Requerimentos e novos depoimentos definem rumo dos trabalhos da CPI



Depois de realizar importantes audiências públicas durante a convocação extraordinária de julho, a CPI do Banestado define na reunião desta terça-feira (5), às 10h, o cronograma dos trabalhos da comissão para as próximas semanas. Novas datas para tomada de depoimentos devem ser escolhidas e novos requerimentos devem ser aprovados, entre eles a sugestão da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) para que o ex-governador paulista Paulo Maluf seja ouvido na CPI.

Para Serys, o ex-governador deve ser ouvido por haver suspeitas de que ele seja responsável por evasão de divisas. Há duas semanas, Maluf foi intimado a prestar esclarecimentos às autoridades francesas acerca de grande movimentação financeira naquele país. O ex-governador também foi acusado por Nicéa Camargo, que foi casada com o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, de enviar recursos públicos para o exterior. Serys propõe em requerimento que Nicéa também seja convidada a falar à CPI.

Os requerimentos, acumulados durante as últimas semanas, estão nas mãos do relator da CPI, deputado José Mentor (PT-SP), que deve apresentar sua manifestação acerca das propostas dos membros da comissão. Entre os requerimentos, devem ser analisadas também sugestões do procurador da República Luiz Francisco de Souza, desde que formalizadas pelos parlamentares da comissão.

Para o procurador, a CPI deve ouvir seis pessoas dispostas a denunciar o esquema de lavagem de dinheiro, que envolve principalmente doleiros. Elas poderiam, na opinião de Luiz Francisco, ter suas confissões trocadas por proteção e redução da pena. A sugestão também foi feita à comissão pelo delegado da Polícia Federal José Castilho Neto.

Luiz Francisco propôs ainda que a CPI ouça o procurador da República no Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, que apresentou parecer concluindo que as autorizações especiais concedidas pelo ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, para operação de contas CC-5 por cinco bancos de Foz do Iguaçu, foram um "ato antieconômico, lesivo, que facilitou evasão de divisas por meio da simulação de depósitos supostamente provenientes de Ciudad del Leste".

Na opinião do procurador, estudiosos do sistema financeiro nacional, como Guilherme Delgado e Francisco Whitaker, além de um representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), podem contribuir para contextualizar como o esquema de lavagem de dinheiro está relacionado com o sistema financeiro.



04/08/2003

Agência Senado


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