS CRIMES SÃO COMETIDOS POR MOTIVOS FÚTEIS



Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) dos projetos destinados a coibir o uso de armas de fogo, o senador Renan Calheiros admitiu que a exclusão social aumenta a criminalidade, mas lembrou que 66% dos crimes ocorridos no Brasil são cometidos por motivos fúteis e poderiam ser chamados de "delitos sem causa, que não têm nada a ver com exclusão social, visto que acontecidos ao sabor da emoção".
Ele definiu o Brasil como o paraíso da impunidade, dando como exemplo o fato de que só 1,7% dos crimes acontecidos em São Paulo são esclarecidos. "Vivemos a impunidade, a falência do Estado", disse ainda o parlamentar, observando não saber com precisão se o que mata mais, no Brasil, é a arma legal ou a ilegal.
Ele sustentou que é preciso dar o primeiro passo, sendo a iniciativa em exame no Senado a primeira grande providência para enfrentar a questão. "Na condição de quem quer o melhor para o país, vou apresentar meu parecer levando em consideração todas as ponderações aqui feitas", afirmou ele, referindo-se à audiência pública realizada pela CCJ em conjunto com a Comissão de Relações Exteriores (CRE).
Renan Calheiros reconheceu que um projeto coibindo armas de fogo não poderá ser votado com a pressa antes pretendida. Disse que, na condição de relator, recusou-se a apresentar um parecer oral, propondo a realização de uma sessão conjunta, ocorrida terça-feira, assim como a audiência pública desta quinta-feira (dia 13).
O que desejava, conforme explicou, era exatamente a contraposição de idéias, estatísticas e posições. "Sem isso, nem eu nem Pedro Piva (relator da matéria na CRE) teríamos condições de apresentar parecer e termos a certeza de que retrataríamos o que o Senado pensa sobre a questão. "Também sou a favor de uma tramitação mais longa da matéria", avisou.

13/01/2000

Agência Senado


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