REQUIÃO ACUSA LERNER DE CONIVENTE COM OPERAÇÕES ILEGAIS NO BANESTADO
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) acusou nesta quinta-feira (dia 5) o governador do Paraná, Jaime Lerner, de cumplicidade no rombo que atingiu o Banco do Estado do Paraná (Banestado), conforme atas de reunião daquela instituição, reproduzidas, a pedido do senador, no Diário do Senado Federal do dia 16 de outubro passado e publicadas por ele na Internet.Por ter colocado o material disponível para o conhecimento público, Requião revelou que foi intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a retirar as atas da Internet, sob a alegação de quebra de sigilo bancário. Além disso, informou o senador, o Ministério Público determinou que a Polícia Federal o ouvisse.Requião sugeriu à Justiça que não investigue a sua iniciativa, que ele explica ter sido tomada no exercício do mandato, para que a população tivesse acesso à política interna daquele banco. Em sua opinião, o que a Justiça deve investigar são as denúncias de corrupção feitas por ele ao Ministério Público antes da intimação do STF."As atas são públicas. O Banco do Estado está sendo roubado com a conivência explícita do anterior e do atual governador do Estado, Jaime Lerner", afirmou. Requião disse ter feito a denúncia no exercício de suas prerrogativas e sustentou que não prestará depoimento nenhum, em respeito ao seu mandato e ao Senado Federal. "Os ladrões estão no Paraná. Não sou ladrão, sou o denunciante", observou.Em seu comunicado, o senador leu trechos de atas do Banestado em que diálogos envolvendo o presidente do banco, Neco Garcia, indicariam a existência de crimes, principalmente na área de leasing. Segundo o parlamentar, essas atas já foram denunciadas pelo senador Osmar Dias (PSDB-PR) e por deputados estaduais.Os trechos lidos por Requião apontam para a existência de operações irregulares na Banestado Leasing, que envolveriam um esquema de propinas e formação de quadrilha. O senador afirmou categoricamente que o governador Jaime Lerner já sabia das operações ilegais informalmente e que os diretores do banco, conforme o revelado nas atas, discutiram uma "maneira suave" de informá-lo oficialmente, para que tomasse providências.- A providência que ele tomou foi nomear o ladrão da Leasing para o cargo de secretário de Esportes do Paraná - acusou Requião. Ele também disse que, em cada uma das 200 páginas da ata, há uma operação irregular do Banestado, mas o Banco Central não tomou providência nenhuma. O senador disse que está denunciando Jaime Lerner "por omissão no caso do rombo do Banco do Estado do Paraná".
05/11/1998
Agência Senado
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