Requião afirma que o grupo contrário ao governo ganhou a convenção do PMDB
Segundo Requião, foi somente a necessidade de garantir a liberação das emendas orçamentárias dos parlamentares e manter as nomeações de interesse dos convencionais que levaram 62% dos presentes à convenção a eleger o deputado Michel Temer (SP) como presidente do PMDB. "A eleição do senador Maguito Vilela (GO) iria dificultar essas tarefas", argumentou.
Requião afirmou que a moção aprovada deverá nortear as ações da Executiva do PMDB e ela foi clara em condenar múltiplas ações do governo FHC, entre as quais a multiplicação da dívida pública de R$ 63 bilhões para mais de R$ 600 bilhões, a privatização dos ativos estatais mediante o uso de recursos públicos nacionais e o impedimento, por meio de suborno e ameaça, de instalação de CPIs destinadas a investigar a corrupção no governo.
Para o senador pelo Paraná, o novo presidente do PMDB terá que fazer críticas ao governo do presidente Fernando Henrique ao mesmo tempo que cumpre a delegação da fisiologia partidária, liberando as emendas orçamentárias de que os convencionais precisam para satisfazer seus eleitores. "O sistema está errado. Depois de aprovadas no orçamento, as emendas deveriam ser liberadas automaticamente, para não serem usadas como suborno como foram", disse.
Ele afirmou que os resultados da convenção representaram o fim da composição PMDB/PSDB, ao aprovar o lançamento de candidatura própria à presidência da República e a realização de prévias partidárias para escolha do nome, no dia 20 de janeiro. "A aprovação da moção representou um grito de nacionalidade, uma condenação ao presidente Fernando Henrique, que traiu o mandato obtido do povo brasileiro usando embuste e mistificação", concluiu Roberto Requião.
10/09/2001
Agência Senado
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