Requião aponta classe política como maior obstáculo ao crescimento econômico do país



Ao manifestar em Plenário, nesta segunda-feira (12), sua preocupação com as perspectivas de desenvolvimento do país, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) considerou o Congresso Nacional e a classe política como um dos fatores principais que impedem atualmente crescimento econômico em rítmo adequado.

Na avaliação do parlamentar, a indiferença dos dirigentes políticos com relação à gravidade da situação da economia coloca o país sob o risco de enfrentar no curto prazo um cenário de redução de investimentos públicos e privados, e portanto, de baixo crescimento do produto interno bruto (PIB).

— A nossa insensibilidade [dos políticos], a nossa apatia diante da valorização do câmbio e o aumento de juros, por exemplo, têm consequências trágicas para o Brasil. Será que não compreendemos que o câmbio e os juros nos empurram para a desindustrialização, para a sangria das remessas de lucros e intensificam o perigo do desemprego? — alertou.

Requião apontou também como entrave ao progresso do país, o despreparo do governo federal para fixar uma estratégia de enfrentamento da crise mundial, sobretudo da crise européia.

Para o senador, a política do governo de apenas promover desonerações já se esgotou enquanto instrumento de estimulo ao consumo e ao investimento, não produzindo outro resultado que não o favorecimento do lucro de empresas estrangeiras.

Requião reputou ainda como ameaças ao desenvolvimento do país a redução sistemática dos investimentos públicos que o governo federal está colocando em prática com o objetivo de controlar a inflação.

— O governo puxa o freio, na fiúza de que o investidor privado venha substituí-lo. Esquece aqui uma lição elementar, uma lição primária: no capitalismo, é o investimento público que puxa o investimento privado, e não o contrário — criticou.

Outro obstáculo ao crescimento examinado por Requião é a possibilidade de uma crise cambial de curto prazo. Na avaliação do senador, as atuais reservas de U$ 350 bilhões não são suficientes para evitar o problema, sobretudo em face do efeito combinado das ocorrências de déficit na balança comercial, das remessas crescentes de lucros e juros ao exterior e da redução de exportações, que estão se dando no momento.



12/08/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Alvaro Dias aponta corrupção e alta carga tributária como entraves ao crescimento econômico do país

Temporão aponta SUS como "maior política social do país"

Marta Suplicy elogia política econômica e diz acreditar no crescimento econômico do país

Especialista aponta medo da violência como obstáculo no combate à dengue

Requião aponta reforma da política econômica como a mais importante para o Brasil

Dívida pública não foi obstáculo para o crescimento do País, diz Mantega