Representantes de seis países conhecem centros de assistência social do País



Representantes de seis países visitarão o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), em Ceilândia (DF), na terça-feira (8). Em seguida, a comitiva almoçou no Restaurante Comunitário do Riacho Fundo II, onde conheceu a estrutura daquele equipamento público. A visita foi organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que coordena o Brasil Sem Miséria – plano do governo federal para superação da extrema pobreza.

No Cras, os visitantes, que participam em Brasília do Seminário Internacional de Políticas Sociais para o Desenvolvimento, puderam entender melhor o funcionamento do Sistema Único de Assistência Social (Suas). A complexidade do equipamento e a quantidade de funcionários envolvidos chamaram a atenção da representante da Secretaria-Geral do governo peruano, Silvia Ruiz. “A abrangência dos programas sociais brasileiros é realmente surpreendente. Temos no Peru ações na área social, mas nada que se compare a essa estrutura oferecida pelo Brasil. A iniciativa deveria ser seguida por todos os países em desenvolvimento.”

A visita ao restaurante comunitário também impressionou a comitiva. “Nunca vimos nada parecido. Parece coisa de filme”, brincou a representante do Ministério da Previdência Social e Saúde da Nigéria, Monsurat Adeleke.

A impressão da nigeriana foi reforçada pela colega Victoria Omoera, da Unicef nigeriana. “O fato de envolver a comunidade é o que mais impressiona. O preço acessível faz com que a política não seja abusiva e desenvolve nas pessoas a consciência de coletividade. Como é bom para todo mundo, é interessante que eles cuidem e incentivem o funcionamento do local. A motivação move as pessoas.”

Ao final da refeição, composta por arroz, feijão, salada e uma porção de carne ou peixe, o ministro da Educação Pré-Universitária e Educação Cívica da Guiné Conakry, Ibrahima Kourouma, disse que, “além de a comida ser muito gostosa, o fato de atender à comunidade a preço popular favorece a população mais carente.”

Cras

Com cerca de 150 atendimentos diários, o Cras de Ceilândia Norte representa bem a situação de vulnerabilidade vivida pela maioria dos moradores da comunidade. Responsável pelo local, a psicóloga Acileide Cristiane Coelho reforça a importância de uma estrutura de amparo à população. “Ceilândia é hoje a cidade com o maior número de beneficiários do Bolsa Família em todo o Distrito Federal. Esse dado reflete a necessidade e a vulnerabilidade dessas famílias, que ainda enfrentam problemas de violência e a falta de estrutura da cidade.”

Aos 50 anos, Conceição Alves Farias ilustra a realidade da cidade. Com um filho detido por furto e outro encaminhado a um abrigo por falta de estrutura familiar, a dona de casa se viu sem rumo quando ficou sozinha. “Precisava tomar uma providência, mudar de vida e recuperar meus filhos. Foi o Cras que me ajudou. Graças à equipe que encontrei aqui, superei uma depressão e reergui minha vida. Hoje, o menor voltou a morar comigo e o mais velho conseguiu a liberdade e arrumou um emprego.”

Restaurante comunitário

Inaugurado em 23 de março deste ano, o Restaurante Comunitário do Riacho Fundo II serve cerca de 3,2 mil refeições por dia. Cinquenta e quatro profissionais integram a equipe, que chega às 5h para começar o preparo dos alimentos. Luciene Rocha Dutra, responsável pelo restaurante, explica que a maior parte da comunidade atendida é de trabalhadores formais e informais de baixa renda. “Além da população mais carente que mora nos bairros próximos, recebemos moradores de rua e aposentados, que contam apenas com essa refeição diariamente.”

Seminário internacional

A comitiva com cerca de 20 representantes vindos da Guiné Conakry, Níger, Indonésia, Sri Lanka, Nigéria e Peru permanece no Brasil até quinta-feira (10), quando se encerra o seminário. “O Brasil hoje é referência internacional em programas sociais. Essa oportunidade de apresentar a eles nossa experiência e trocar informações sobre as políticas de outros países é fundamental para a elaboração de um trabalho focalizado”, explica a assessora técnica da Assessoria Internacional do MDS, Ivone Lopes. “O MDS investe em cooperação técnica para promover esse intercâmbio político e cultural.”

 

Fonte:
Brasil Sem Miséria



09/05/2012 16:53


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