Requião aponta conflito moral e ético nos casos de ex-ministros-consultores



O senador Roberto Requião (PMDB-PR), em discurso nesta quarta-feira (18), criticou a justificativa dada pelo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, de "não ter sido o único ex-ministro a enriquecer" para justificar o incremento em sua renda por meio de prestação de consultoria.

- É exatamente aí que está o problema. O que para ele é normal, porque todo mundo faz, é a grande complicação. Há um inevitável conflito moral e ético. Está errado tê-lo feito, e está errado continuar a fazê-lo - opinou o senador.

Requião condenou o fato de cidadãos ocuparem cargos estratégicos no governo, com acesso a informações privilegiadas sobre "tudo e todos", e depois passarem para "o outro lado do balcão" e ganharem dinheiro com esses dados. O senador afirmou que Palocci deve prestar contas à população e responder a quatro questões básicas: para quem prestou assessoria; que tipo de serviço prestou, se era relativo ao governo; quanto ganhou pelo serviço; e quando prestou a assessoria.

O parlamentar também criticou a imprensa, que teria sido condescendente com outros ex-ministros e ex-diretores do Banco Central, como Mailson da Nóbrega, Pedro Malan, Mendonça de Barros. Segundo Requião, eles também enriqueceram com consultorias ou abrindo bancos e foram saudados como gênios das finanças e empreendedores extraordinários, sem serem devidamente investigados.

- Fico cada vez mais encantado com a moralidade seletiva da nossa velha e incorrigível mídia - disse.



18/05/2011

Agência Senado


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