Requião apresentará moção na convenção nacional do PMDB
Entre os fatos enumerados no documento está a determinação do presidente ao ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Martus Tavares, para que repassasse verbas orçamentárias "a toque de caixa", para os Ministérios dos Transportes e da Integração Nacional, "a fim de atender interesses de parlamentares com direito a voto na Convenção Nacional". Requião afirma que o repasse de verbas, em um só dia, foi maior do que todos os recursos liberados em todos os meses anteriores do ano.
O uso desses recursos, afirma Requião, visa favorecer a candidatura do deputado Michel Temer à presidência do PMDB, com o fim de impedir que o partido apresente candidato próprio à sucessão presidencial. Isso permitiria, segundo o senador, o uso da presença do partido em todo o território nacional, além de seus recursos e tempo na propaganda eleitoral, para a eleição do candidato do governo e "a continuação da nefasta política econômica que impediu o Brasil de crescer".
O documento enumera, ainda, fatos que, segundo o senador, confirmam "a política de traição nacional" do governo de Fernando Henrique, entre eles a multiplicação da dívida pública, de US$ 63 bilhões para US$ 600 bilhões; a menor taxa de desenvolvimento econômico anual desde Prudente de Moraes (1894-1898); os mais altos índices de violência urbana e rural dos últimos cem anos; a privatização dos ativos estatais mediante o uso de recursos públicos "emprestados" aos compradores com juros facilitados, e o desmantelamento do setor de energia elétrica.
Requião cita, ainda, no documento, o incentivo à corrupção "mediante o silêncio oficial" sobre crimes contra o erário; "a conivência do governo" com irregularidades cometidas por alguns ministérios; o impedimento da constituição de comissões de inquérito para investigar denúncias contra o Executivo; o acordo com o governo americano para uso da Base de Alcântara, que "aluga a soberania nacional"; a violação do pacto federativo, mediante a concentração de recursos na União, e "a promiscuidade das autoridades com os interesses privados", a exemplo da reunião do presidente com grandes empresários de São Paulo.
O senador manifesta sua certeza de que o partido não se manterá atrelado a um governo que "se submete ao estrangeiro, impede o desenvolvimento econômico, persegue os servidores, avilta os Poderes Legislativo e Judiciário e ofende a dignidade dos cidadãos".
- O PMDB terá que dizer se é o partido do povo brasileiro ou se é um partido capaz de entregar a legenda em troca de favores, cargos públicos ou emendas orçamentárias - disse Requião.
05/09/2001
Agência Senado
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