Renan quer Chile como membro pleno do Mercosul



Ao se pronunciar na sessão solene do Congresso em homenagem à presidenta do Chile, Michelle Bachelet, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que este país sempre mereceu lugar especial nas relações com o Brasil. Ele manifestou esperança no fortalecimento e na consolidação de uma aliança renovada entre os dois países, que terá a força de um impulso decisivo na integração sul-americana.

Renan lembrou a responsabilidade que as afinidades dos dois países impõem no cenário regional e internacional, representada na ajuda na reconstrução do Haiti e na coordenação de esforços nos foros internacionais. O presidente do Senado observou que, na primeira década do século 20, o Barão do Rio Branco concebeu um pacto tripartite que uniria, em 1915, a Argentina, o Brasil e o Chile, num entendimento cooperativo e cordial com vistas a promover a paz e a amizade no sul do continente.

- Nesse processo de integração sul-americana, sonhado por libertadores como Simon Bolívar e impulsionado por estrategistas visionários como Rio Branco, esperamos que o Chile, em futuro não muito distante, se torne também membro pleno do Mercosul, ao qual já é associado - afirmou o parlamentar por Alagoas.

O presidente do Congresso manifestou também o desejo de que o Chile venha a integrar o Parlamento do Mercosul, cuja instalação se dará até o final deste ano. Ele afirmou que "não há democracia real sem parlamentos atuantes e verdadeiramente representativos" e ressaltou o papel determinante dos parlamentos brasileiro e chileno na reconstrução da democracia nos dois países.

Renan exaltou a trajetória pessoal de Bachelet, marcada pela lealdade aos ideais democráticos, e disse que a presidenta é um exemplo não só para brasileiros e chilenos, mas também para os seus representantes políticos. Ele assinalou que a liderança de Bachelet não está moldada apenas em suas convicções e no exemplo de grandes nomes da política chilena, mas principalmente na tolerância e no afeto.

- Afinal, seu coração nunca desistiu de acreditar nos ideais de liberdade. E soube ser generoso, quando esses ideais triunfaram - frisou.

O presidente do Senado classificou como "invejável" a taxa de crescimento econômico do Chile (cerca de 8% ao ano) e assinalou que o país apresenta os melhores índices de redução da pobreza na América Latina. Ele também ressaltou que a frente de centro-esquerda Concertación, que reúne democratas e cristãos e socialistas, constitui, hoje, um dos projetos políticos mais valiosos da região, pois soube juntar forças convergentes, dar-lhes sentido de unidade e mantê-las próximas da vontade popular.

- Quando, admirado, ouvi Vossa Excelência cantar frase por frase, estrofe por estrofe, palavra por palavra do hino nacional brasileiro, eu tive, mais uma vez, a certeza dessa integração e dessa amizade. Eu quero que Vossa Excelência volte ao Brasil para que tenhamos a oportunidade de ouvi-la cantar novamente o hino do Chile e o hino do Brasil - disse o presidente do Senado.

11/04/2006

Agência Senado


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