Representante do Ministério da Saúde diz que vacina gratuita contra HPV ainda não está nos planos do governo



O coordenador do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Adson Roberto França dos Santos, disse, nesta quarta-feira (6), na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que, no momento, ainda não há discussão para a adoção de programa de vacinação gratuita contra o papilomavírus humano (HPV). Ressaltou, no entanto, que esse debate será levado à pasta juntamente com setores que atuam na área da saúde.

Adson disse que falava em nome do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Observou que o ministro lhe pediu para dizer aos senadores que a discussão sobre o assunto não está sendo feita "no momento", e que destacasse esse termo.

O representante do Ministério da Saúde elogiou o projeto da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que estabelece a vacinação gratuita para a população contra o HPV, afirmando que "é uma atitude avançada e corajosa"

A vacina, observou, tem por objetivo prevenir o câncer de útero, que ele considera um problema de saúde pública e uma das mazelas da sociedade brasileira. A doença, afirmou, reflete também uma das desigualdades sociais no país, já que a maior incidência é na Região Norte, e o grau de escolaridade da mulher brasileira.

Ao ressaltar que o governo dá atenção aos programas de vacinação, destacou os bons resultados com a vacinação de idosos e crianças. A ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, disse, na audiência pública da CAS para debater o projeto de Ideli, que é preciso avaliar melhor os recursos para poder implementar qualquer programa de saúde.

Nilcéia disse que falava em termos de custo-benefício, observando que a demanda por saúde é grande no país. Ela reconhece que o país perde muitas mulheres devido a mortes por cânceres de útero.

Os senadores Papaléo Paes (PSDB-AP) e Augusto Botelho (PT-RR) elogiaram o projeto de Ideli. Para Augusto Botelho, essa é uma decisão que o Ministério da Saúde vai ter que tomar, mesmo que não seja de imediato. Ele acha que, nos próximos oito a dez anos, os preços da vacina contra o HPV serão mais acessíveis, mas que o país deve lutar para encurtar esse período.

Botelho defendeu ainda mais verbas de prevenção de câncer de colo de útero dentro dos programas existentes e também para a prevenção do câncer de mama. Papaléo Paes disse que o governo deve intervir com a vacina, dada a gravidade da doença provocada pelo HPV.

- Sabemos das necessidades financeiras, mas vamos vencer esse problema - afirmou Papaléo.

Ideli ressaltou que o Brasil é referência mundial no combate à Aids.

- As mulheres brasileiras merecem que o país também seja referência no combate às doenças que as afetam - disse a senadora.

06/06/2007

Agência Senado


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