Representante da oposição venezuelana participa de audiência na CRE
Corina (ao microfone) perdeu o mandato após participar de reunião na OEA
A deputada de oposição María Corina Machado, que teve o mandato cassado pela Assembleia Nacional da Venezuela, participará, nesta quarta-feira (2), às 14h, de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) a respeito do "agravamento da crise econômica, social e política" de seu país. O requerimento para realização da audiência foi apresentado pelo presidente da comissão, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
A decisão de convidar a deputada foi tomada na última semana pelos senadores da comissão após acalorado debate sobre o formato e os participantes da audiência, num momento em que a Venezuela experimenta um período de grande polarização política. A CRE aprovou requerimentos de convite a María Corina Machado e ao deputado governista Rodrigo Cabezas, cujo nome foi sugerido pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Como Corina já tinha viagem marcada para o Brasil, ela confirmou participação na audiência desta quarta-feira.
Durante a última reunião da comissão, Ferraço disse ter ouvido um relato comovente da deputada sobre a crise da Venezuela durante encontro promovido em Lima pela Fundação para a Liberdade, organização política de orientação liberal presidida pelo escritor Mario Vargas Llosa.
– Não podemos fazer de conta que nada está acontecendo na Venezuela – afirmou Ferraço.
A cassação do mandato de Corina ocorreu após a realização de uma sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a situação na Venezuela. Nessa sessão, a representação do Panamá tentou nomear Corina como sua representante alternativa para que ela tivesse direito a voz. O presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Diosdado Cabello, informou então que a deputada perderia seu mandato por causa da participação na reunião da OEA.
O Tribunal Supremo da Venezuela confirmou na segunda-feira (31) a perda de mandato de Corina, com base no artigo 149 da Constituição daquele país. Segundo o artigo, funcionários públicos não podem aceitar cargos, honras ou recompensas de governos estrangeiros sem a autorização da Assembleia Nacional.
01/04/2014
Agência Senado
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